Os exergames promovem alterações neurofuncionais na doença de Parkinson? Um estudo clínico piloto
DOI:
https://doi.org/10.1590/fm.2023.36120Resumo
Introdução: Estudos anteriores demonstraram efeitos benéficos em pessoas com doença de Parkinson treinadas com exergames. No entanto, até onde sabe-se, nenhum deles avaliou se esses efeitos são sustentados por alterações neurofuncionais. Objetivo: Avaliar os efeitos neurofuncionais de um treinamento, por meio da ressonância magnética funcional, em pessoas com doença de Parkinson. Métodos: Trata-se de um ensaio clínico piloto cego, randomizado e controlado com delineamento crossover. Os participantes foram submetidos a uma avaliação incluindo desempenho cognitivo e ressonância magnética funcional antes e após treinamentos com Wii® ou controle. Os treinamentos foram aplicados durante 10 dias, em duas semanas consecutivas. Os participantes que começaram o treinamento com Wii® foram depois movidos para o treinamento de controle e vice-versa. Respeitou-se um período de wash-out de 45 dias entre os treinamentos. Resultados: Memória, funções executivas e visuoespaciais e atenção melhoraram significativamente em comparação com a linha de base (p < 0,05). Não foram observadas diferenças na cognição em comparação com o treinamento de controle. Embora não significativos, os resultados das análises de ressonância magnética funcional sugeriram que o treinamento com Wii® poderia promover melhorias na conectividade funcional do cérebro, especialmente em áreas envolvidas na execução motora, planejamento, funções visuais, de memória e somatossensoriais. Conclusão: Em pessoas com doença de Parkinson, um treinamento intensivo com Wii® melhorou o desempenho cognitivo, que destacou mudanças neurofuncionais em áreas envolvidas no processamento cognitivo.