A influência do biopoder na economia: o tempo livre vigiado e consumido

Autores

  • Marcela Andresa Semeghini Pereira

DOI:

https://doi.org/10.7213/rev.dir.econ.socioambienta.06.002.AO08

Palavras-chave:

biopoder, economia, lazer, capital humano.

Resumo

O presente artigo versou sobre o biopoder, denominação proposta por Michel Foucault, que traz reflexões sobre ações disciplinares e vigilantes que interferem nas características vitais da existência humana. Foucault considera o poder disciplinar como método fundamental para a implantação do capitalismo industrial e da sociedade que ele dá origem e o desenvol- vimento e exercício deste não deve ser dissociado da consolidação de aparatos particulares de conhecimento e da formação das ciências humanas. O saber também é um instrumento de poder que criou técnicas para disciplinar o corpo individual do trabalhador, técnicas de racionalização e de economia estrita de um poder que deveria se exercer mediante todo um sistema de vigilância, de hierarquias, de inspeções, ou seja, uma tecnologia disciplinar para dar suporte ao mundo do trabalho. O lazer, como tempo de vida e reflexão crítica ao biopo- der implica fruição da vida humano-genérica, isto é, vida social plena de relações humanas interpessoais e é também o principal momento de desenvolvimento das potencialidades do homem. Concluiu-se que direito precisa garantir o lazer, notando mais a humanidade e dar- se conta de que, o seu principal foco são os seres humanos, além de que o trabalhador necessita despertar sua humanidade. O método utilizado foi o dialético, para compreensão do homem enquanto ser histórico, pesquisa bibliográfica em livros de sociologia, filosofia e política. 

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Publicado

2015-07-01

Como Citar

Semeghini Pereira, M. A. (2015). A influência do biopoder na economia: o tempo livre vigiado e consumido. Revista De Direito Econômico E Socioambiental, 6(2), 209–231. https://doi.org/10.7213/rev.dir.econ.socioambienta.06.002.AO08

Edição

Seção

Artigos