Construções penais e o diálogo com a cidade: a (não) política de implantação de equipamentos penais no meio urbano
Keywords:
segurança pública, planejamento urbano, espaço penal, políticas públicas.Abstract
Este artigo discute a relação espacial entre o espaço penal e a cidade. O estudo foi desenvolvido sobre o caso da cidade de Arapiraca (Alagoas), no qual a proximidade entre instalações de unidade penal e instituição de ensino superior criaram um delicado cenário de relações conflituosas. A metodologia do artigo baseia-se em análise documental de registros de doações de terreno, atas de reunião, publicações em Diário Oficial, ofícios expedidos entre a Universidade Federal de Alagoas, a Secretaria de Administração Penitenciária e a Prefeitura de Arapiraca, além de entrevistas semiestruturadas com gestores sobre as decisões para a implantação da unidade penal, além de ressaltar a necessidade de investigações acerca da aparente indiferença do Estado no que tange à integração política e interdisciplinar dos espaços penitenciários nas cidades, levando-se em consideração a complexidade das fronteiras existentes entre uma instituição prisional e o espaço urbano. As relações espaciais do estabelecimento penal como atrativo de expansão da cidade e exercício de poder são evidenciadas de modo que as barreiras físicas das prisões pretendem não somente limitar o acesso e a circulação, como também, na maioria das vezes, produzir um efeito de invisibilidade e de aniquilação da existência de cidadãos presos. Por fim, demonstra-se a relevância de agregar princípios de segurança ao planejamento urbano ou aprimoramento de espaços já construídos, bem como integrar iniciativas espaciais e sociais para enfrentar o desafio coletivo de elevar a segurança nas cidades.
Downloads
References
B. (2012, 17 de setembro). No Estado mais
violento do País, universidade federal é ameaçada por
presídio. R7 Notícias. Recuperado em 17 de julho de 2015,
de http://noticias.r7.com/educacao/noticias/no-estadomais-
violento-do-pais-universidade-federal-e-ameacadapor-
presidio-20120917.html
Brasil. (1940, 07 de dezembro). Decreto-Lei nº 2.848 de
de dezembro de 1940. Brasília: Diário Oficial da União,
p. 2391.
Brasil. (1984, 11 de julho). Decreto-Lei nº 7.210 de 11 de
julho de 1984. Brasília: Diário Oficial da União, p. 10227.
Brasil. (2001, 11 de julho). Decreto-Lei nº 10.257 de 10 de
julho de 2001. Brasília: Diário Oficial da União, seção 1, p. 1.
Carlos, A. F. A. (Org.). (1994). Os caminhos da reflexão sobre
a cidade e o urbano. São Paulo: Edusp.
Cordeiro, S. (2013). O espaço penal e o direito à cidade
como política urbana. In Anais do Encontro Nacional da
ANPUR. Recife: ANPUR. Recuperado em 14 de abril de
, de http://unuhospedagem.com.br/revista/rbeur/
index.php/anais/article/viewFile/4662/4530
Cordeiro, S., & Souza, F. A. M. (2004). A (I)legalidade do
espaço penitenciário x o direito à cidade como política urbana.
In Anais do 3º Congresso Brasileiro de Direito Urbanístico.
Recife: Instituto Brasileiro de Direito Urbanístico – IBDU.
Coutinho, L. (2010). Ainda há vida após o fumo. Revista
Veja, 2180, 108.
Foucault, M. (2012). Primeiras discussões, primeiros balbucios:
a cidade é uma força produtiva ou de antiprodução? In:
Foucault, M. Segurança, penalidade, prisão (M. B. Motta,
organização e seleção de textos). Rio de Janeiro. Forense
Universitária.
Gartner, A. (2008). Desenho do espaço público como
ferramenta para a prevenção da violência. Revista Brasileira
de Segurança Pública, 2(1). Edição 3.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. (2014).
Censo demográfico. Rio de Janeiro: IBGE. Recuperado em
de abril de 2015, de http://cidades.ibge.gov.br/painel/
historico.php
Montaner, J. M., & Muxí, Z. (2013). Arquitetura e política:
ensaios para mundo alternativos. Barcelona: Editorial
Gustavo Gilli.
Núcleo de Estatística e Análise Criminal – NEAC. (2015).
Boletim anual da estatística criminal. Maceió: SEDS.
Recuperado em 16 de julho de 2015, de http://dados.
al.gov.br/dataset/boletim-criminal
Organização das Nações Unidas – ONU. (2000). Programa
das Nações Unidas para o desenvolvimento – PNUD: perfil
municipal - Arapiraca. Recuperado em 24 de março de 2017,
de: http:// http://dados.al.gov.br/dataset/43ba0374-afb2-
f8-92f3-ed5f6fa45587/resource/0a745ff0-f4a0-4308-
e-8a42d83d3bf1/download/municipalarapiraca2010.pdf
Ricardo, C. M., Caruso, H. G. C. (2007). Segurança pública:
um desafio para os municípios brasileiros. Revista Brasileira
de Segurança Pública, 1(1), 102-119.
Secretaria de Estado da Defesa Social – SEDS. (2009). Plano
estadual de segurança pública. Maceió: SEDS. Recuperado
em 02 de agosto de 2013, de http://www.defesasocial.
al.gov.br
Soares, L. E. (2006). Segurança pública: presente e
futuro. Estudos Avançados, 20(56), 91-106. http://dx.doi.
org/10.1590/S0103-40142006000100008.
Souza, J. C. O. (2009). Reestruturação urbana e interações
espaciais em cidades médias: o exemplo de Arapiraca,
Alagoas. Geografia em Questão, 01, 107-117.
Waiselfisz, J. J. (2015). Mapa da Violência 2015: homicídios
de mulheres no Brasil. Brasília: All Type Assessoria Editorial
Ltda. Recuperado em 24 de março de 2017, de: http://www.
mapadaviolencia.org.br/pdf2015/MapaViolencia_2015_
mulheres.pdf
Waiselfisz, J. J. (2016). Mapa da violência 2016: homicídios
por armas de fogo no Brasil. Recuperado em 24 de
março de 2017, de: http://flacso.org.br/files/2016/08/
Mapa2016_armas_web.pdf
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
All articles are published online and in open access under Creative Commons Attribution license (by). The urbe magazine allows unrestricted access, filing and disclosure of the published final version of the article, and does not authorize the archiving and dissemination of other versions prior to its publication.