Análise da marcha de paciente com comprometimento motor grave após terapia intensiva por COVID-19: acompanhamento de 1 ano e fisioterapia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/fm.2023.36302

Resumo

Introdução: Infecções virais, como a infecção por SARS-CoV-2, podem afetar a biomecânica da marcha, mas esse efeito pode ser sobreposto por consequências de doença crítica e tempo em unidade de terapia intensiva. Objetivo: Relatar as alterações biomecânicas durante a evolução clínica de um paciente pós-COVID-19 que apresentou comprometimento motor severo após terapia intensiva. Métodos: Os dados foram coletados a partir do prontuário do paciente na Fundação José Silveira e dos relatórios médicos anteriores referentes ao período de inter-nação. O paciente estava em cadeira de rodas, com fisioterapia duas vezes por semana, e ao final de 1 ano de acompanhamento era capaz de deambular de forma independente. A análise tridimensional da marcha com cinética e eletromiografia foi realizada em três momentos. Resultados: Todos os parâmetros espaço-temporais da marcha, dados cinemáticos, cinéticos e eletromiográficos estavam significativamente alterados quando comparados com a faixa normal de valores. Com a fisioterapia, os indicadores de qualidade da marcha apresentaram melhorias importantes e todos os músculos apresentaram um aumento significativo na magnitude do sinal eletromiográfico (aumento de pelo menos duas vezes). As alterações cinemáticas do tronco diminuíram significativamente neste período. As alterações cinéticas e cinemáticas percebidas nos quadris, joelhos e tornozelos mostraram aproximação do padrão esperado, porém ainda sem normalização, e a coordenação muscular do paciente melhorou com o passar do tempo. Conclusão: Este relato é de grande importância clínica, pois descreve, por meio de um laboratório de marcha instrumentado, a evolução de um paciente com comprometimento motor severo após terapia intensiva por COVID-19, quadro pouco descrito na literatura, o que ajudará profissionais de saúde no planejamento de estratégias de reabilitação.

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Publicado

2023-10-10

Edição

Seção

Relato de Caso