Cuidadores de idosos em cuidados paliativos: nível de sobrecarga e sintomas depressivos
DOI:
https://doi.org/10.1590/fm.2022.35132Resumo
Introdução: A sobrecarga vivenciada por cuidadores informais de idosos com câncer em cuidados paliativos em uma repetitividade diária incessante pode afetar negativamente a saúde física e mental, bem como a vida social e familiar do cuidador. Objetivo: Avaliar o nível de sobrecarga e a intensidade de sintomas depressivos nos cuidadores e a dependência para as atividades básicas e instrumentais de vida diária dos idosos. Métodos: Estudo transversal e descritivo, composto por 20 cuidadores e 20 idosos com câncer em cuidados paliativos. Os cuidadores e os idosos foram submetidos à avaliação do perfil socioeconômico e demográfico. Quanto à avaliação dos cuidadores, utilizaram-se o Questionário Internacional de Atividade Física- IPAQ, a escala Zarit Burden Interview e o Inventário de Depressão de Beck. Para a avaliação dos idosos, o índice de Katz para as atividades básicas da vida diária (ABVD) e a escala de Lawton e Brody para atividades instrumentais de vida diária (AIVD). Os dados foram representados em valores absolutos e percentuais. Resultados: Houve predomínio de cuidadores do sexo feminino, a maioria filha dos idosos, casadas ou com companheiro, com ensino fundamental I, renda de 1 a 3 salários mínimos e sedentárias, sendo constatado nível de sobrecarga moderado em 75% dos cuidadores e sintomas depressivos de leves a moderados em 45%. Quanto à avaliação das ABVD nos idosos, constatou-se que 55% eram independentes nas seis funções, com maior dependência (75%) em AIVD para trabalhos domésticos como lavar roupas (85%) e condução de veículos (90%). Conclusão: Os cuidadores de idosos com câncer em cuidados paliativos apresentam nível de sobrecarga moderado e sintomas depressivos de leves a moderados.