Gentrificação no Brasil e no contexto latino como expressão do colonialismo urbano: o direito à cidade como proposta decolonizadora

Auteurs

  • Cristhian Magnus De Marco UNOESC
  • Paulo Junior Trindade dos Santos UNOESC
  • Gabriela Samrsla Möller UNOESC

Mots-clés :

Gentrificação. América Latina. Colonialidade do Poder. Decolonização. Direito à Cidade.

Résumé

O fenômeno gentrificador no Brasil e no contexto latino sofre os efeitos da colonialidade do poder, pois associado a práticas positivas e naturais da organização da cidade, como a reurbanização, a revitalização e a reutilização, cujo efeito é velar as consequências reais da gentrificação, quais sejam a polarização social, a criminalização da pobreza e a hostilização da cidade, o que se deve à presença do colonialismo (combatido pela des/colonialidade, porém perpetrado ainda pela colonialidade do poder). Nesse contexto social, uma abordagem de/colonialista (e não mais des/colonialista) pode ser proposta pelo direito à cidade, capaz de repolitizar o fenômeno gentrificador e desvelar suas consequências nocivas, acentuadas em um contexto de globalização, extirpando assim os traços da colonialidade do poder e possibilitando dialogar sobre os diversos impactos do fenômeno gentrificador na vida das pessoas, principalmente das mais pobres.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Références

Amendola, G. (2000). La ciudad postmoderna. Madrid: Celeste Ediciones.

Atkinson, R. (2004). The evidence on the impact of gentrification: new lessons for the urban renaissance? International Journal of Housing Policy, 4(1), 107-131. http://dx.doi.org/10.1080/1461671042000215479.

Atkinson, R., & Bridge, G. (2005). Globalisation and the new urban colonialism. In R. Atkinson, & G. Bridge (Eds.), Gentrification in a global context: the new urban colonialism. New York: Routledge.

Bauman, Z. (2003). Comunidade: a busca por segurança no mundo global. Rio de Janeiro: Zahar.

Bauman, Z. (2009). Confiança e medo na cidade. Rio de Janeiro: Zahar.

Bello, E., & Queiroz, M. (2017). O direito à cidade como prática de resistência a políticas de gentrificação e de remoções forçadas: o caso da comunidade metrô-mangueira (Rio de Janeiro). Revista de Direito da Cidade, 10(3), 1911-1940.

Benente, M., & Thea, F. (Eds.). (2017). Derecho a la vivienda y litigio estructural. Buenos Aires: Edunpaz.

Betancur, J. (2014). Gentrification in Latin Americia: overview and critical analysis. Urban Studies Research, 2014, 1-14. http://dx.doi.org/10.1155/2014/986961.

Campillo, A. (2008). El concepto de lo político en la sociedad global. Barcelona: Herder.

Castro-Gómez, S., & Grosfoguel, R. (2007). Giro decolonial, teoría crítica y pensamiento hierarquico. In S. Castro-Gómez, & R. Grosfoguel (Eds.), El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores.

Cócola Gant, A., Durán, G., & Janoschka, M. (2016). La ciudad del siglo XXI: políticas públicas urbanas, desplazamientos y contestaciones. Íconos, 56(56), 11-18. http://dx.doi.org/10.17141/iconos.56.2016.2351.

Constela, C. V. (2013). Gentrificación y renovación urbana: abordajes conceptuales y expresiones en América Latina. Annales de Géographie, 33(1), 219-234.

Cordero, A. H. (2016). Gentrificación: orígenes y perspectivas. Revista del Departamento de Geografía, 4(6), 91-113.

Corrêa, R. L. (1989). O espaço urbano. São Paulo: Ática.

Davis, M. (2008). Planeta Favela. São Paulo: Boitempo.

Elliott-Cooper, A., Hubbard, P., & Lees, L. (2020). Moving beyond Marcuse: gentrification, displacemente and the violence of un-homing. Progress in Human Geography, 44(3), 492-509. http://dx.doi.org/10.1177/0309132519830511.

Gómez Urzaiz, B. (2019, 8 de junho). “Seu grafite sobre o meu aluguel” o grito de guerra contra os ‘descolados’ que encarecem os bairros. Madrid: El País.

Graham, S. (2011). Cities under siege: the new military urbanism. New York: Verso.

Hall, S. (2006). A identidade cultural na pós-modernidade (11. ed.). Rio de Janeiro: DP&A.

Harvey, D. (2014). Cidades rebeldes: do direito à cidade à revolução urbana. São Paulo: Martins Fontes.

Holm, A. (2010). Urbanisme néolibéral ou droit à la ville. Multitudes, 43(4), 86-91. http://dx.doi.org/10.3917/mult.043.0086.

Janoschka, M. (2016). Gentrificación, desplazamiento, desposesión: procesos urbanos claves en América Latina. Revista INVI, 31(88), 27-71. http://dx.doi.org/10.4067/S0718-83582016000300002.

Janoschka, M., Sequera, J., & Salinas, L. (2014). Gentrificación en España y América Latina: un diálogo crítico. Revista de Geografía Norte Grande, 58(58), 7-40. http://dx.doi.org/10.4067/S0718-34022014000200002.

Leão, F. P. S., Jr., & Brito, C. S. (2018). O mercado habitacional e o processo de gentrificação em cidades latino-americanas: um estudo exploratório no bairro de Boa Viagem, Recife-PE. urbe. Revista Brasileira de Gestão Urbana, 10( Suppl 1), 68-81. http://dx.doi.org/10.1590/2175-3369.010.supl1.ao13.

Lees, L., Slater, T., & Wily, E. (2008). Gentrification. New York: Routledge.

Lefebvre, H. (2011). O direito à cidade. São Paulo: Centauro.

Lima, F. D. S. (2018). Judicializando o direito à cidade no Brasil: estratégia para a mobilização jurídica e para participação cidadã? Revista de Direito da Cidade, 10(4), 2369-2391.

López-Morales, E., Shin, H. B., & Lees, L. (2016). Latin American gentrifications. Urban Geography, 37(8), 1091-1108. http://dx.doi.org/10.1080/02723638.2016.1200335.

Maldonado-Torres, N. (2007). Sobre la colonialidad del ser: contribuciones al desarrollo de un concepto. In S. Castro-Gómez, & R. Grosfoguel (Eds.), El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores.

Maloutas, T. (2012). Contextual diversity in gentrification research. Critical Sociology, 38(1), 33-48. http://dx.doi.org/10.1177/0896920510380950.

Marcuse, P. (2015). Gentrification, social justice and personal ethics. International Journal of Urban and Regional Research, 39(6), 1263-1269. http://dx.doi.org/10.1111/1468-2427.12319.

Mendes, L. F. G. (2015). As novas fronteiras da gentrificação na teoria urbana crítica. Revista Cidades, 12(20), 207-252.

Mignolo, W. D. (2003). Históricas Locais/Projetos Globais: colonialidade, saberes subalternos e pensamento liminar. Belo Horizonte: Editora UFMG.

Mignolo, W. D. (2007). El pensamiento decolonial: desprendimiento y apertura: un manifiesto. In S. Castro-Gómez, & R. Grosfoguel (Eds.), El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores.

Mignolo, W. D. (2017). Colonialidade, o lado mais escuro da modernidade. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 32(94), 1-17. http://dx.doi.org/10.17666/329402/2017.

Mitchell, D. (2003). The right to the city: social justice and the fight for public space. New York: The Guilford Press.

Müller, E. (2019, 19 de junho). Berlín congela el precio de los alquileres durante cinco años. Madrid: El País.

Neri, M. C. (2019). A escalada da desigualdade: qual foi o impacto da crise sobre a distribuição de renda e pobreza? Rio de Janeiro: FGV Social. Recuperado em 26 de agosto de 2019, de https://cps.fgv.br/desigualdade

Opillard, F. (2018). Comparer la dimension spatiale des luttes urbaines: analyse critique des mobilisations contre la gentrification à San Francisco (États-Unis) et contre la prédation immobilière à Valparaíso (Chili). Annales de Géographie, 720(2), 115-144. http://dx.doi.org/10.3917/ag.720.0115.

OXFAM Brasil. (2018). Relatório da desigualdade. Recuperado em 26 de junho de 2019, de https://www.oxfam.org.br/sites/default/files/arquivos/relatorio_desigualdade_2018_

Quijano, A. (2007). Colonialidad del poder y clasificación social. In: S. Castro-Gómez & R. Grosfoguel (Eds.), El giro decolonial. Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del hombre editores.

Quinteros, A. (2015). The colonized mind: place making and the right to the city. Technoetic Arts : a Journal of Speculative Research, 13(3), 323-329. http://dx.doi.org/10.1386/tear.13.3.323_1.

Rolnik, R. (1995). O que é a cidade. São Paulo: Brasiliense.

Rolnik, R. (2019). Guerra dos lugares: a colonização da terra e da moradia na era das finanças. São Paulo: Boitempo.

Shin, H. (2018). Studyng global gentrification. In J. Harrison, & M. Hoyler (Eds.), Doing gloal urban research. London: Sage.

Smith, N. (2012). La nueva frontera urbana: ciudad revanchista y gentrificación. Madrid: Traficante de Sueños.

Sousa Santos, B. (2007). Para além do Pensamento Abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. Revista Critica de Ciencias Sociais, 78(78), 3-46. http://dx.doi.org/10.4000/rccs.753.

Sousa Santos, B. (2010). Descolonizar el saber reiventar el poder. Montevideo: Trilce.

Torres-Tovar, A. (2019). Globalización, mercantilización, clústers y gentrificación en la ciudad. Bitacora, 29(1), 7-10. http://dx.doi.org/10.15446/bitacora.v29n1.76498.

Woolsey, B. (2019, 9 de maio). Berlin anti-gentrification activists fight to keep…the local Aldi. United Kingdom: The Guardian.

Wyly, E. (2019). The evonlving state of gentrification. Tijdschrift voor Economische en Sociale Geografie, 110(1), 12-25. http://dx.doi.org/10.1111/tesg.12333.

Zapata, M. C., Diaz, M. P., & Díaz Parra, I. (2018). Clases sociales, renovación urbana y gentrificación: miradas desde América Latina. Quid 16: Revista del Área de Estudios Urbanos del Instituto de Investigaciones Gino Germani de la Facultad de Ciencias Sociales, (9), 1-8.

Téléchargements

Comment citer

De Marco, C. M., Santos, P. J. T. dos, & Möller, G. S. (2020). Gentrificação no Brasil e no contexto latino como expressão do colonialismo urbano: o direito à cidade como proposta decolonizadora. Revista Brasileira De Gestão Urbana, 12. Consulté à l’adresse https://periodicos.pucpr.br/Urbe/article/view/27123

Numéro

Rubrique

Artigos