Como estão os resíduos urbanos nas favelas cariocas?
Palabras clave:
gestão ambiental urbana, gestão de resíduos sólidos urbanos, planejamento e gestão urbana em favelas, saneamento, planejamento urbanoResumen
Comunidades de baixa renda, situadas em encostas ou em locais planos, apresentam sérios problemas de gestão ambiental urbana, sendo a geração, disposição e coleta de resíduos sólidos urbanos um deles. Houve tempo em que o lixo urbano se acumulava nesses espaços pauperizados, pela inexistência de políticas públicas de saneamento. Todavia, a produção de resíduos na cidade contemporânea é resultado do mesmo tipo de consumo que afeta diferentes escalas e contextos socioeconômicos. Desafios como a alta densidade urbana, a falta de espaço para disposição temporária de resíduos e a dificuldade de acesso de caminhões e equipamentos de coleta em áreas de favelas, por exemplo, são permanentes. O fato é que, mesmo com coleta regular, ainda é frequente a presença de focos de disposição irregular de lixo nas favelas da cidade do Rio de Janeiro. As reflexões pretendidas neste artigo buscam, de modo geral, contextualizar a situação da gestão do lixo em nove comunidades de baixa renda no bairro de Jacarepaguá entre os anos de 2014 e 2016. Inicialmente, foi diagnosticada a situação do lixo nesses tecidos urbanos marcados pela informalidade e ilegalidade para, posteriormente, desenvolverem-se alternativas capazes de reduzir a dificuldade de manejo do material e facilitar a sua coleta. Nesse sentido, abre-se uma discussão sobre as ações da esfera pública e do planejamento urbano na elaboração de projetos de urbanização de favelas que visem a melhoria da qualidade de vida dos moradores sob a perspectiva socioambiental e suas articulações com os aspectos socioeconômicos e socioculturais.