Massificação cultural, práticas educativas e autonomia social

Autores

  • Luiz Hermenegildo Fabiano Universidade Estadual de Maringá (UEM), Membro do Grupo de Pesquisa Teoria Crítica e Educação, Maringá, PR - Brasil.
  • Franciele Alves da Silva Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), analista socioambiental da Companhia Paranaense de Energia (Copel), Maringá, PR - Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.7213/dialogo.educ.7217

Resumo

O recorte proposto por esse estudo analisa aspectos fundamentais sobre a formação cultural constituída sob a lógica do capitalismo tardio. Deriva desse contexto, a incorporação de valores de naturalização ideológica e de regressão social. Os pressupostos teórico-metodológicos da Teoria Crítica, desenvolvida pelos pensadores frankfurtianos, especialmente as contribuições de Theodor Adorno e Max Horkheimer sustentam esse veio de análise. Tal abordagem incide sobre a racionalidade técnica dominante no contexto da sociedade industrial e suas implicações formativas na constituição da consciência social. Num momento histórico em que a mídia tem assumido também um papel formativo na sociedade, é fundamental e urgente uma discussão crítica sobre a interferência da indústria cultural nos processos educativos. Em vista disso, as relações sociais orientadas pela lógica industrial mostram-se uma temática pertinente à formação de professores, cuja prática é cotidianamente influenciada pela massificação resultante desse modelo de produção material. O enfoque da análise proposta viabiliza uma instrumentação teórica que capacita a reflexão como forma de intervenção nas convenções ideológicas que naturalizam o modelo da organização social vigente. A reflexão, nesse sentido, torna-se prática educativa enquanto ação crítica do comprometimento formativo e cultural da sociedade contemporânea. 

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Publicado

2012-07-11

Como Citar

Fabiano, L. H., & Alves da Silva, F. (2012). Massificação cultural, práticas educativas e autonomia social. Revista Diálogo Educacional, 12(37), 1065–1084. https://doi.org/10.7213/dialogo.educ.7217