Educação para a justiça social, agentes insurgentes e a crise do instituído

Autores

  • Lindomar Wessler Boneti Pontifícia Universidade Católica do Paraná, (PUCPR), Curitiba, PR, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.7213/dialogo.educ.16.047.DS03

Resumo

Este texto tem como objetivo analisar uma problemática típica da contemporaneidade, envolvendo o universo social e, explicitamente, o escolar. Trata-se de uma tensão entre a expressão do mundo da vida, expressa pela insurgência e transgressão, e o instituído (o conjunto de regras, normas e valores). Argumenta-se que esta tensão se explica pelo distanciamento entre a epistemologia do instituído, a qual não contempla o mundo da vida, e, portanto, não atribui racionalidade à expressão da insurgência e da transgressão. Esta tensão pode se encontrar justamente no descompasso entre a expressão do ser, da emoção, do desejo, do querer, do sonho e a epistemologia do instituído. Isto é, a epistemologia do instituído continua assentado na razão moderna, a qual distancia-se do mundo da vida considerando apenas racional a obediência às regras e normas instituídas e a capacidade de evolução. Entende-se que uma educação comprometida com a justiça social não comporta desvincular da sua institucionalidade a expressão da vida no mundo real.

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Publicado

2016-07-13

Como Citar

Wessler Boneti, L. (2016). Educação para a justiça social, agentes insurgentes e a crise do instituído. Revista Diálogo Educacional, 16(47), 59–76. https://doi.org/10.7213/dialogo.educ.16.047.DS03