Aproximando Guerreiro Ramos e Bruno Maggi: em busca das capacidades dinâmicas
DOI:
https://doi.org/10.7213/rebrae.v2i3.13472Palavras-chave:
Capacidades dinâmicas. Estudos organizacionais. Teoria do agir organizacional.Resumo
Este artigo inter-relacionou as principais confluências existentes entre a perspectiva pioneira de Ramos ([1966] 1983) e a proposição do agir organizacional de Maggi (2006), pois, embora explorados em diferentes épocas, fundamentaram-se em consistentes e semelhantes referenciais. Sendo um ensaio teórico qualitativo, descritivo e bibliográfico, objetivou-se proporcionar um subsídio teórico elucidante das ricas contribuições dos estudos organizacionais, no que se refere às bases da gestão, para desvelar o processo de construção das capacidades dinâmicas pelos agentes sociais em seu agir organizacional. Para tanto, investigou-se a epistemologia de Weber ([1922] 1944) por ser utilizada como alicerce teórico em ambos osestudos. Percebeu-se que o ser humano é compreendido como um agente social dotado de competências elementares para a realização dos processos decisórios. Com uma análise comparativa das confluências conceituais dos estudos, desvelou-se que o agente social alicerça suas ações estratégicas por meio de sua racionalidade substancial, provida do exercício da ética responsável, manifesta em seu agir social dotado de sentido. Embora com uma cronologia de 40 anos entre os estudos, notam-se similaridades em suas conclusões ao se perceber que o agente social, por suas competências elementares empreendidas em seu agir, promove as capacidades dinâmicas nas organizações. Portanto, se a relevância desses estudos for devidamente explorada e interseccionada pode emergir contribuições efetivas tanto às bases teóricas quanto à prática da gestão estratégica.
Downloads
Referências
AMBROSINI, V.; BOWMAN, C.; COLLIER, N. Dynamic capabilities: an exploration of how fi rms renew their resource base. British Journal of Management, New York, v. 20, n. 5, p. 9-24, 2009.
AUGIER, M.; TEECE, D. J. Strategy as evolution with design: the foundations of dynamics capabilities and the role of managers in the economic system. Organization Studies, New York, v. 29, n. 8, p. 1187-1208, 2008.
BARNARD, C. I. The functions of the executive. 2nd ed. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1948. Originalmente publicado em 1938.
EISENHARDT, K. M.; MARTIN, J. A. Dynamic capabilities: what are they? Strategic Management Journal, New York, v. 21, n. 7, p. 1105-1121, 2000.
GODOI, C. K.; BANDEIRA-DE-MELLO, R.; SILVA, A. B. (Org.). Pesquisa qualitativa em estudos organizacionais. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
MAGGI, B. Do agir organizacional. 2. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2006.
MANNHEIM, K. Libertad y planifi cación social. 2. ed. México: Fondo de Cultura Económica, 1942.
RAMOS, A. G. Administração e contexto brasileiro: esboço de uma teoria geral da administração. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 1983. Originalmente publicado em 1966.
REED, M. Teorização organizacional: um campo historicamente contestado. In: CLEGG, S. R; HARDY, C.; NORD, W. R. (Org.). Handbook de estudos organizacionais: modelos de análise e novas questões em estudos organizacionais. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2007. p. 61-97.
SIMON, H. Administrative behavior. 2e éd. New York: Macmillan, 1960. Originalmente publicado em 1947.
SZANTO, B. Socio-technical functioning and anthropogenic crises. Systems Research and Behavioral Science, New York, v. 15, n. 4, p. 17-21, 1998.
TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1987.
WEBER, M. Economia y sociedad. 2. ed. México: Fondo de Cultura Económica, 1944. Originalmente publicado em 1922.