Religiosidade e espiritualidade: interfaces com a saúde

Autores

  • Maria do Desterro Leiros da Costa

DOI:

https://doi.org/10.7213/cda13n22p146157

Palavras-chave:

Espiritualidade, Religiosidade, Saúde, Meditação, Neuroplasticidade

Resumo

Há um crescente nível de evidências científicas relacionando as práticas religiosas e espirituais aos índices favoráveis de saúde, tanto no âmbito individual como no coletivo. O presente artigo de revisão aborda as inter-relações entre religiosidade, espiritualidade (R/E) e saúde nas pesquisas recentes e os desafios para a inclusão da R/E na formação dos profissionais de saúde, assim como para a sua viabilização nos contextos clínicos e nas políticas públicas. R/E são fatores que influenciam a saúde física, mental, social e espiritual, interferindo positivamente nos tratamentos das doenças e no enfrentamento das adversidades inerentes à condição humana como: doenças graves, mortes, lutos e catástrofes. Estudos com neuroimagem funcional mostram que as práticas da R/E estimulam a plasticidade cerebral em importantes áreas corticais, promovendo incrementos na função e na densidade estrutural. R/E melhoram os índices de qualidade e expectativa de vida; previnem suicídio e os comportamentos de risco; interferem positivamente nos tratamentos de condições como: dor, ansiedade, depressão, burnout, estresse pós-traumático e doenças crônicas, melhorando os prognósticos e os processos de reabilitação física, mental e social.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AKSOY, Ozan; Bann el al. Religiosity and mental wellbeing among members of majority and minority religions: findings from understanding society: the UK household longitudinal study. American Journal of Epidemiology, v. 191, n. 1, p. 20–30, maio 2021.

BARNBY, Joseph et al. How similar are the changes in neural activity resulting from mindfulness practice in contrast to spiritual practice? Conscious Cognition, v. 36, n. 2015, p. 219-232, nov. 2015.

BERALDO, Lívia et al. Spirituality, religiosity and addiction recovery: current perspectives. Current Drug Research Reviews, v. 11, n. 1, p. 26-32, 2019.

CULLEN, Brendan et al. The contributions of focused attention and open monitoring in mindfulness-based cognitive therapy for affective disturbances: a 3-armed randomized dismantling trial. PLoS One, v. 12, n. 16, jan. 2021.

DIEGO-CORDERO, Rocío et al. The role of spirituality and religiosity in healthcare during the COVID-19 pandemic: an integrative review of the scientific literature. Journal of Religion and Health, Porto, v. 6, n. 3, p. 2168-2197, jun. 2022.

FORTI, Samanta et al. Spirituality/religiousity measurement and health in Brazil: a systematic review. Ciência e Saúde Coletiva, v. 25, n. 4, p. 1463-1474, mar. 2020.

FRIEDMAN, Hershey; FRIEDMAN, Linda. Can ‘homo spiritualis’ replace homo economicus in the business curriculum? Journal of Business Education and Scholarship of Teaching, v. 2, n. 2, p. 1–11, 2008.

GARSSEN, Bert et al. Does spirituality or religion positively affect mental health? Meta-analysis of longitudinal studies. Internal Journal of Psychology and Religion, v. 31, n. 1, p. 4–20, 2021.

GARSSEN, Bert et al. How spirituality helps cancer patients with the adjustment to their disease. Journal of Religion and Health, v. 54, n. 4, p. 1249-1265, ago. 2015.

GOMES, Fernanda et al. Religion as a protective factor against drug use among Brazilian university students: a national survey. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 35, n. 1, p. 29-37, fev. 2013.

HINTERBERGER, Thilo et al. Spirituality and mental health – investigating the association between spiritual attitudes and psychosomatic treatment outcomes. Frontiers in Psychiatry, v. 27, n. 15, p. 1-8, jan. 2025.

KABAT-ZINN, Jon et al. The clinical use of mindfulness meditation for the self-regulation of chronic pain. Journal of Behavioral Medicine, v. 8, n. 2, p. 163-90, jun. 1985.

KANG, Do-Hyung et al. The effect of meditation on brain structure: cortical thickness mapping and diffusion tensor imaging. Social Cognitive and Affective Neuroscience, v. 8, n. 1, p. 27-33, jan. 2013.

KOENIG, Harald. Religion, spirituality, and health: the research and clinical implications. International Scholarly Research Network Psychiatry, v. 2012, p. 1-33, dez. 2012.

KOENIG, Harald et al. Religion and psychiatry: recent developments .in research. British Journal of Psychiatry Advances, v. 26 , n. 5, p. 262-272, set. 2020.

KRAL, Tammi et al. Impact of short- and long-term mindfulness meditation training on amygdala reactivity to emotional stimuli. Neuroimage, n. 181, p. 301-313, nov. 2018.

LI, Shanshan et al. Religious service attendance and lower depression among women-a prospective cohort study. Annals of Behavioral Medicine, v. 50, n. 6, p. 876-884, dez. 2016.

LONG, Katelyn et al. Spirituality as a determinant of health: emerging policies, practices, and systems. Health Affairs Journal, Millwood, v. 43, n. 6, p. 783-790, jun. 2024.

LUCCHETTI, Giancarlo et al. Medical students, spirituality and religiosity-results from the multicenter study. Biomedical Center of Medical Education, v. 13, n. 162, 2013.

MCNAMARA, Rita. Cultural evolution of religion, spirituality and ritual: impacts on human cooperation. Kölner Zeitschrift für Soziologie und Sozialpsychologie, v. 76, n. 3, p. 769–788, 2024.

MILLER, Lisa et al. Neural correlates of personalized spiritual experiences. Cerebral Cortex, n. 29, p. 2331-2338, jun 2019.

MONOD, Stefanie et al. Validation of the spiritual distress assessment tool in older hospitalized patients. Biomedical Center of Medical Education, v. 12, n. 13, p. 1-9, 2012.

MOONS, Philip et al. Religion and spirituality as predictors of patient-reported outcomes in adults with congenital heart disease around the globe. International Journal of Cardiology, v. 1, n. 274, p. 93-99, jan. 2019.

MOREIRA-ALMEIDA, Alexander et al. Religious involvement and sociodemographic factors: a Brazilian national survey. Revista de Psiquiatria Clínica, v. 37, n. 1, p. 12-15, 2010.

MOSQUEIRO, Bruno et al. Brazilian Psychiatric Association guidelines on the integration of spirituality into mental health clinical practice. Part 1: spiritual history and differential diagnosis. Brazilian Journal of Psychiatry, v. 45, n. 6, p. 506-517, nov./dez. 2023.

NEWBERG, Andrew et al. Cerebral blood flow differences between long-term meditators and non-meditators. Conscious Cognition, v. 19, n. 4, p. 899-905, dez. 2010.

OTTO, Rudolf. O sagrado. Lisboa: Edições 70, 1992.

PARGAMENT, Keneth et al. Red flags and religious coping: identifying some religious warning signs among people in crisis. Journal of Clinical Psychology, v. 59, n. 12, p. 1335–1348, 2003.

VANDERWEELE, Tyler et al. Association between religious service attendance and lower suicide rates among us women. Journal of the American Medical Association Psychiatry, n. 73, p. 845-851, ago. 2016.

VANDERWEELE, Tyler et al. Invited commentary: religious service attendance and implications for clinical care, community participation, and public health. American Journal of Epidemiology, v. 191, n. 1, p. 31–35, 2022.

WACHHOLTZ, Amy et al. Effect of different meditation types on migraine headache medication use. Behavioral Medicine, v. 43, n. 1, p. 1-8, jan./mar. 2017.

XU, Jiansong et al. Openness to changing religious views is related to radial diffusivity in the genu of the corpus callosum in an initial study of healthy young adults. Frontiers in Psychology, v. 27, n. 9, p. 1-8, mar. 2018.

ZEIDAN, Fadel et al. Neural correlates of mindfulness meditation-related anxiety relief. Social Cognitive and Affective Neuroscience, v. 9, n. 6, p. 751-759, jun. 2014.

Downloads

Publicado

01-07-2025

Como Citar

Costa, M. do D. L. da. (2025). Religiosidade e espiritualidade: interfaces com a saúde. Caminhos De Diálogo, 13(22), 146–157. https://doi.org/10.7213/cda13n22p146157

Edição

v. 13 n. 22 (2025): 1700 anos do Concílio de Niceia: implicações para a identidade cristã e eclesial do nosso tempo

Seção

Artigos

Licença

Copyright (c) 2025 Editora Universitária Champagnat

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

O autor transfere, por meio de cessão, à EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n.º 76.659.820/0009-09, estabelecida na Rua Imaculada Conceição, n.º 1155, Prado Velho, CEP 80.215-901, na cidade de Curitiba/PR, os direitos abaixo especificados e se compromete a cumprir o que segue:

 

  1. Os autores afirmam que a obra/material é de sua autoria e assumem integral responsabilidade diante de terceiros, quer de natureza moral ou patrimonial, em razão de seu conteúdo, declarando, desde já, que a obra/material a ser entregue é original e não infringe quaisquer direitos de propriedade intelectual de terceiros.
  2. Os autores concordam em ceder de forma plena, total e definitiva os direitos patrimoniais da obra/material à EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, a título gratuito e em caráter de exclusividade.
  3. A CESSIONÁRIA empregará a obra/material da forma como melhor lhe convier, de forma impressa e/ou on line, inclusive no site do periódico da EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, podendo utilizar, fruir e dispor do mesmo, no todo ou em parte, para:
  • Autorizar sua utilização por terceiros, como parte integrante de outras obras.
  • Editar, gravar e imprimir, quantas vezes forem necessárias.
  • Reproduzir em quantidades que julgar necessária, de forma tangível e intangível.
  • Adaptar, modificar, condensar, resumir, reduzir, compilar, ampliar, alterar, mixar com outros conteúdos, incluir imagens, gráficos, objetos digitais, infográficos e hyperlinks, ilustrar, diagramar, fracionar, atualizar e realizar quaisquer outras transformações, sendo necessária a participação ou autorização expressa dos autores.
  • Traduzir para qualquer idioma.
  • Incluir em fonograma ou produção audiovisual.
  • Distribuir.
  • Distribuir mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permite ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda e nos casos em que o acesso às obras ou produções se faça por qualquer sistema que importe em pagamento pelo usuário.
  • Incluir e armazenar em banco de dados, físico, digital ou virtual, inclusive nuvem.
  • Comunicar direta e/ou indiretamente ao público.
  • Incluir em base de dados, arquivar em formato impresso, armazenar em computador, inclusive em sistema de nuvem, microfilmar e as demais formas de arquivamento do gênero;
  • Comercializar, divulgar, veicular, publicar etc.
  • Quaisquer outras modalidades de utilização existentes ou que venham a ser inventadas. 
  1. Os autores concordam em conceder a cessão dos direitos da primeira publicação (ineditismo) à revista, licenciada sob a CREATIVE COMMONS ATTRIBUTION LICENSE, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria.
  2. Os autores autorizam a reprodução e a citação de seu trabalho em repositórios institucionais, página pessoal, trabalhos científicos, dentre outros, desde que a fonte seja citada.
  3. A presente cessão é válida para todo o território nacional e para o exterior.
  4. Este termo entra em vigor na data de sua assinatura e é firmado pelas partes em caráter irrevogável e irretratável, obrigando definitivamente as partes e seus sucessores a qualquer título.
  5. O não aceite do artigo, pela EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, tornará automaticamente sem efeito a presente declaração.