Raça e terra: implicações do racismo fundiário na segregação urbana em Fortaleza-CE
Abstract
Entre as variadas facetas das disparidades raciais no Brasil, merecem destaque aquelas que há muito tempo marcam a forma como a população negra é distribuída e inserida nos espaços urbanos, cuja origem vem de um longo processo histórico de segregação racial que remonta ao período da escravidão. A precariedade existente nos territórios de favela comparado a localidades nobres da cidade revelam a disparidade não apenas de classe, mas também de cor. Entendendo racismo fundiário como uma rede articulada de ações, promovidas por instituições formadas por brancos, que dificultam o acesso à terra pela população negra e indígena, esta pesquisa visa investigar suas consequências na distribuição de terras e na segregação urbana de Fortaleza-Ceará. Esse fenômeno, mais frequentemente relatado em outras cidades, encontra similaridades e particularidades na história do Ceará e de Fortaleza. Os resultados revelam as repercussões territoriais de séculos de racismo fundiário na cidade, demonstrando a concentração da população autodeclarada negra e indígena nos bairros periféricos e de menor renda, especialmente em assentamentos informais precários.
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