Desestabilizar, desprogramar, deformar

estéticas periféricas como caminhos projetuais em cidades latino-americanas

Autores

Resumo

Este artigo lança uma reflexão acerca do planejamento e do projeto em urbanismo a partir de produções latino-americanas recentes, que discutem a periferização enquanto processo territorializante e produção estética. A proposta toma corpo através do diálogo entre trabalhos dos artistas Ernesto Oroza (cubano) e Héctor Zamora (mexicano) e do grupo de arquitetura Elemental (chileno). Tratam-se de experiências calcadas na estética informal das periferias e na própria desconstrução de centralidades, onde a variável tempo emerge enquanto agente de transformação, provocadora de outras sensibilidades e lógicas urbanas. Nossa pergunta guia é: que desacomodações essas experiências estéticas provocam no planejamento e no projeto em urbanismo latino-americano? O objetivo é problematizar o projeto a partir de sua dimensão temporal, a fim de convocar novas ferramentas para repensar a relação centro-periferia em nossas cidades contemporâneas. Propomos um contraponto crítico e reflexivo ao pensamento projetual clássico e moderno, identificado por modelos espaciais fixos, que negam a natureza dissensual e cambiante dos processos sociais e que reforçam matrizes sedentárias e segregadoras de produzir cidades. Buscando operar pelo avesso dos princípios de solidez, funcionalidade e beleza preconizados por Vitrúvio, nos lançamos o desafio de construir um pensamento projetual “periférico” a partir do trinômio desestabilizar, desprogramar, deformar.

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Publicado

2022-12-08

Como Citar

Konrath, G., & Reyes, P. (2022). Desestabilizar, desprogramar, deformar: estéticas periféricas como caminhos projetuais em cidades latino-americanas. Revista Brasileira De Gestão Urbana, 14. Recuperado de https://periodicos.pucpr.br/Urbe/article/view/29464

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Seção especial