Mobilização precoce e desfechos ventilatórios, funcionais e clínicos de pacientes neurocríticos
DOI:
https://doi.org/10.1590/fm.2025.38110Resumo
Introdução: Pacientes neurocríticos podem sofrer limitações de funcionalidade por diversos motivos, desde lesão cerebral primária até barreiras culturais e estruturais. Objetivo: Comparar a mobilidade funcional de pacientes neurocríticos adultos em ventilação mecânica invasiva (VMI) submetidos a um protocolo de mobilização precoce entre a admissão e a alta da unidade de terapia intensiva (UTI) e avaliar desfechos ventilatórios e clínicos. Métodos: Estudo retrospectivo, realizado na UTI neurológica de um hospital-escola entre janeiro e dezembro de 2022. Foram coletados dos prontuários eletrônicos: sexo, idade, diagnóstico, comorbidades, tempo de permanência em VMI e de internação na UTI, desfechos (alta ou óbito) e escores de funcionalidade da escala de mobilidade em UTI e da Johns Hopkins. Resultados: Foram incluídos no estudo 75 pacientes, com idade média de 52,1 ± 19,5 anos, com predomínio do sexo feminino (52%). O diagnóstico e a comorbidade mais prevalentes foram traumatismo cranioencefálico (24%) e hipertensão arterial (40%). A média de permanência em VMI foi de 4,7 ± 3,3 dias e 11,9 ± 6,9 dias de internação na UTI; 85% de sucesso no desmame da VMI e 95% de altas da UTI. Houve melhora significativa da funcionalidade (p < 0,0001) da admissão até a alta, com redução significativa (p < 0,0001) do escore de restrição total e incremento significativo (p < 0,0001) dos escores de moderada e ligeira redução da mobilidade. Conclusão: A mobilidade funcional dos pacientes neurocríticos melhorou da restrição total deitado no leito para atividades de ortostatismo, transferência para fora do leito e deambulação com auxílio, entre a admissão e a alta da UTI. Entre os desfechos analisados, houve altas taxas de desmame ventilatório e altas da UTI.
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Copyright (c) 2025 Lucas Lima Ferreira, Mônica Caroline Néspoli, Adriana Claudia Lunardi

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