Necropolítica e violências contra os povos indígenas no Brasil

Autores

  • Iara Tatiana Bonin
  • Roberto Antonio Liebgott

DOI:

https://doi.org/10.7213/cd.a10n16p46-63

Resumo

O texto tem como objetivo analisar violências praticadas contra os povos indígenas no Brasil contemporâneo a partir de duas chaves analíticas: a necropolítica, conceito cunhado pelo historiador sul-africano Achille Mbembe, e o racismo estrutural, a partir das teorizações do filósofo e advogado brasileiro Silvio Luiz de Almeida. A metodologia compreende a análise de dados dos relatórios da violência contra os povos indígenas, levantamento realizado, sistematizado e divulgado anualmente pelo Conselho Indigenista Missionário. As análises focalizam as formas como a violência sustenta-se no racismo institucional e, por meio de
medidas administrativas, legislativas e jurídicas, restringem os direitos constitucionais dos povos indígenas. As violências analisadas reforçam o necropoder, e este não diz respeito unicamente ao poder estatal, mas a articulações de interesses, de mecanismos e de mentalidades que convergem para um eixo comum, em torno do qual gravita o sentido de exceção, de
emergência e também a invenção contínua de inimigos a combater. Por fim, são abordadas algumas formas de resistência constituídas pelas comunidades e povos indígenas nesse contexto de violências sistemáticas e programadas para subjugar a vida ao poder da morte.

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Publicado

30-06-2022

Como Citar

Bonin, I. T., & Liebgott, R. A. (2022). Necropolítica e violências contra os povos indígenas no Brasil. Caminhos De Diálogo, 10(16), 46–63. https://doi.org/10.7213/cd.a10n16p46-63