Recordações de estudantes de suas piores experiências envolvendo professores

Autores

  • Paloma Albuquerque Universidade Federal do Triângulo Mineiro
  • Lúcia Cavalcanti de Albuquerque Williams Universidade Federal de São Carlos

DOI:

https://doi.org/10.7213/psicol.argum.35.89.AO05

Palavras-chave:

Violência, Professores, Saúde mental

Resumo

A violência na escola pode se manifestar de diversas formas e envolver vários
agentes escolares, como estudantes, funcionários, gestores e professores.
Considerando que agressões direcionadas a estudantes praticadas por
professores tem sido pouco pesquisadas, o objetivo desse estudo retrospectivo
foi o de investigar as piores experiências envolvendo professores de acordo com
estudantes, analisando o impacto de tais experiências sobre o bem estar dos
mesmos. De uma amostra de 691 estudantes de uma universidade pública que
responderam ao instrumento retrospectivo “Experiências Escolares Traumáticas
em Estudantes”, 156 identificaram o envolvimento de professores na sua pior
experiência escolar. Foram apontadas experiências de violência relacional
(34,5%); disciplina injusta (26,2%); violência verbal (8,3%); violência física
(5,7%); presenciar violência (3,7%); e violência sexual (0,6%). Os relatos dos
participantes indicaram episódios envolvendo humilhações; perseguição;
isolamento social; discriminação étnica, por status socioeconômico, condição de saúde/doença; homofobia; e punição corporal. A maioria dos estudantes relatou ter se incomodado muito com a experiência, identificando diversos problemas decorrentes, tais como dificuldades acadêmicas, queixas somáticas, isolamento social e sintomas depressivos. Tais dados apontam para a importância de programas de prevenção a violência no contexto escolar que sejam sensíveis às necessidades de todos os envolvidos, contribuindo para que as escolas sejam ambientes propícios ao desenvolvimento de relações interpessoais saudáveis.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Albuquerque, P. P., & Williams, L. C. A. (2015). Impacto das piores experiências escolares em estudantes: Um estudo retrospectivo sobre trauma. Paidéia, 25(62), 342-351.

Albuquerque, P. P., & Williams, L. C. A. (2014). Evidências de validade da escala “Student Alienation and Trauma Survey - R”. Avaliação Psicológica, 13(1), 115-124.

Ateah, A., & Cohen, I. (2009). School victimization and bullying experiences: Cross-national comparisons between Canada and the United States. New Scholarship in the Human Services, 8(1), 1-22.

Barbosa, A. J. G., Campos, R. A., & Valentim, T. A. (2011). A diversidade em sala de aula e a relação professor-aluno. Estudos de Psicologia, 28(4), 453-461.

Benbenishty, R., Zeira, A., Astor, R. A., & Khoury-Kassabri, M. (2002). Maltreatment of primary school students by educational staff in Israel. Child Abuse & Neglect, 26, 1291–1309.

Benbenishty, R., Zeira, A, & Astor, R. A. (2002). Children’s reports of emotional, physical and sexual maltreatment by educational staff in Israel. Child Abuse & Neglect, 26, 763–782.

Campbell, M. A. (2004). School victims: An analysis of my worst experience in school' scale. Performing Educational Research: Theories, Methods and Practices. Flaxton, Australia: Post Pressed Flaxton.

Espelage, D., Anderman, E. M., Brown, V. E., Jones, A., Lane, K. L., et al. (2013). Understanding and preventing violence directed against teachers. American Psychologist, 68(2), 75-87.

Ghosh, A., & Pasupathi, M. (2016). Perceptions of students and parents on the use of corporal punishment at schools in India. Rupkatha Journal on Interdisciplinary Studies in Humanities, 8(3), 269-280.

Hyman, I. A, & Perone, D. C. (1998). The other side of school violence: Educator policies and practices that may contribute to student misbehavior. Journal of School Psychology, 36(1), 7–27.

Hyman, I., & Snook, P. (2002). Manual for the My Worst Experience Scales (MWES). Los Angeles: Western Psychological Services.

Khoury-Kassabri, M., Astor, R. A., & Benbenishty, R. (2008). Student victimization by school staff in the context of an Israeli National School Safety Campaign. Aggressive Behavior, 34, 1–8.

Ruotti, C. (2007). Prevenção da violência escolar. In C. Ruotti, R. Alves, V. O. Cubas, Violência na escola: Um Guia para Pais e Professores (pp 209-232). São Paulo: Andhep: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.

Silva, M. (2013). A violência da escola na voz de futuros professores: uma probabilidade da produção da cultura da violência em ambientes escolares? Educar em Revista, 49, 339-353.

Stelko-Pereira, A. C., Santini, P. M., & Williams, L. C. A. (2011). Punição corporal aplicada por funcionários de duas escolas públicas brasileiras. Psicologia em Estudo, 16(4), 581-591.

Stelko-Pereira, A.C. & Williams, L.C.A. (2016). Evaluation of a Brazilian school violence prevention project (Violência Nota Zero). Pensamiento Psicólogico,14(1), 63-76. DOI: 10.11144/Javerianacali.PPSI14-1.ebsv

Whitted, K. S., & Dupper, D. R. (2008). Do teachers bully students? Findings from a survey of students in an alternative education setting. Education and Urban Society, 40(3), 329-341.

Williams, L. C. A. W., D'Affonseca, S. M., Correia, T. A., & Albuquerque, P. P. (2011). Efeitos a longo prazo da vitimização escolar. Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, 4(2), 187-199.

Downloads

Publicado

2019-08-12

Como Citar

Albuquerque, P., & Williams, L. C. de A. (2019). Recordações de estudantes de suas piores experiências envolvendo professores. Psicologia Argumento, 35(89). https://doi.org/10.7213/psicol.argum.35.89.AO05

Edição

Seção

Artigos