Análise da ativação muscular em crianças e adolescentes com paralisia cerebral grave
DOI:
https://doi.org/10.1590/fm.2022.35115Resumo
Introdução: Crianças e adolescentes com quadriparesia espástica apresentam pior controle motor seletivo, e estudos com essa população ainda são muito escassos. O mesmo ocorre com as evidências científicas de um dos métodos mais utilizados como tratamento fisioterapêutico nessa população – o Conceito Bobath. Objetivo: Avaliar a ativação dos músculos eretores da coluna, glúteo médio e glúteo máximo, por meio do manuseio do Conceito Bobath e da postura ajoelhada sustentada, em indivíduos com diagnóstico de Paralisia Cerebral grave. Comparar a ativação muscular com um grupo de referência, a fim de aumentar a confiabilidade deste estudo. Métodos: Foi realizado um estudo transversal com trinta e oito crianças e adolescentes com Paralisia Cerebral, classificados pelo GMFCS nos níveis IV e V, e vinte participantes saudáveis, com idade entre 3 e 18 anos. Eles foram submetidos ao manuseio do Conceito Bobath e à postura ajoelhada sustentada, com ativação muscular obtida por eletromiografia. Resultados: Observou-se ativação muscular significativa durante o manuseio na posição sentada de lado, com transferência de peso e sem auxílio de outro terapeuta, e na postura ajoelhada sustentada, para o eretor da coluna e glúteo médio. Conclusão: As evidências deste estudo sugerem que tanto o manuseio na posição sentada de lado quanto a sustentação da postura ajoelhada causam significativa ativação muscular no eretor da coluna e glúteo médio para indivíduos com quadriparesia grave, GMFCS IV e V, o que pode contribuir para a melhora do controle postural e tomada de decisão na prática fisioterapêutica.
Palavras-chave: Paralisia cerebral. Quadriparesia. Músculos. Eletromiografia. Modalidades de fisioterapia.