Ainda existem diferenças de sexo na funcionalidade dos idosos?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/fm.2022.35103

Palavras-chave:

Idoso. Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. Fragilidade. Sexo.

Resumo

Introdução: O sexo é das caraterísticas demográficas que mais diferencia a independência dos idosos, apesar dessa distinção não ser consensual. Objetivo: Conhecer as diferenças da funcionalidade associadas ao sexo, de acordo com a Classificação Internacional de Funcionalidade, em idosos com idade ≥ 65 anos. Métodos: Estudo observacional, analítico e transversal com uma amostra de 451 indivíduos. Os instrumentos foram um questionário sociodemográfico idêntico à checklist da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) e o Método de Avaliação Biopsicossocial. Utilizaram-se os testes de T-Student, Mann-Whitney, Qui-Quadrado e Correlação de Spearman, considerando-se p < 0,05. Resultados: A média de idade foi de 79,5 ± 7,5 anos, observando-se uma prevalência feminina (62,1%). Das 43 variáveis estudadas, foram encontradas diferenças no sexo em 17 (39,5%). Nos fatores pessoais, as mulheres apresentaram maior vulnerabilidade na conjugalidade (p ≤ 0,001), na coabitação (p = 0,037) e no rendimento econômico (p = 0,002). Em todos os hábitos relacionados com a saúde, contudo, revelaram comportamentos mais saudáveis. Nos fatores ambientais e nas funções do corpo, observou-se novamente maior fragilidade nas mulheres: na necessidade de dispositivos de auxílio (p ≤ 0,001) e na incontinência urinária (p = 0,021). Nas atividades/participação as mulheres apresentaram maior restrição na mobilidade e os homens na vida doméstica (lavar/secar roupa p = 0,022). Conclusão: As mulheres apresentam-se mais desprotegidas nas dimensões social e econômica, enquanto os homens manifestam hábitos de saúde mais vulneráveis. Estas diferenças estão ligadas às questões demográficas da longevidade e às diferenças culturais e de socialização. As diferenças nos domínios das atividades/participação tendem a diluir-se entre os sexos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ana Paula Fontes, Universidade Nova de Lisboa (UNL), Universidade do Algarve (UAlg)

Universidade Nova de Lisboa (UNL), Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais, Lisboa, Portugal. Universidade do Algarve (UAlg), Escola Superior de Saúde, Faro, Portugal.

Publicado

2021-12-11

Edição

Seção

Artigo Original