Geopolítica e estratégias de internacionalização: caso de uma multinacional brasileira de engenharia
DOI:
https://doi.org/10.7213/rebrae.07.001.AO01Palabras clave:
Geopolítica, Estratégia, Multinacional, Engenharia.Resumen
Países costumam ter importantes interesses na esfera internacional, apoiados por estratégias geopolíticas. Essas estratégias são conduzidas tanto pelos próprios governos, geralmente apoiados na diplomacia, quanto por empresas nacionais. Por isso, muitas vezes, empresas recebem o suporte de seus governos nacionais para se internacionalizarem. O objetivo do trabalho é analisar a atuação de uma empresa multinacional brasileira no mercado internacional de serviços de engenharia e sua interface com a geopolítica do seu governo de origem. A base teórica está centrada essencialmente nas contribuições de Lecraw (1977), Lal (1983), Guedes (2006), Carter, Clegg and Kornberger (2008), García-Canal e Guillén (2008), Guillén e García-Canal (2009), Mazzola, Oliveira Jr. e Gião (2010) e Meyer (2011). A pesquisa caracteriza-se como um estudo de caso, de natureza qualitativa, em que foram analisadas as percepções de gestores acerca da influência da geopolíticanas estratégias de internacionalização da empresa. A unidade de análise é organizacional e tem como foco uma empresa multinacional brasileira que atua com destaque na área de engenharia consultiva. A análise revela que uma empresa prestadora de serviços de engenharia de um país emergente não pode prescindir do apoio governamental para alavancar sua participação internacional e competir com empresas de países desenvolvidos, as quais têm acesso aos recursos de que necessitam. As conclusões apontam para o fato de que a utilização de estratégias políticas caracteriza-se de importância vital para a obtenção do apoio governamental com impacto no desempenho da organização e sucesso do empreendimento.
Descargas
Citas
ALPHA INTERNACIONAL. Plano preliminar de internacionalização. Florianópolis: Alpha,
AMARAL, S. Uma política externa para o século XXI. In: DUPAS, G. et al. A nova configuração
mundial do poder. São Paulo: Paz e Terra, 2008.
ANTUNES, A. J. C. Infraestrutura da América do Sul: situação atual, necessidades e complementaridades possíveis com o Brasil. Trabalho realizado no âmbito do convênio
PNUD/CEPAL/NAE. Brasília: CEPAL, 2007.
ASTLEY, W. G.; VAN DE VEN, A. H. Central perspectives and debates in organizational theory.
Administrative Science Quarterly, v. 28, n. 2, p. 245-273, Jun. 1983.
BODDEWYN, J. J.; BREWER, T. L. International business political behavior: new theoretical
directions. Academy of Management Review, v. 19, n. 1, p. 119-143, 1994.
BONARDI, J-P. Global and political strategies in deregulated industries: the asymmetric behaviors of former monopolies. Strategic Management Journal, v. 25, n. 2, p. 101-120, 2004.
CATERMOL, F. Agências de crédito à exportação: o papel de instituições oficiais no apoio à
inserção internacional de empresas. Revista do BNDES, Rio de Janeiro, v. 15, n. 30, p. 5-38,
dez. 2008.
CARTER, C.; CLEGG, S. R.; KORNBERGER, M. A very short, fairly interesting and reasonably
cheap book about studying strategy. London: Sage Publications, 2008.
CLICK, R. W.; WEINER, R. J. Resource nationalism meets the market: political risk and the value
of petroleum reserves. Journal of International Business Studies, v. 41, n. 5, p. 783-803,
June/July 2010.
CHILD, J. Organizational structure, environment and performance: the role of strategic choice.
Sociology, v. 6, p. 1-22, 1972.
COIMBRA, L. Planalto cria consórcio para usinas no Peru. Folha de São Paulo, São Paulo,
maio 2010. Caderno Mercado, p. B1.
COLTRO, A. Gestão do risco político: algumas considerações teóricas. Caderno de Pesquisas em
Administração, v. 7, n. 3, p. 59-80, jul./set. 2000.
DELIOS, A.; HENISZ, W. J. Japanese firms investment strategies in emerging economies.
Academy of Management Journal, v. 43, n. 3, p. 305-323, June 2000.
EISENHARDT, K. M. Building theories from case study research. Academy of Management
Review, v. 14, n. 4, p. 532-550, 1989.
GALVÃO, B.; CATERMOL, F. Exportação de serviços e o apoio do BNDES. BNDES Setorial, n. 28,
p. 73-104, set. 2008.
GARCÍA-CANAL, E.; GUILLÉN, M. F. Risk and the strategy of foreign location choice in regulated
industries. Strategic Management Journal, v. 29, p. 1097-1115, May 2008.
GUEDES, A. L. Internacionalização de empresas como política de desenvolvimento:
uma abordagem de diplomacia triangular. Revista de Administração Pública, v. 40, n. 3,
p. 335-356, 2006.
GUILLÉN, M. F.; GARCÍA-CANAL, E. The american model of the multinational firm and the
“New” multinationals from emerging countries. The Academy of Management Perspectives,
v. 23, n. 2, p. 25-35, 2009.
HENISZ, W. J. The institutional environment for multinational investment. Journal of Law,
Economics, & Organization, v. 16, n. 2, p. 334-364, 2000.
KOLK, A.; PINKSE, J. Multinationals’ political activities on climate change. Business and
Society, v. 46, n. 2, p. 201-228, June 2007.
LAL, S. The new multinationals. New York: Wiley, 1983.
LECRAW, D. Direct investment by firms from less developed countries. Oxford Economic
Papers, v. 29, n. 3, p. 445-457, Nov. 1977.
LI, Q. Democracy, autocracy, and expropriation of foreign direct investment. Comparative
Political Studies, v. 42, n. 8, p. 1098-1127, Aug. 2009.
LUO, Y; ZHAO; H. Doing business in a transitional society: economic environment and relational
political strategy for multinationals. Business & Society, v. 20, n. 10, p.1-34, June 2009.
MAZZOLA, H. J.; OLIVEIRA Jr., M. M.; GIÃO, P. R. O conhecimento compartilhado na internacionalização de serviços de engenharia. In: OLIVEIRA Jr., M. M. (Org.). Multinacionais brasileiras:
internacionalização, inovação e estratégia global. Porto Alegre: Bookman, 2010. p. 187-201.
MELLO, P. C. Presença de empreiteiras se multiplicam no exterior: desembolso do BNDES para
projetos internacionais sobe 1.185% em 10 anos. Folha de São Paulo, São Paulo, 18 set. 2011.
Caderno Mercado, p. B1.
MEYER, B. Estratégias políticas nos mercados internacionais: o caso de uma empresa de
engenharia brasileira. 2011. 298 f. Tese (Doutorado em Administração) – Programa de
Pós-Graduação em Administração, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2011.
RAMAMURTI, R. Developing countries and MNEs: extending and enriching the research agenda.
Journal of International Business Studies, v. 35, n. 4, p. 277-283, 2004.
RIOS, S. P. O desenho das estratégias brasileiras de comércio com os Estados Unidos, América
Latina e União Europeia. In: BENECKE, D. W.; FENDT, R.; NASCIMENTO, R. Brasil na arquitetura comercial global. Rio de Janeiro: Konrad Adenauer, 2003. p. 37-66.
RODRIGUES, E. Brasil faz obras nos vizinhos temendo China. Folha de São Paulo, São Paulo,
set. 2009. Caderno Dinheiro, p. B6.
SENAUX, B. Corporate governance in complex institutional environment: the case of professional football clubs. In: EGOS ANNUAL COLLOQUIUM, 25., 2009, Barcelona. Proceedings...
Barcelona: EGOS, 2009. Disponível em: <http://www.egosnet.org/achive/2009_barcelona>.
Acesso em: 5 de dez. 2009.
SOUZA, L. Governo federal intensifica negócios com empreiteiras: cinco maiores construtoras
negociam com BNDES, Petrobras e fundos estatais. Folha de São Paulo, São Paulo, 7 fev. 2010.
Caderno Brasil, p. A4.
TAN, J.; TAN, D. Environment-strategy co-evolution and co-alignment: a staged model of Chinese
SOEs under transition. Strategic Management Journal, n. 26, p. 141-157, 2005.
VALENTE, R.; ODILLA, F. Diplomacia brasileira ajudou empreiteiras: Itamaraty tentou interferir em licitações internacionais de obras financiadas pelo BID e pelo Banco Mundial. Folha de São
Paulo, São Paulo, 18 set. 2011. Caderno Mercado, p. B5.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman, 2001.
ZAKARIA, F. The post-American world. New York: W. W. Norton & Company, 2008.
