Ambiente, estratégia e desempenho em micro e pequenas empresas
DOI:
https://doi.org/10.7213/rebrae.v2i2.13448Palavras-chave:
Pequena empresa. Estratégia. Turbulência ambientalResumo
No Brasil, as micro e pequenas empresas representam 99,2% das 4,1 milhões de empresas formais na indústria, no comércio e nos serviços. A metade dessas empresas fecha antes de completar dois anos de operações. O objetivo deste estudo foi analisar, em micro e pequenas empresas industriais paranaenses, a percepção de turbulência ambiental, a estratégia adotada, o foco estratégico e o desempenho. Além disso, buscou-se verifi car a relação entre estratégia e desempenho em diferentes graus de turbulência ambiental. A amostra foi por adesão, com convite por e-mail. Houve 101 respostas, sendo 70 válidas e submetidas a testes estatísticos. Foi utilizado o modelo de Gimenez (1993) para avaliar a turbulência ambiental; o modelo de Miles e Snow (1978) para estratégia; e, para desempenho, o modelo de Kilmann e Herden (1976). Foi detectado o crescimento da tecnologia como fator de pressão ambiental e redução do impacto para as variáveis governo e fornecedores, comparando-se aos resultados das pesquisas de Miles e Snow (1978) e Gimenez (1993). Não foi comprovada estatisticamente a relação entre foco estratégico (lucro ou sobrevivência) e turbulência ambiental. Contudo, foi encontrada relação entre estratégia e objetivo organizacional. O estudo confirmou resultados de trabalhos anteriores e evidenciou a necessidade de se investigar atributos pessoais do estrategista e processos estratégicos em pequenas empresas.Downloads
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