Entre a servidão e a beira-mar: um estudo configuracional da segregação socioespacial na Área Conurbada de Florianópolis (ACF), Brasil

Autori

  • Bruna da Cunha Kronenberger Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
  • Renato Tibiriçá Saboya Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Parole chiave:

Desigualdade Socioeconômica, Segregação Socioespacial, Configuração Urbana, Sintaxe Espacial, Índice Socioeconômico

Abstract

Neste artigo, examinaram-se as relações entre a desigualdade socioeconômica e a localização entre as diferentes classes socioeconômicas da Área Conurbada de Florianópolis (ACF). Construiu-se um índice socioeconômico a partir dos dados da Pesquisa Universo do Censo do IBGE 2010 e o comparou com as propriedades configuracionais usando a Teoria da Sintaxe Espacial e suas principais medidas. Diversas recorrências foram identificadas, tanto em âmbito local quanto global. Os resultados mostram que grupos mais privilegiados socioeconomicamente tendem a ocupar áreas altamente acessíveis. Apesar de médias mais altas de Escolha Global, verificou-se que camadas mais altas tendem a evitar localizações diretas em ruas principais ou rodovias, preferindo localizações mais reservadas, o que parece expressar uma estratégia de equilíbrio entre um relativo isolamento e um fácil acesso ao centro. Por outro lado, faixas com piores condições socioeconômicas estão mais frequentemente localizadas ao longo dessas vias, pelo menos quando possuem características de rodovias. Em âmbito local, as descontinuidades do tecido urbano e a prevenção da visibilidade mútua são as estratégias utilizadas para separar duas áreas socioeconomicamente contrastantes localizadas próximas uma à outra.

Downloads

I dati di download non sono ancora disponibili.

Riferimenti bibliografici

Bafna. S. (2003). Space Syntax: A Brief Introduction to Its Logic and Analytical Techniques. Environment and Behavior, v.35, n.1, p.17-29.

Bourdieu, S. & Passeron, J. C. (2011). A Reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino. Petrópolis: Editora Vozes.

CEBRAP. (2004). Mapa de Vulnerabilidade Social da População da Cidade de São Paulo. São Paulo.

Freire, P. (2000). Pedagogia da indignação – cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: Editora UNESP.

Freyre, G. (2014). Sobrados e Mucambos. 1 ed. São Paulo: Global Editora.

Gottdiener. M. (1997). A Produção Social do Espaço Urbano. 2 ed. São Paulo: Edusp.

Harvey, D. (1980). A Justiça Social e a Cidade. Tradução de Antônio Corrêa da Silva. São Paulo: Editora Hucitec.

Hillier, B. (1999). Centrality as a process: accounting for attraction inequalities in deformed grids. Urban Design International, 4(3&4), p.107–127.

Hillier, B. (2009). Spatial Sustainability in Cities: organic patterns and sustainable forms. Proceedings of the 7th International Space Syntax Symposium.

Hillier, B. & Burdett, R. & Peponis, J. & Penn, A. (1987). Creating Life: or, does architecture determine anything? Arch. & Comport. / Arch. Behav. v.3, n.3, p. 233-250.

Hillier, B. & Hanson, J. (1984) The Social Logic of Space. Londres: Cambridge University Press.

Hillier, B. & Iida, S. (2005). Network effects and psychological effects: a theory of urban movement. Spatial Information Theory. International Conference, COSIT 2005, Ellicottsville.

Hillier, B & Penn, A. & Grajewsku, T. (1993). Natural movement: or, configuration and attraction in urban pedestrian movement. Environment and Planning B. v.20, n.1, p. 29-66. Londres: Pion Publication.

Hillier, B. & Yang, T. & Turner, A. (2012). Normalizing least angle choice in Depthmap and how it opens up new perspectives on the global and local analysis of the city space. Journal of Space Syntax. v.3 - p. 155-193.

Holanda, F. de H. (2010). Brasília – cidade moderna, cidade eterna. Brasília: FAU UnB.

Holanda, F. de H. (2013). Dez mandamentos da arquitetura. Brasília: FRBH.

IBGE. (2010). Censo demográfico 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Jannuzzi. P. de M. (2012). Indicadores Sociais no Brasil. 5 ed. Campinas: Editora Alínea.

Kronenberger, B. C. (2016). Entre a Servidão e a Beira-Mar: um estudo configuracional da segregação socioespacial na Área Conurbada de Florianópolis. Dissertação de Mestrado. PósARQ/UFSC.

Medeiros, V. (2013). Urbis Brasiliae: o labirinto das cidades brasileiras. Brasília: EdUnB.

Penn, A., Hillier, B., Banister, D., & Xu, J.-P. (1998). Configurational modelling of urban movement networks. Environment and Planning B: Planning and Design, 25(1), 59–84.

Pereira, E. M. (2015). Indicadores de urbanidade como aprimoramento para o Programa Minha Casa Minha Vida. Laboratório Cidade e Sociedade, CFH, UFSC. Florianópolis.

Reis, A. F. (2012). Ilha de Santa Catarina: permanências e transformações. Florianópolis: Editora da UFSC.

Ribeiro, L. C. de Q. & Ribeiro, M. G. (2013). IBEU: índice de bem-estar urbano. 1 ed. Rio de Janeiro: Letra Capital.

Saboya, R., Reis, A., & Bueno, A. (2016). Continuidades e descontinuidades urbanas à beira-mar: uma leitura morfológica e configuracional da área conurbada de Florianópolis. Oculum Ensaios, 13(1), 129–152. Disponível em: https://doi.org/10.24220/2318-0919v13n1a2756.

Saaty, T. L. (1990). How to make a decision: the Analytic Hierarchy Process. European Journal of Operational Research, 48, 9-26.

Santos, M. (2012). Manual de Geografia Urbana. 3 ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo.

Schroeder, T. (2015). Características configuracionais da segregação socioespacial em cidades médias brasileiras. Dissertação de Mestrado. PósARQ/UFSC.

Sugai, M. I. (2015). Segregação silenciosa: investimentos públicos e dinâmica socioespacial na área conurbada de Florianópolis (1970-2000). Florianópolis: Editora da UFSC.

Vaughan, L. (2007) The spatial syntax of urban segregation. Progress in Planning, v. 67, n. 3, p. 205–294.

Villaça, F. (2012). Reflexões sobre as cidades brasileiras. São Paulo: Studio Nobel.

Villaça, F. (2001). Espaço intraurbano no Brasil. São Paulo: Studio Nobel: FAPESP: Lincoln Institute.

Pubblicato

2019-05-14

Come citare

Kronenberger, B. da C., & Saboya, R. T. (2019). Entre a servidão e a beira-mar: um estudo configuracional da segregação socioespacial na Área Conurbada de Florianópolis (ACF), Brasil. Revista Brasileira De Gestão Urbana, 11. Recuperato da https://periodicos.pucpr.br/Urbe/article/view/24463

Fascicolo

Sezione

Artigos