Funções motoras e respiratórias representam desafios importantes para pacientes com esclerose múltipla
DOI:
https://doi.org/10.1590/fm.2023.36101Resumo
Introdução: Pessoas com esclerose múltipla (EM) apresentam sintomas amplos e variados. Objetivo: Investigar o impacto causado pela EM nas funções motoras e respiratórias. Métodos: Cento e um participantes foram incluídos neste estudo. Os sujeitos tinham diagnóstico prévio de EM remitente-recorrente (n = 48) ou não apresentavam doenças neurológicas (n = 53, grupo controle). As avaliações envolveram testes de mobilidade (Timed Get Up and Go) e equilíbrio (Berg Balance Scale). Uma plataforma de força foi utilizada para avaliar a estabilometria postural dos sujeitos. As funções respiratórias foram avaliadas com um espirômetro portátil e um manovacuômetro digital. A análise dos dados foi realizada pelos testes t de Student, qui-quadrado e pelo índice de correlação de Pearson. Nível de significância foi estipulado em 5%. Resultados: Comparados com controles saudáveis, participantes com EM apresentaram maiores disfunções motoras que afetam mobilidade, equilíbrio e estabilidade postural. A espirometria indicou parâmetros normais para fluxos pulmonares e capacidades pulmonares em ambos os grupos. A manovacuômetria, diferentemente, apontou fraqueza dos músculos respiratórios em 48% dos participantes com EM. Análises de correlação destacaram que as funções respiratórias estão mais associadas a testes motores dinâmicos do que a testes estáticos. Conclusão: As alterações patológicas na EM levam à disfunção motora na mobilidade, no equilíbrio e na estabilidade postural. Os testes respiratórios mostraram padrões normais para fluxos pulmonares e capacidades pulmonares em pacientes com EM, mas com comprometimento da força muscular respiratória. As funções respiratórias foram mais afetadas por tarefas motoras dinâmicas do que por tarefas estáticas.