Comportamento estratégico da cadeia produtiva do peixe na região de Dourados, MS, Brasil

Authors

  • André Ximenes de Melo
  • Renato Luiz Sproesser
  • Patrícia Campeão

DOI:

https://doi.org/10.7213/rebrae.v2i2.13460

Keywords:

Competitividade. Vantagem competitiva. Estratégia

Abstract

Este paper tem a finalidade de questionar se, numa cadeia produtiva, “a maioria das empresas só é bem-sucedida se outras também forem”. Para tal, utilizou-se o método de estudo de caso calcado em pesquisa tipo survey e documental, com análise de dados primários, na região de Dourados, MS, no ano de 2008. Observou-se que a falta de planejamento e de gestão das diversas atividades que compõem a cadeia produtiva do peixe, e especialmente da piscicultura, tem se desenvolvido com problemas estratégicos. A engorda de peixes tem características de concorrência perfeita: o produto é homogêneo e o preço é dado pelo comprador. A produção de alevinos se aproxima mais de um oligopólio diferenciado, em que a estratégia dominante é a diferenciação dos produtos: Dourado, Pacu, Pintado e Tambacu. Alguns players preferem produzir espécies nativas e usam essa flexibilidade para introduzir espécies exóticas. A diferenciação também se dá em duas dimensões: alevinos de baixo custo e com alto potencial de filetagem. Já o segmento de frigorificação caracteriza-se como oligopólio concentrado. O frigorífico pesquisado atua com escala produtiva, distribuindo para varejistas e para exportação. A sua maior diferenciação está na espécie nativa produzida e em seus cortes especiais. A estratégia predominante no abate/frigorificação é a diferenciação do produto, buscando oferecer produtos considerados superiores. Em síntese, observou-se que os elos de alevinagem e frigorificação têm base na estratégia da diferenciação enquanto os engordadores atuam numa estrutura de mercado análoga à de concorrência perfeita.

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Published

2009-07-18

How to Cite

de Melo, A. X., Sproesser, R. L., & Campeão, P. (2009). Comportamento estratégico da cadeia produtiva do peixe na região de Dourados, MS, Brasil. REBRAE, 2(2), 203–213. https://doi.org/10.7213/rebrae.v2i2.13460

Issue

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