A MULHER NA FAMÍLIA CONTEMPORÂNEA: NOVOS PAPÉIS?

Autores

  • Fernanda Ax Wilhelm
  • Olga Mitsue Kubo

Resumo

Configurações familiares – mãe é uma só? É possível afirmar que nos diversos contextos (classes populares, áreas urbanas, rurais...) houve mudanças significativas em relação ao papel da mãe na família? O livro organizado por Carvalho e demais autores, intitulado “A Família Contemporânea em Debate" propicia, por meio de sua agradável leitura, uma diversidade de enfoques sobre as famílias brasileiras. Vale a pena ler a obra na perspectiva de conhecer estudos interdisciplinares sobre essa instituição, reunido em um único livro, conquanto sua publicação ser datada do ano de 1995. Os estudos aí contidos, no entanto, encontram-se atualizados, fato este perceptível a partir de sua reedição, configurando sua quinta edição, no ano de 2003 e vem a comprovar que o livro de Maria do Carmo Brant de Carvalho e colaboradores continua atual, fornecendo importante contribuição a temática. Vale a pena conferir! O livro é destinado a psicólogos que atuam no campo educacional ou clínico, incluindo também sociólogos e antropólogos que tenham interesse em compreender o fenômeno família em diversos âmbitos, tais como o social, histórico e cultural. Mesmo àqueles que ainda estão em processo de formação à cientistas de maneira geral, é recomendada a leitura desta obra, que expõe de forma acessível e agradável estudos interdisciplinares sobre a instituição família, permitindo exame sob diversos enfoques, não restringindo percebê-la apenas na perspectiva de nossas próprias famílias, ou daquelas que conhecemos. De uma maneira geral, os autores apresentam diversas concepções de família, evidenciando a dificuldade de eleger uma única definição de tal fenômeno. O livro é composto por 10 capítulos, de forma que em cada capítulo é examinada de forma particular a temática, fornecendo uma idéia da dinâmica que constitui esta instituição, não tendo como prioridade encontrar definições precisas sobre a mesma. Na obra, autores como Szymanski expõe teorias sobre famílias, ou ainda novos status familiares conforme postula Bilac, desafiando assim, qualquer tentativa de conceituação geral de família, uma vez que esta é organizada de maneiras diferentes, segundo condições peculiares que envolvem sua estrutura, papéis e funções. A constituição de uma família não é homogênea e sim um universo de relações diferenciadas. Obras como esta tornam-se imprescindíveis aos psicólogos pois oportunizam conceber o fenômeno sob vários enfoques a partir de uma construção interdisciplinar, uma vez que as diversas perspectivas sobre a instituição família possibilitam maior compreensão dela, permitindo atuar de forma mais abrangente com este fenômeno. A leitura do livro possibilita ao leitor perceber essas nuances, de forma simples e objetiva. Todos aqueles que em sua atuação profissional lidam com famílias sabem o quanto estas diferem entre si. A compreensão integral do ser humano, por outro lado, depende de um apropriado entendimento da sua inserção e relação com seu universo familiar. Essa é uma das tarefas centrais que caracterizam um amplo espaço de produção de conhecimento em Psicologia, bem como das demais áreas do conhecimento: analisar como as interações entre as múltiplas dimensões que caracterizam a vida familiar das pessoas a configuram em um mundo em constante transformação. Em cada lar, o modo de funcionamento das famílias ocorrerá de forma peculiar, a partir de regras e formas de criação e socialização singulares, inseridos em um contexto histórico, social e econômico específico. A inserção da mãe em cada unidade familiar será também demarcada de forma particular, caracterizando diferentes papéis. Alterações nos padrões familiares no século XXI foram advindas principalmente relacionadas ao papel de mãe a partir de sua inserção no mercado de trabalho. Os autores ao longo da obra, fazem referência àquelas mães que assumem a maternidade sem a participação dos pais, mães inseridas em bairros populares, mulheres do campo, ou seja, destaca a maternidade em diversos contextos na qual estas se caracterizam por serem participantes ativas do orçamento familiar, modificando assim as relações entre homem e mulher, bem como, com seus filhos. No entanto, os autores salientam ainda na dinâmica familiar, a percepção do papel de mãe como aquela que toma conta da casa e da educação das crianças tendo como características principais ser carinhosa, infatigável, ser responsável pela socialização da prole, doadora de afeto, mantenedora do equilíbrio e união do grupo doméstico. Por fim, esta é uma obra cujos autores apresentam uma pertinente reflexão sobre as famílias brasileiras, sendo de grande valia para o avanço na produção de conhecimento sobre esta instituição, sua dinâmica e desenvolvimento, permitindo ao leitor distanciar-se de modelos rígidos e preestabelecidos. É assim que este livro auxilia aos profissionais que atuam com esta abrangente instituição e que por isso vale a pena ser lido. Considerar sobre seu papel, cotidiano, mudanças e principalmente refletir sobre cada família como fenômeno singular, bem como a importância das mulheres para a melhoria das condições de vida das famílias, seja na esfera privada ou na esfera pública.

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Publicado

2017-10-27

Como Citar

Wilhelm, F. A., & Kubo, O. M. (2017). A MULHER NA FAMÍLIA CONTEMPORÂNEA: NOVOS PAPÉIS?. Psicologia Argumento, 23(42), 81–82. Recuperado de https://periodicos.pucpr.br/psicologiaargumento/article/view/20157

Edição

Seção

Resenha