POLÍTICA CIENTÍFICA NO GOVERNO FHC: “A ERA DA CÓPIA ACABOU”1 (!?) IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DE PESQUISADORES

Autores

  • Adriano Oliveira UFSC
  • Lucídio Lucídio Bianchetti PUCRJ

DOI:

https://doi.org/10.7213/rde.v4i13.7016

Resumo

Este trabalho resulta de investigação realizada com o objetivo de analisar as políticas de fomento à pesquisa e de contribuição à formação de pesquisadores no Brasil no período do governo Fernando Henrique Cardoso (1994- 2002). Utilizamos como metodologia de pesquisa a análise documental de leis, decretos, relatórios, atas, revistas, jornais e os documentos de política científica da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL) - Transformación Productiva com Equidad, da United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO) - Relatório Delors, e o Livro Verde e o Livro Branco de Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil. Ressaltamos, neste trabalho, a convergência nas prescrições de política de C&T a serem implantados nos países fora do pólo dinâmico do capital. Além disso, destacamos que o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) – principal órgão de fomento à pesquisa do país – vem por meio dos seus programas e ações implementando muitas das recomendações desses órgãos, como: indução nas políticas de formação de pesquisadores e no desenvolvimento de pesquisas em áreas consideradas estratégicas e à inovação tecnológica; na criação dos centros de excelência; no privilegiamento do doutorado; na concentração da formação de pesquisadores no país e na maior seletividade na concessão de bolsas no exterior e na política de desconcentração regional de recursos. Evidenciou-se neste estudo o esforço do governo FHC em reformar o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCT&I), porém o principal problema a superar é a falta de recursos e o predomínio de uma perspectiva pragmática e utilitarista. Dessa forma, a implementação dessas políticas tem aumentado as distâncias entre países produtores e consumidores de tecnologia.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BIANCHETTI. L. O desafio de escrever dissertações/teses: como incrementar a quantidade e manter a qualidade com menos tempo e menos recursos? In: _____; MACHADO, A. M. N. (Orgs.). A bússola do escrever: desafios e estratégias na orientação de teses e dissertações. Florianópolis: São Paulo,SP: Editora da UFSC/ Cortez , 2002.

BRASIL. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: LDBN. 4. ed. Florianópolis, SINEPE/SC, 1999.

CEPAL/UNESCO. Transformación productiva con equidad. Santiago do Chile, 1990.

CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO -CNPq. Resolução Normativa n º 019 de 05 de setembro de 2001. Normaliza o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC, revogando a RN 007/01. Presidente: Evando Mirra de Paula e Silva. Disponível em: www.cnpq.br.

Acesso em: 27 fev. 2002.

DELORS, J. Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. 3. ed. São Paulo,SP: Cortez:UNESCO/MEC, 1999.

ENGUITA, M. F. O discurso da qualidade e a qualidade do discurso. In: GENTILI, P. A. A. & SILVA, T. T. (Orgs.). Neoliberalismo, qualidade total e educação. Petrópolis: Vozes, 1996.

GUIMARÃES, J. A. CNPq: História exemplar e muitos desafios. Revista Ciência Hoje. Rio de Janeiro. v. 29, n. 173, p. 52-54, jul. 2001.

JACOBY, R. O fim da utopia: política e cultura na era da apatia. Rio de Janeiro,RJ: Record, 2001.

MCT/ABC. Livro verde de ciência tecnologia e inovação: desafio para a sociedade brasileira. Brasília,DF:MCT 2001.

MCT. Livro branco: ciência, tecnologia e inovação. Brasília,DF: MCT 2002.

MCT. Política de comunicação. Disponível em: www.mct.gov.br Acesso em 10 de out. 2002.

MORAES, M. C. M. Recuo da teoria: dilemas na pesquisa em educação. Florianópolis, CED/UFSC, 2000. (Mimeografado).

_____. Avaliação na pós-graduação brasileira: novos paradigmas, antigas controvérsias. In: BIANCHETTI, L.; MACHADO, A. M. M. A bússola do escrever: desafios e estratégias na orientação de teses e orientações. Florianópolis: São Paulo,SP: Editora da UFSC: Cortez, 2002.

NOVAES, W. Não esperar milagres. O Estado de S. Paulo. São Paulo, 22 de nov. 2002.

OLIVEIRA, Adriano de. Política científica no Brasil: Análise das políticas de fomento à pesquisa do CNPq. Florianópolis, 2003. 137 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Santa Catarina, 2003.

SAVIANI, D. A pós-graduação em educação no Brasil: pensando o problema da orientação. In: BIANCHETTI, L.; MACHADO, A. M. N. (Orgs.). A bússola do escrever: desafios e estratégias na orientação de teses e dissertações. Florianópolis: São Paulo,SP: Editora da UFSC: Cortez, 2002.

SCHARTZMAN, S. 50 anos de apoio a pesquisa. Revista Ciência Hoje. Rio de Janeiro, v. 29, n. 173, p.44-45. jul. 2001.

Downloads

Publicado

2004-07-17

Como Citar

Oliveira, A., & Lucídio Bianchetti, L. (2004). POLÍTICA CIENTÍFICA NO GOVERNO FHC: “A ERA DA CÓPIA ACABOU”1 (!?) IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DE PESQUISADORES. Revista Diálogo Educacional, 4(13), 53–67. https://doi.org/10.7213/rde.v4i13.7016