Análise do ensino em fisioterapia no Brasil durante a pandemia de COVID-19
DOI:
https://doi.org/10.1590/fm.2021.34103Palavras-chave:
COVID-19. Educação superior. Fisioterapia. Pandemia.Resumo
Introdução: A pandemia de COVID-19 impôs ao mundo a necessidade de distanciamento social como estratégia para o controle da doença, e com isso a maioria dos países suspendeu temporariamente as atividades educacionais em todos os níveis. Objetivo: Analisar a situação do ensino de fisioterapia no Brasil, em instituições públicas e privadas, no período da pandemia de COVID-19. Métodos: Trata-se de um estudo transversal realizado com docentes de cursos de fisioterapia do país. A pesquisa foi conduzida utilizando-se formulário eletrônico distribuído por aplicativo de mídia social, contendo questões relacionadas às características dos docentes, da instituição de ensino e do processo de trabalho. Para as análises de associação, aplicou-se o teste do qui-quadrado com nível de significância de 5%. Resultados: Participaram da pesquisa 313 docentes de 22 estados. Entre os participantes, 62,94% eram de instituições privadas e 73,80% relataram que as atividades foram mantidas na modalidade de ensino remoto emergencial (ERE). Dentre os docentes que passaram a utilizar o ERE, 63,20% informaram que não houve planejamento prévio, e 28,13% relataram que não receberam nenhum tipo de capacitação para esta modalidade de ensino. Verificou-se que houve associação entre o tipo da instituição, pública ou privada, com a idade do docente (p < 0,001), sexo (p < 0,001), tempo na docência (p < 0,001) e adoção do ERE (p < 0,001). Conclusão: No Brasil, diante da pandemia de COVID-19, a maioria das instituições aderiu ao ERE - mais prevalente nas instituições privadas - e não houve planejamento para a transição do ensino presencial para o remoto.