A técnica como fenômeno ontológico e político: uma articulação entre Heidegger, Feenberg e Deleuze

Autores

  • Eladio Constantino Pablo Craia Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR)

DOI:

https://doi.org/10.7213/aurora.27.040.DS03

Resumo

O artigo analisa uma das possíveis relações conceituais entre a questão ontológica e a reflexão política no marco do pensamento sobre a técnica. Num primeiro movimento analítico, o texto expõe os traços fundamentais da filosofia de Martin Heidegger no que diz respeito à questão da técnica, verificando sua novidade, radicalidade e fertilidade. Permanecendo no âmbito da filosofia heideggeriana, o artigo aponta certos limites e dificuldades na analítica estritamente ontológica proposta pelo pensador alemão. Em virtude destas restrições indicadas, num segundo momento o texto pondera algumas das propostas básicas da filosofia da técnica de Andrew Feenberg, implementando, deste modo, um deslocamento do puramente ontológico para o marco do político. O ponto central neste movimento é aquele que verifica que, apesar de todos os cuidados conceituais de Feenberg, a censura heideggeriana, de cunho ontológico, a qualquer intento de organização da técnica a partir das esferas da ética e da política, permanece pertinente. Finalmente, num terceiro momento, o artigo aborda a filosofia de Gilles Deleuze, expondo uma possível articulação entre política e ontologia que possa superar essa aporia de base.

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Publicado

2015-04-28

Como Citar

Craia, E. C. P. (2015). A técnica como fenômeno ontológico e político: uma articulação entre Heidegger, Feenberg e Deleuze. Revista De Filosofia Aurora, 27(40), 59–83. https://doi.org/10.7213/aurora.27.040.DS03