Associação do comportamento ativo, índice de massa corporal, pressão arterial e citocinas inflamatórias em adolescentes
DOI:
https://doi.org/10.1590/fm.2022.35129Resumo
Introdução: A inatividade física está associada à obesidade, inflamação crônica e ocorrência de doenças crônicas não trans-missíveis. Objetivo: Investigar a associação do comportamento ativo, índice de massa corporal (IMC) e pressão arterial diastólica (PAD) com os níveis séricos de interleucinas inflamatórias em adolescentes. Métodos: Estudo transversal de base populacional de adolescentes da rede pública de São Luís, Maranhão. Construiu-se um modelo teórico, baseado na Modelagem com Equações Estruturais, para explorar os efeitos da variável latente “comportamento ativo” ajustada para a situação socioeconômica e sexo com efeitos no IMC, PAD e carga inflamatória. Resultados: O comportamento ativo foi associado aos menores valores de PAD (coeficiente padronizado (CP) = -0,146; p = 0,029), enquanto o maior IMC foi associado a maiores valores de PAD (CP = 0,177; p < 0,001). Para os maiores valores do comportamento ativo houve maior carga inflamatória (CP = 0,442; p < 0,001) e o maior IMC foi associado à maior carga inflamatória (CP = 0,145; p = 0,025). Sexo feminino teve maior carga inflamatória (CP = 0,282; p < 0,001). Houve um efeito indireto para o sexo feminino nos menores valores de carga inflamatória via redução do comportamento ativo (CP = -0,155; p < 0,001). Conclusão: O comportamento ativo reduz os níveis pressóricos em adolescentes, enquanto o aumento das citocinas inflamatórias induzidas pelo comportamento ativo pode estar envolvido na sua resposta anti-inflamatória para a prevenção de doenças.