AGONÍSTICA E PALAVRA

Autores

  • Guilherme Castelo Branco Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

DOI:

https://doi.org/10.7213/rfa.v23i32.1765

Resumo

Partiremos da hipótese de que a filosofia não nasceu sob o signo da pacificação nem se desenvolveu em um mundo social regido pelo consenso. Oriunda de uma precária e frágil experiência democrática na Grécia Antiga, a tarefa maior da filosofia, desde sua origem, foi a de buscar constituir argumentos consistentes do ponto de vista da lógica do discurso e que fossem socialmente aceitos. Como pensamento e luta estão juntos, decorre disso que inexiste filosofia sem beligerância, sem rivalidade, sem disputa. O inimigo maior da filosofia, assim, não é a luta argumentativa, nem o combate teórico, tampouco o adversário da filosofia é a doxa. Nosso maior adversário não é da ordem do pensamento, em que existe e deve existir certo grau de tolerância e rivalidade entre distintos modos de perceber as coisas. A agonística entre ideias diferentes não é a verdadeira inimiga da filosofia, mas o lugar natural de seu exercício.

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Publicado

2011-05-08

Como Citar

Branco, G. C. (2011). AGONÍSTICA E PALAVRA. Revista De Filosofia Aurora, 23(32), 145–155. https://doi.org/10.7213/rfa.v23i32.1765

Edição

Seção

Dossiê