Como abordar a urbanização popular? Uma incursão nas práticas, lutas e conquistas em um bairro popular da cidade de Mar del Plata, Argentina
Mots-clés :
Saberes locais. Bairro popular. Autogestão. AutoconstruçãoRésumé
As abordagens tradicionais sobre os processos e práticas de urbanização popular encontram-se permeadas de olhares hegemônicos, em que a principal figura urbanizadora é o Estado. A ausência deste acaba gerando uma visão reduzida e homogênea nas análises e nos diagnósticos, sinalizando única e exclusivamente o déficit de urbanização e a precariedade desses territórios. A necessidade de pensar criticamente esses processos diacrônicos, permeados por tensões, lutas e conquistas, além de múltiplos atores, leva a conceber outras aproximações possíveis. Assim, o presente trabalho tem o objetivo de abordar a urbanização popular de uma perspectiva teórico-crítica e axiológica, abrindo o diálogo com os saberes e as potencialidades que esses territórios possuem. Numa ordem empírica, será analisado um bairro popular localizado na cidade de Mar del Plata, Argentina. Os resultados foram obtidos com uma metodologia qualitativa, com base em entrevistas, observação participante e registro fotográfico. A conclusão revela que é possível entender a urbanização popular como uma manifestação autônoma, e não um mero preenchimento das lacunas deixadas pela ausência do Estado ou a falta de interesse do capital.
Téléchargements
Références
Abiko, A., & Coelho, O. L. (2009) Urbanização de favelas: procedimentos de gestão. In HABITARE. Recomendações técnicas (Vol. 4, 88 p.). Porto Alegre: ANTAC.
Argentina. (2013, 29 de novembro). Lei 14.449 de 29 de novembro de 2013: estabelece o direito à moradia e o hábitat digno e sustentável. Buenos Aires: Boletim oficial.
Brasil. (2001, 10 de julho). Lei 10.257 de 10 de julho de 2001: Regulamenta os artigos 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. Brasília: Congresso Nacional.
Cacopardo, F. A., Rotondaro, R., Pepi, M. B., Cacopardo, G., Freire, P., Ispizúa, J., Melián, I., & Mitidieri, A. (2018). Tecnologías sociales en territorios urbanos pobres. Revista Redes, 24(47), Recuperado em 12 de setembro de 2017, de https://revistaredes.unq.edu.ar/index.php/redes/article/view/37
Cardoso, A. (2016) Assentamentos precários no Brasil: discutindo conceitos. In M. P. Morais, C. Krause & V. C. Lima Neto. Caracterização e tipologia de assentamentos precários: estudos de caso brasileiro. Brasilia: IPEA.
Clichevsky, N. (2000) Informalidad y segregación en América Latina. Una aproximación (61 p.). Santiago de Chile: CEPAL.
Connolly, P. (2013). La ciudad y el hábitat popular: paradigma Latinoamericano. In B. Ramirez & E. Pradilla (Comp.), Teorías sobre la ciudad en América Latina (pp. 505-562.). México, D.F.: UAM – SITESA.
Costa, H. S. M. (2008). A trajetória temática ambiental no planejamento urbano no Brasil: o encontro de racionalidades distintas. In G. M. Costa & J. G. Mendonça (Eds.), Planejamento Urbano no Brasil: trajetória, avanços e perspectivas. Belo Horizonte: C/Arte.
Cusicanqui, S. R. (2018). Un mundo Ch’ixi es posible. Ensayos desde un presente em crisis. Buenos Aires: Tinta Limón.
Davis, M. (2006). Planeta Favela. São Paulo: Boitempo.
Denaldi, R. (2013). Planejamento habitacional: notas sobre a precariedade e terra nos Planos locais de habitação (1st ed., 308 p.). São Paulo: Annablume.
Galeano, E. (1998). Patas arriba, La escuela del mundo al revés. Madrid: Siglo XXI.
Habitat International Coalition. (2019). EL CAMINO POSIBLE: producción Social de Hábitat en América Latina. Recuperado em 12 de maio de 2019, de http://hic-gs.org/document.php?pid=4322
Holston, J. (2013). Cidadania Insurgente. Disjunções da democracia e da modernidade no Brasil (488 p.). São Paulo: Companhia das Letras.
Marques, E. (2010) Redes Sociais, segregação e Pobreza. 1.ed, São Paulo: Unesp.
Maricato, E. (2000). As ideias fora do lugar e o lugar fora das ideias. Planejamento urbano no Brasil. In. O.B.F. Arantes, E. Maricato, C. Vainer. A cidade do pensamento único: desmanchando consensos. Rio de Janeiro: Editora Vozes.
Oliveira, F. (2006). O vício da virtude. Autoconstrução e acumulação capitalista no Brasil. Novos Estudos CEBRAP, 74, 67-85. https://doi.org/10.1590/S0101-33002006000100005
Pirez, P. (2015). Servicios urbanos y urbanización popular: mercantilización y desmercantilización. In T. Bolivar, M. Rodríguez & J. M. Erazo. Ciudades en construcción permanente ¿Destino de casas para todos?. (pp. 55-79). Venezuela: CLACSO.
Pirez, P. (2018). Distribución, insolvencia y urbanización popular en América Latina. Revista de Geografía. Espacios, 8(15), 67-93.
Pradilla Cobos, E. (1987). Capital, estado y vivienda en América Latina. México: Fontamara. Recuperado em 12 de setembro de 2017, de http://www.emiliopradillacobos.com/Libros.htm
Rodulfo, M. B. (2007). Políticas habitacionales y producción social del hábitat en la Argentina. In L. D. Salvo, E. Ortecho & P. Peyloubet (orgs). Ciencia y Tecnologia para el Hábitat Popular: construcción y participación del conocimiento. Compilación de trabajos presentados en el I Seminário Iberoamericano de Ciencia y Tecnología para el Hábitat Popular. Buenos Aires: Nobuko.
Rolnik, R. (2015). Guerra dos lugares. A colonização da terra e da moradia na era das finanças. São Paulo: Boitempo.
Roy, A. (2005). Urban informality: toward an epistemology of planning. Journal of the American Planning Association, 71(2), 147-158. http://dx.doi.org/10.1080/01944360508976689.
Zibechi, R. (2006) La emancipación como producción de vínculos. In A. E. Ceceña (Comp.), Los desafíos de las emancipaciones en un contexto militarizado (pp. 123-149). Ciudad Autónoma de Buenos Aires: CLACSO.
Zibechi, R. (2015). Territórios em resistência. Cartografia política das periferias urbanas latino-americanas. Rio de Janeiro: Consequência.