IMPLEMENTANDO PRÁTICAS RESTAURATIVAS NAS ESCOLAS BRASILEIRAS COMO ESTRATÉGIA PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA CULTURA DE PAZ

Autores

  • Patrícia Krieger Grossi Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)
  • Andréia Mendes dos Santos Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)
  • Simone Barros de Oliveira Faculdade de Serviço Social da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), São Borja, RS
  • Camila da Silva Fabis Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

DOI:

https://doi.org/10.7213/rde.v9i28.3304

Resumo

Este artigo tem por objetivo apresentar os resultados da pesquisa de avaliação e monitoramento de práticas restaurativas desenvolvidas em três escolas da rede pública e privada de Porto Alegre. Esta pesquisa é uma parceria da Faculdade de Serviço Social com a 3ª Vara do Juizado Regional da Infância e Juventude por meio do Projeto Justiça para o Século 21. Partimos de um diagnóstico situacional de cada escola para identificar expressões de violência e suas formas de enfrentamento através da aplicação de questionários a alunos e professores. A Justiça Restaurativa é uma abordagem inclusiva e colaborativa baseada nos valores de inclusão, pertença, solidariedade e escuta ativa que prevê a participação de alunos, professores, comunidade, família e rede de apoio nas situações de conflitos e violências visando à restauração das relações sociais. As práticas restaurativas vêm desconstruindo essa cultura de violência e promovendo a cultura de paz nas escolas. Conclui-se que o bullying no ensino fundamental foi percebido como principal expressão de violência nas escolas participantes. Os círculos restaurativos realizados nas escolas contribuíram para a instauração de práticas dialógicas e afirmação de acordos que contemplaram as necessidades das vítimas e comunidade afetada. 90% das pessoas sentiram-se ouvidas e respeitadas, o que evidencia a necessidade contínua de fortalecimento dessas práticas no cotidiano escolar. Entre muitas das repercussões positivas do Projeto nas escolas, vale destacar a diminuição de encaminhamentos para o Serviço de Orientação Educacional (SOE), direção da instituição ou ao Departamento Estadual da Criança e do Adolescente e os sentimentos de segurança decorrentes da participação.

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Publicado

2009-07-07

Como Citar

Krieger Grossi, P., Mendes dos Santos, A., Barros de Oliveira, S., & da Silva Fabis, C. (2009). IMPLEMENTANDO PRÁTICAS RESTAURATIVAS NAS ESCOLAS BRASILEIRAS COMO ESTRATÉGIA PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA CULTURA DE PAZ. Revista Diálogo Educacional, 9(28), 497–510. https://doi.org/10.7213/rde.v9i28.3304