Declínio da deambulação funcional e fatores associados na esclerose lateral amiotrófica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/fm.2022.35127

Resumo

Introdução: A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa incapacitante, que compromete a locomoção e a independência funcional. Como o objetivo da fisioterapia é manter a capacidade de locomoção e independência do indivíduo pelo maior tempo possível, é necessário conhecer melhor os possíveis fatores associados à perda dessa capacidade. Objetivo: Avaliar a deambulação funcional em pacientes com ELA e possíveis fatores associados ao seu declínio. Métodos: Foi realizado um estudo transversal com ELA esporádica. Aspectos demográficos e clínicos/funcionais foram avaliados. A Escala Funcional de ELA (ALSFRS-R), a Escala de Categoria de Deambulação funcional (FAC), a  Medical Research Council Scale e a Escala de severidade de fadiga (FSS) foram usados. Foram realizadas análises descritivas e comparativas dos grupos capazes e incapazes de deambulação funcional. A regressão logística binária (método stepwise forward) foi realizada para determinar os potenciais fatores associados à perda da deambulação funcional. Resultados: Entre os 55 pacientes (média de idade: 56,9 ± 11,2 anos), 74,5% eram capazes de deambular funcionalmente. Foram encontradas diferenças entre os grupos quanto ao tempo de diagnóstico, número de quedas, dor, uso de ventilação não invasiva, gastrostomia, capacidade de se virar no leito, auxiliares de locomoção, adaptações domiciliares, desempenho funcional, força muscular e fadiga. Os possíveis preditores de incapacidade de locomoção foram força muscular geral (OR = 0,837; p = 0,003) e fadiga (OR = 1,653; p = 0,034). Conclusão: A força muscular e a fadiga estão associadas ao declínio da capacidade de deambulação em pacientes com ELA. Diante da complexidade dos elementos envolvidos na caminhada, são necessários mais estudos que investiguem a influência desses aspectos nessa população.

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Biografia do Autor

Mariana Asmar Alencar, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Physical Therapy Department

Maria Clara Batista Guedes, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Physical Therapy Department

Tayná Amaral Leite Pereira, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Physical Therapy Department

Marcela Ferreira de Andrade Rangel, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Physical Therapy Department

Juliana Silva Abdo, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Physical Therapy Department

Leonardo Cruz de Souza, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Internal Medicine Department

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Publicado

2022-06-24

Edição

Seção

Artigo Original