Possibilidades de aprendizagem organizacional a partir de sistemas de controle estratégico
DOI:
https://doi.org/10.7213/rebrae.v4i1.13625Palavras-chave:
Aprendizagem. Controle estratégico. Sistemas de controle.Resumo
O objetivo no presente artigo é demarcar as possibilidades de aprendizagem organizacional a partir do controle estratégico. Na consecução desse objetivo foi apresentada uma revisão de literatura sobre controle organizacional, que versou sobre a abordagem tradicional (burocrática), a abordagem cibernética, e também sobre os desenvolvimentos posteriores que ocorreram em função das críticas dirigidas à centralidade da retroalimentação nessa última perspectiva. Neste ensaio teórico, a revisão da literatura sobre aprendizagem organizacional foi apresentada principalmente em termos de dois tipos de processo; exploitation e exploration. Na demarcação das possibilidades de aprendizagem organizacional a partir do controle estratégico fez-se uso da estrutura analítica de Simons (1995), a qual agrega quatro sistemas mais gerais de controle: (i) sistemas de crenças; (ii) sistemas de limites; (iii) sistemas de controle diagnóstico; e (iv) sistemas interativos de controle. Como resultado da articulação entre aprendizagem organizacional e controle, colocou-se em evidência que os sistemas de controle estratégico apresentam um papel paradoxal; o controle estratégico tanto possibilita quanto restringe a aprendizagem. Entretanto, verificou-se que diferentes sistemas de controle influenciam de forma particular os distintos processos de aprendizagem organizacional dos tipos exploitation e exploration.
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