Impacto do tempo de ventilação mecânica na capacidade funcional e força muscular de pacientes em terapia intensiva
DOI:
https://doi.org/10.1590/fm.2022.35125Resumo
Introdução: Um período prolongado de ventilação assistida (VA) pode induzir complicações. Objetivo: Comparar as capacidades funcionais e a força muscular de pacientes sob VA. Métodos: Trata-se de um estudo observacional de coorte prospectivo. Os pacientes selecionados encontravam-se em ventilação mecânica em qualquer momento, sendo avaliados apenas no momento da alta da unidade de terapia intensiva (UTI). A amostra de conveniência de 103 foi selecionada e dividida em um grupo com até seis dias de VA (G6) e outro com sete dias ou mais de VA (G7). O protocolo proposto foi: aplicação da escala MRC, dinamometria, índice de Barthel, capacidade de deambulação na alta da UTI. Foi feito um chamado aos pacientes seis e 12 meses após a alta hospitalar para aplicação do índice de Barthel. Resultados: Verificamos que os pacientes do G6 obtiveram melhor força muscular medida através da dinamometria direita 14 (8–30) e esquerda 18 (8–26) e escala do MRC 48 (44–56). Apenas sete (14%) pacientes do grupo G7 conseguiram deambular. Os pacientes do G7 apresentaram maior perda funcional na alta hospitalar 32 (15–60). Após um ano da alta hospitalar, ambos os grupos recuperaram sua capacidade funcional 100 (100–100). Conclusão: Ao avaliar o processo de AV, é possível concluir que quanto maior o tempo de uso do ventilador, maior a perda de força e funcionalidade. Além disso, há uma recuperação significativa da funcionalidade após um ano da alta hospitalar.