Caderno Teológico da PUCPR

O O PRIMEIRO CANTO DO SERVO DE YHWH (ISAÍAS 42,1-9) EM CHAVE DE MISHPAT: UMA ANÁLISE DE TRADUÇÕES EM LÍNGUA PORTUGUESA

Márcio José Pelinski — 2023-04-25

Neste trabalho foram analisadas oito traduções brasileiras de Isaías 42,1-9. Seis destas traduções estão em edições de bíblias (Almeida Revista e Atualizada, TEB, Bíblia de Jerusalém, Nova Edição Pastoral, Bíblia do Peregrino e Nova Tradução da CNBB) e duas publicadas em trabalhos científicos (artigos dos pesquisadores Valmor da Silva e Fábio Pires). O objetivo geral desta pesquisa foi a análise teológica do texto do Primeiro Canto do Servo de YHWH em cada tradução comparando as expressões que contribuem para uma interpretação em chave de ampliação teológica da palavra hebraica "mishpat", tendo como foco o Servo enquanto anunciador/implantador de "mishpat". Os objetivos específicos foram: 1) A busca de uma ou mais traduções que contribuam para uma melhor compreensão teológica da perícope. 2) Partindo do prisma teológico da palavra "mishpat", verificação das opções e usos desta e de outras expressões-chave nas diferentes traduções. 3) Analisar com quais ênfases as traduções apresentam a vocação e missão do Servo de YHWH. 4) Indicar quais traduções e opções de tradução ampliam a teologia do texto. Para esta pesquisa, foi realizada uma análise comparativa entre as oito traduções (colocadas em colunas paralelas) destacando divergências, convergências e opções de tradução. Como destaque da análise, está a verificação da tradução da palavra hebraica "mishpat", que está presente nos versos 1, 3 e 4. Por fim, para a análise e teologia da perícope, foram considerados na metodologia de Revisão de Literatura os trabalhos de importantes pesquisadores do Primeiro Canto do Servo.

As DAS NARRATIVAS BÍBLICAS PARA O ROTEIRO CÊNICO DE NOVA JERUSALÉM: A PAIXÃO DE CRISTO DE PERNAMBUCO

Cristiane Lieuthier — 2023-04-25

A cidade-teatro de Nova Jerusalém é o maior espaço teatral ao ar livre do mundo. É cercada por uma alta muralha de pedras e, no seu interior, nove palcos-plateias evocam cenários onde Jesus transitou e viveu seus últimos dias. Esta comunicação tem como objetivo investigar a transposição de narrativas bíblicas para a cena “A tentação de Jesus”, a qual constitui parte integrante do espetáculo Paixão de Cristo que é apresentado todos os anos durante a Semana Santa em Brejo Madre de Deus no interior do estado de Pernambuco. Durante o período que antecede as apresentações, o espetáculo é anunciado nas mídias sociais por meio de utilização de logotipos, envolvendo arte-visual e diagramação entre palavras e elementos cênicos. A cruz, elemento com forte significado para o espetáculo, substitui a letra X, na palavra paixão. A cor vermelha destaca a dor, o sofrimento e o sangue derramado por Cristo em seus últimos passos. Sob a luz de conceitos teorizados por Irina Rajewsky e Linda Hutcheon, busca-se identificar e analisar as relações intermidiáticas que regem o diálogo entre o discurso bíblico verbal e o espetáculo teatral.

É CORRETO AFIRMAR QUE EXISTE UMA ESPIRITUALIDADE LGBTQIANP+?

Mauro_Eduardo_Soares_de Oliveia — 2023-04-25

Este trabalho discorrerá sobre a espiritualidade no seguimento cristão das expressões teológicas de fronteira: Teologia Feminista e Teologia do Negro. E com base nestas apresentar uma Teologia de integração do Grupo LGBTQIAPN+, contextualizando a realidade desse universo, suas histórias, as discriminações e os seus lugares de fala e a sua relação com o divino. A finalidade foi apresentar, por meio de artigos e documentações acadêmicas, a presença de uma espiritualidade existente e atuante no meio da comunidade LGBTQIAPN+. Utilizou-se do método de análise de conteúdo, dentro das Teologias de Gênero e Negra, ocorrendo uma exposição dos conceitos teológicos e o que ressoa na vivência para o grupo LBGTQIAPN+. A análise evidenciou vivências e sentimentos adquiridos no chão da realidade, e com isso explicitou que indivíduos LGBTQIAPN+, tal qual mulheres ou qualquer membro da humanidade busca essa conexão de respostas e alívios, de vontades e necessidades com esse divino que está sempre pronto a acolher.

Pastoral da Saúde e Bioética

ANELISE BIESDORF — 2023-09-25

Ao observar as atuais fragilidades humanas, este artigo busca demonstrar o quanto a Pastoral da Saúde pode contribuir com a sociedade na busca de uma saúde plena, bem como identificar processos de dor e sofrimento nos mais diversos contextos existenciais. O objetivo é analisar a Pastoral da Saúde na missão de assistir e amparar aos que necessitam. O método é dedutivo, a metodologia é qualitativa bibliográfica que evidenciou a possibilidade da Pastoral da Saúde apoiar-se na Bioética que, por diferentes vias, tem o mesmo objetivo da Pastoral: cuidar das pessoas e defender a vida. A pesquisa demonstrou que a realidade contemporânea está carente de cuidado, desassistida de atenção e embora cercada de tecnologia e redes sociais, as pessoas se sentem sozinhas e desamparadas. Foi a esses que Jesus se dedicou, portanto, pastorear por meio da Pastoral, é ser Jesus presente nas vulnerabilidades de hoje. Nesse sentido, a Bioética, sendo uma disciplina-ponte entre todas as ciências, pode auxiliar a Pastoral da Saúde no que diz respeito a defesa da vida e o cuidado do ser humano tendo como exemplo Jesus que curava evangelizando e restituía a vida integral como cura.

A RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA NA EVANGELIZAÇÃO

Rogério L. Zanini — 2024-05-27

O presente texto busca flexionar uma temática importante: a relação entre teoria e prática na evangelização a partir de uma perspectiva teológico-pastoral. Interessa, no entanto, não somente refletir, mas propor um possível caminho de enfrentamento da dicotomia existente entre teoria e prática, tendo por base um diálogo com a proposta da Metodologia Histórico-Evangelizadora (MHE) protagonizada pela Faculdade de Teologia e Ciências Humanas (Itepa Faculdades/RS). A partir de uma análise bibliográfica da produção já realizada, defendemos que o método teológico sistematizado pelo padre e educador Elli Benincá e as equipes de professores/pesquisadores que, com ele caminharam, assinalam um caminho de enfrentamento, através da MHE. Metodologicamente, primeiro, se retoma alguns dados referentes ao padre e educador Elli Benincá. Em segundo lugar, se descreve a Metodologia Histórico-Evangelizadora sistematizada por Benincá e suas equipes de pesquisadores, através da observação, registro, sessão de estudos e re-encaminhamentos. E, no terceiro e último aspecto, terminamos defendendo que a MHE oferece bases sólidas para enfrentar a dicotomia entre teoria e prática na missão evangelizadora.

A nova perspectiva da “desjudaização de Paulo” como deslocamento de posição social

Caio Matheus Caldeira da Silva — 2024-05-27

Resumo

A nova perspectiva da “desjudaização de Paulo” refere-se ao processo pelo qual o apóstolo Paulo adotou uma nova posição social após aderir ao movimento dos seguidores de Jesus de Nazaré dentro da sua prática judaica. Esse deslocamento de posição social foi consequência da mudança de crenças e práticas religiosas de Paulo dentro do próprio judaísmo, bem como da sua identificação com a mensagem do Evangelho. Como judeu, Paulo tinha uma posição social e religiosa privilegiada; muitos sustentam que isso lhe favoreceu no anúncio do Evangelho. Entretanto, quando temos uma visão decolonial percebemos que isso na realidade o desfavoreceu perante seu ministério missionário e até mesmo perante a sua vida civil. Ele pertencia à elite intelectual e religiosa de sua época, sendo um fariseu respeitado e estudado nas tradições rabínicas. Ele renunciou sua identidade judaica tradicional para se tornar um seguidor do messias-ressurreto passando a enfrentar perseguições e marginalização por parte de seus antigos companheiros judeus. A metodologia escolhida para o desenvolvimento deste estudo é de caráter qualitativo, de cunho documental e bibliográfico. Em resumo, o processo de “desjudaização de Paulo” representou uma profunda mudança de sua posição social. Ao adotar o cristianismo, Paulo redefiniu sua posição na sociedade e abriu caminho para se tornar um dos principais agentes de transformação religiosa e social de sua época.

Palavras-chave: Paulo. Decolonial. Desjudaização. Posição Social. Desmitificação.

Decolonialidade e Práticas Emancipatórias

Ingrid Carolina Soto Escobar Ribeiro — 2023-08-25

A presente resenha da obra Decolonialidade e Práticas Emancipatórias: Novas perspectivas para a área de Ciências da Religião e Teologia, reúne sete textos de conferências do 32° Congresso Internacional da SOTER de 2019 que expõem novos horizontes de pesquisa e atuação na área de Ciências da Religião e Teologia. Ao serem apresentados relatos do existir humano e análises científicas epistemológicas que partem de um olhar decolonial compreendido como uma perspectiva marcada por lutas e resistências sociais de povos subjugados em busca de direitos e reconhecimento, surgem indagações e críticas a um pensamento tido como moderno capitalista patriarcal, racista, colonial e antropocêntrico. Dessa forma, os textos manifestam um panorama de práticas emancipatórias com uma nova orientação para a sociedade plural no campo do saber acadêmico e científico. Mesmo que o pensamento decolonial possua anseios e limites e esteja cercado por tensões e problemas complexos, há a vontade de construir um espaço que revele a indispensabilidade de um respeitoso diálogo inter-religioso multicultural que possa nutrir a inclusão, a equidade e a cooperação entre povos.

O VITRAL RELIGIOSO MEDIEVAL NA GÊNESE DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS

Ed Marcos Sarro — 2023-06-06

O artigo que ora se apresenta, nasceu como subproduto de uma pesquisa de pós-doutoramento sobre vitrais religiosos no departamento de Teologia da PUC-PR. O objetivo dele é traçar paralelos entre a linguagem visual presente na arte do vitral religioso medieval e a dinâmica das histórias em quadrinhos. Ancestral tecnológico e conceitual da câmera escura, da fotografia, do cinema e da projeção em RGB, o vitral pode estar também na gênese das histórias em quadrinhos enquanto seu princípio dinâmico. Uma vez que a leitura da imagem visual não é algo totalmente intuitivo, possivelmente os vitrais (assim como outras formas de arte sacra e religiosa que os antecederam), contribuíram para o treinamento do olhar do homem medieval, desenvolvendo as competências essenciais para a formação de gerações de leitores de imagens. Nossa análise se baseará em textos sobre o vitral no contexto da arquitetura gótica e sobre retórica verbo-visual das histórias em quadrinhos, bem como na observação e comparação entre imagens dos dois gêneros discursivos. Ao final, esperamos apresentar os quadrinhos como herdeiros de uma parte importante do imaginário Ocidental.

CIÊNCIAS DA RELIGIÃO E TEOLOGIA: PESQUISAS EM DIÁLOGO

Eva Gislane Barbosa — 2023-04-25

O presente Dossiê objetiva publicizar as produções resultantes de compartilhamento de estudos e atualização científica das áreas de Ciências da Religião e Teologia. Ao analisar a relação dessas duas áreas de pesquisa, João Décio Passos (2019) aponta a relação intencional e colaborativa entre Ciência da Religião e Teologia, destacando suas interações epistemológicas e metodológicas. Para ele, apesar de suas distinções, ambas compartilham um terreno comum no contexto acadêmico e científico. A influência mútua ocorre porque habitam os mesmos espaços institucionais ou abordam objetos e métodos semelhantes (Passos, 2019). Ambas têm uma história de cruzamento e colaboração, apesar de suas autonomias epistemológicas.

Nenhuma ciência é completamente isolada, assim como não pode reivindicar superioridade sobre outra; todas estão interligadas em um quadro interdisciplinar. Assim sendo, Ciência da Religião e Teologia devem continuar a dialogar e colaborar, aproveitando suas coabitações institucionais. (Passos, 2019).

O diálogo entre essas duas áreas do conhecimento, de um modo geral pode contribuir tanto para o amadurecimento do juízo da Igreja quanto para o avanço ético da humanidade, conforme destacado pelo Papa Francisco. (Cf. EG 40). É precisamente no processo de trocas que as ciências avançaram no decorrer da história e avançam quantitativa e qualitativamente, metodológica e epistemologicamente, incorporando novos objetos, construindo novos paradigmas e revendo suas próprias identidades (Passos, 2019).

Alex Villas Boas (2023), sublinha a importância da prática colaborativa entre teólogos e cientistas da religião para a consolidação da interdisciplinaridade. Concebe que não é suficiente debater teoricamente; é essencial criar projetos conjuntos que abordem problemas complexos. Este esforço conjunto facilita uma visão compartilhada e uma interpretação, inerente ao fenômeno religioso, superando a autorreferencialidade. Ao adotar uma perspectiva interdisciplinar, Ciência da Religião e Teologia podem contribuir significativamente para entender a complexidade do fenômeno religioso no século XXI.

Rogério L. Zanini, em seu texto, A relação teoria e prática na evangelização: Um ensaio de diálogo sobre a Metodologia Histórico-Evangelizadora, investiga a relação entre teoria e prática na evangelização, propondo a Metodologia Histórico-Evangelizadora (MHE) como um caminho para superar essa dicotomia. A MHE, desenvolvida por Elli Benincá e suas equipes, é apresentada como uma abordagem sistemática que inclui observação, registro, sessão de estudos e reencaminhamentos. Zanini defende que essa metodologia oferece uma base sólida para integrar teoria e prática na missão evangelizadora promovendo uma reflexão teológico-pastoral mais eficaz.Parte inferior do formulário

Em O Primeiro Canto do Servo de YHWH (Isaías 42,1-9) em chave de mishpat: uma análise de traduções em Língua Portuguesa, Márcio José Pelinski, avalia oito traduções brasileiras de Isaías 42:1-9, visando compreender as implicações teológicas da palavra hebraica “mishpat”. A pesquisa compara traduções de diversas edições da Bíblia e artigos científicos, focando no papel do Servo como proclamador e implementador do “mishpat”. O estudo procura identificar traduções que melhorem a compreensão teológica, analisando expressões-chave e escolhas de tradução. Uma análise comparativa destaca divergências e convergências, particularmente a tradução de “mishpat” em Is 42, versículos 1, 3 e 4, utilizando uma metodologia abrangente de revisão da literatura.

No artigo de Cristiane Lieuthier e Anna Stegh Camati, intitulado Das narrativas bíblicas para o roteiro cênico de Nova Jerusalém: a Paixão de Cristo de Pernambuco, as autoras destacam o status único da cidade Brejó Madre de Deus (PE), como o maior teatro ao ar livre do mundo. Está cercado por uma alta muralha de pedras. Dentro dessa muralha, nove palcos-plateias reproduzem cenários dos últimos dias de Jesus. Este estudo buscou explorar a adaptação das narrativas bíblicas na cena "A tentação de Jesus", uma parte fundamental do espetáculo Paixão de Cristo, apresentado anualmente durante a Semana Santa. O estudo examina como as mídias sociais e as artes visuais são utilizadas para promover o evento, observando o uso simbólico da cruz e da cor vermelha. A pesquisa, fundamentada nas teorias de Irina Rajewsky e Linda Hutcheon, analisa as relações intermediáticas entre os textos bíblicos e sua representação teatral.

O artigo A nova perspectiva da 'desjudaização de Paulo' como deslocamento de posição social, de Caio Matheus Caldeira da Silva é um estudo que busca investigar como o apóstolo passou por um processo de mudança de posição social ao adotar o movimento dos seguidores de Jesus de Nazaré. Esse estudo mostra que, inicialmente, Paulo era um judeu com uma posição social e religiosa privilegiada. No entanto, sua identificação com a mensagem do Evangelho de Jesus Cristo e a adoção do cristianismo resultaram em perseguições e marginalização por parte de seus antigos companheiros judeus. O estudo utiliza uma perspectiva decolonial para analisar como Paulo desconstruiu estruturas de poder e colonialismo, promovendo a valorização de culturas marginalizadas. Apesar de sua posição inicial favorecida, o seu deslocamento social representou uma redefinição profunda de sua identidade, fazendo dele um agente significativo de transformação religiosa e social.

O artigo de Ed Marcos Sarro, intitulado O vitral religioso medieval na gênese das histórias em quadrinhos, vem de forma criativa apresentar paralelos entre a linguagem visual dos vitrais religiosos medievais e a dinâmica das histórias em quadrinhos. Os vitrais são vistos como ancestrais tecnológicos e conceituais da câmera escura, da fotografia, do cinema e da projeção em RGB (Red, Green, Blue) . O artigo propõe que os vitrais, ao mesmo tempo que constituem um meio de comunicação visual dinâmico, podem estar na gênese das histórias em quadrinhos. O treinamento do olhar humano medieval, através dos vitrais e outras formas de arte sacra, teria desenvolvido as competências visuais necessárias para a interpretação das imagens, habilidades essas que são fundamentais para os leitores de histórias em quadrinhos. A análise do artigo se baseia em textos sobre o vitral no contexto da arquitetura gótica e na retórica verbo-visual das histórias em quadrinhos, além de observações e comparações entre imagens dos dois gêneros. Ao final, o artigo espera apresentar as histórias em quadrinhos como herdeiras de uma parte significativa do imaginário ocidental.

No artigo Maria Madalena e as mulheres do século XXI: misoginia e omissão da Igreja? Regiane Cardoso busca investigar a verdadeira identidade de Maria Madalena, desmistificando as injúrias atribuídas a ela e relacionando seu modelo de discipulado com as mulheres da atualidade. O artigo destaca a resistência histórica da Igreja em acolher a figura feminina e a importância das reflexões propostas pelo Papa Francisco para a inserção das mulheres na Igreja, fundamentadas em decretos do Concílio Vaticano II. Cardoso enfatiza a necessidade de reconhecer e valorizar a presença feminina na Igreja para enfrentar a supremacia masculina e o clericalismo.

O trabalho intitulado É correto Afirmar que Existe uma Espiritualidade LGBTQIANP+?, escrito por Mauro Eduardo Soares de Oliveira e Andreia Cristina Serrato, explora a espiritualidade no contexto cristão, integrando as Teologias Feminista e Negra. O estudo busca apresentar uma Teologia voltada ao Grupo LGBTQIAPN+, abordando suas realidades, histórias, discriminações e suas interações com o divino. A pesquisa se fundamenta em artigos e documentos acadêmicos para demonstrar a presença de uma espiritualidade ativa dentro da comunidade LGBTQIAPN+. Utilizando o método de análise de conteúdo dentro das Teologias de Gênero e Negra, o estudo expõe conceitos teológicos e suas ressonâncias nas vivências do grupo LGBTQIAPN+. Os resultados evidenciam as experiências e sentimentos reais dessa comunidade, mostrando que, assim como mulheres e outros membros da humanidade, os indivíduos LGBTQIAPN+ buscam uma conexão com o divino. Essa busca envolve respostas, alívios, vontades e necessidades que são acolhidas por um divino sempre pronto a receber.

E ainda, Ingrid Soto apresenta uma resenha da obra "Decolonialidade e práticas emancipatórias: novas perspectivas para a área de Ciências da Religião e Teologia," organizado por Cesar Kuzma e Paulo Fernando Carneiro de Andrade. Para a resenhista, o livro consiste numa coletânea de sete conferências apresentadas no 32° Congresso Internacional da SOTER em 2019. O foco da obra é explorar a decolonialidade e as práticas emancipatórias no contexto das Ciências da Religião e Teologia. Através de uma abordagem decolonial, os textos discutem a resistência social e a ampliação do saber científico, oferecendo novas perspectivas de investigação e compreensão teológica. A estrutura do livro apresenta textos em espanhol e português, refletindo a diversidade linguística dos conferencistas.

À leitura!