As mulheres do efa: epílogo da interdição da deusa e do feminino na Judá pós-exílica
DOI:
https://doi.org/10.7213/revistapistispraxis.07.001.ao03Palavras-chave:
Deusa, Asherah, Interdição feminina, Judá pós-exílica.Resumo
Este artigo é um exercício de interpretação histórico-social de Zc 5,5-11 no contexto das “Visões de Zacarias”. A visão de Zc 5,5-11 é interpretada como a descrição dramática do culto da deusa Asherah em Judá, constituído pela imagem da deusa (a mulher no efa) e seu respectivo aparelho litúrgico (sacerdotisas?): as mulheres com asas. A despeito das eventualmente históricas reformas anicônicas dos séculos VIII e VII a.C., teria permanecido em Judá o culto icônico da deusa Asherah, que se desenvolvera ainda mais desimpedidamente durante o período do cativeiro babilônico da elite religiosa de Jerusalém. Redigida pelo contingente sacerdotal dos deportados que retornam a Jerusalém em algum momento entre o fim do século VI e início do V a.C, a visão constituiria parte do projeto sacerdotal de hegemonia político-religiosa na Judá pós-exílica, cujos traços principais são o aniconismo cúltico, a monolatria e a exclusividade de acesso a Yahweh em Jerusalém, sob um aparelho sacerdotal exclusivamente masculino.
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