Revista de Filosofia Aurora https://periodicos.pucpr.br/aurora <p>A Revista de Filosofia Aurora da PUCPR apresenta-se como um canal de divulgação da pesquisa de alta qualidade em filosofia aberto não apenas para a comunidade filosófica local, mas de todo o país e do exterior.</p> PUCPR University Press - PUCPRESS pt-BR Revista de Filosofia Aurora 0104-4443 <p>O autor transfere, por meio de cessão, à EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n.º 76.659.820/0009-09, estabelecida na Rua Imaculada Conceição, n.º 1155, Prado Velho, CEP 80.215-901, na cidade de Curitiba/PR, os direitos abaixo especificados e se compromete a cumprir o que segue:</p><p> </p><ol><li>Os autores afirmam que a obra/material é de sua autoria e assumem integral responsabilidade diante de terceiros, quer de natureza moral ou patrimonial, em razão de seu conteúdo, declarando, desde já, que a obra/material a ser entregue é original e não infringe quaisquer direitos de propriedade intelectual de terceiros.</li><li>Os autores concordam em ceder de forma plena, total e definitiva os direitos patrimoniais da obra/material à EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, a título gratuito e em caráter de exclusividade.</li><li>A CESSIONÁRIA empregará a obra/material da forma como melhor lhe convier, de forma impressa e/ou on line, inclusive no site do periódico da EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, podendo utilizar, fruir e dispor do mesmo, no todo ou em parte, para:</li></ol><ul><li>Autorizar sua utilização por terceiros, como parte integrante de outras obras.</li><li>Editar, gravar e imprimir, quantas vezes forem necessárias.</li><li>Reproduzir em quantidades que julgar necessária, de forma tangível e intangível.</li><li>Adaptar, modificar, condensar, resumir, reduzir, compilar, ampliar, alterar, mixar com outros conteúdos, incluir imagens, gráficos, objetos digitais, infográficos e hyperlinks, ilustrar, diagramar, fracionar, atualizar e realizar quaisquer outras transformações, sendo necessária a participação ou autorização expressa dos autores.</li><li>Traduzir para qualquer idioma.</li><li>Incluir em fonograma ou produção audiovisual.</li><li>Distribuir.</li><li>Distribuir mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permite ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda e nos casos em que o acesso às obras ou produções se faça por qualquer sistema que importe em pagamento pelo usuário.</li><li>Incluir e armazenar em banco de dados, físico, digital ou virtual, inclusive nuvem.</li><li>Comunicar direta e/ou indiretamente ao público.</li><li>Incluir em base de dados, arquivar em formato impresso, armazenar em computador, inclusive em sistema de nuvem, microfilmar e as demais formas de arquivamento do gênero;</li><li>Comercializar, divulgar, veicular, publicar etc.</li><li>Quaisquer outras modalidades de utilização existentes ou que venham a ser inventadas. </li></ul><ol><li>Os autores concordam em conceder a cessão dos direitos da primeira publicação (ineditismo) à revista, licenciada sob a CREATIVE COMMONS ATTRIBUTION LICENSE, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria.</li><li>Os autores autorizam a reprodução e a citação de seu trabalho em repositórios institucionais, página pessoal, trabalhos científicos, dentre outros, desde que a fonte seja citada.</li><li>A presente cessão é válida para todo o território nacional e para o exterior.</li><li>Este termo entra em vigor na data de sua assinatura e é firmado pelas partes em caráter irrevogável e irretratável, obrigando definitivamente as partes e seus sucessores a qualquer título.</li><li>O não aceite do artigo, pela EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, tornará automaticamente sem efeito a presente declaração.</li></ol> Editorial – Direito dos Animais: ética, senciência e o fim do Antropocentrismo | Editorial – Animal Rights: Ethics, Sentience, and the End of Anthropocentrism https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/31302 Léo Peruzzo Júnior Jelson Roberto de Olivera Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-03-08 2024-03-08 36 e202431302 e202431302 10.1590/2965-1557.036.e202431302 Μετοίκησις enquanto transvaloração existencial: Leitura fenomenológico-hermenêutica da morte e imortalidade da alma no Fédon | Μετοίκησις as existential transvaluation: phenomenological-hermeneutic reading of death and immortality of the soul in the Phaedo https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/29156 <p>É inegável o valor histórico e filosófico da leitura usual do<em>Fédon</em>, que enfatiza a dimensão imortal da alma que migraria em um plano metafísico, porém, aqui, propomos desenvolver a abordagem hermenêutico-fenomenológica e as implicações éticas decorrentes dessa interpretação. Faremos isso a partir da sugestão de Gadamer de traduzir o conceito de&nbsp;<span lang="EL">μ</span><span lang="ES-MX">ετοίκησις&nbsp;</span>como&nbsp;<em>traslado da alma,</em>&nbsp;o que abre precedentes para abordar a experiência de morte como um exercício espiritual que acontece e se finaliza na facticidade. Na primeira seção, destacaremos passagens e proporemos uma compreensão do&nbsp;<em>Fédon&nbsp;</em>a partir do mote da alma que&nbsp;<em>muda de hábitos&nbsp;</em>e se configura como uma transvaloração existencial. A seguir, mostraremos que a experiência de compreensão, calcada sobre a consciência da finitude, nos leva a intensificar e a ressignificar a noção de morte e a discussão sobre imortalidade da alma, como&nbsp;<em>mudança da morada do ser</em>, isto é, um modo de [re]orientar nosso modo de viver. Por fim, elucidaremos implicações éticas decorrentes da abordagem relativas aos temas da transfiguração de valores e da morte, divisão do corpo e da mente, orientação existencial, expressão da responsabilidade e modo de viver mais consciente em sociedade.</p> Luiz Rohden Leonardo Marques Kussler Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-03-05 2024-03-05 36 e202429156 e202429156 10.1590/2965-1557.036.e202429156 A recepção da filosofia platônica nas alegorias de Erasmo de Rotterdam | The reception of platonic philosophy in Erasmus of Rotterdam’s allegories https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/30112 <p>Erasmo de Rotterdam (Desiderius Erasmus Roterodamus) escreveu o Adágio 2201, que se intitula <em>Os Silenos de Alcibíades</em> (em latim <em>Sileni Alcibiadis</em>), elaborado a partir do diálogo de Platão o <em>Banquete</em>, 215 a – 215 b. O humanista destaca o momento quando Alcibíades toma a palavra e faz um elogio a Sócrates exaltando sua sabedoria, consagrando a filosofia de Platão, em particular aquela que inclui os diálogos essencialmente religiosos e morais, menos os cosmológicos e metafísicos. O seu interesse pela filosofia platônico-socrática, em especial pelo elogio que Alcibíades fez a Sócrates, incluía uma concepção de mundo “às avessas”, porque se desdobrava na dialética entre a aparência e a realidade, o visível e o invisível, o exterior e a interioridade, a falsidade e a verdade.</p> Sidnei Francisco Nascimento Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-03-05 2024-03-05 36 e202430112 e202430112 10.1590/2965-1557.036.e202430112 Para uma compreensão da “esperança” no surgimento do “homem do futuro” no final do Segundo Tratado da Genealogia da moral | For an understanding of “hope” in the emergence of “man of the future” at the end of the Second Treatise on the Genealogy of Morals https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/31001 <p>O pensamento do eterno retorno do mesmo, embora esteja no cerne da filosofia tardia de Nietzsche, não é abordado diretamente na <em>Genealogia da moral</em>. Isso não significa que ele esteja ausente desta obra, e nem o poderia, pois o filósofo via na possibilidade cosmológica do retorno a nova medida de valor para uma tentativa de superação do niilismo. Realizar o exame genealógico sem levar em conta o pensamento do eterno retorno é, por conseguinte, não prestar atenção ao fato de que tal exame não se reduz ao diagnóstico e à crítica da moralidade, mas é realizado em vistas de sua superação. A questão que se coloca desde o início é, portanto, dupla: de que modo o pensamento do eterno retorno está presente na obra? E por que Nietzsche não o explorou conceitualmente? <br />A resposta encontra-se na compreensão da “esperança” no surgimento do “homem do futuro” – mencionado no final do Segundo Tratado da <em>Genealogia da moral</em>.</p> Luis Eduardo Xavier Rubira Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-04-11 2024-04-11 36 e202431001 e202431001 10.1590/2965-1557.036.e202431001 La filosofía de la medicina de G. Canguilhem: axiología y ontología del ser viviente | A filosofia da medicina de G. Canguilhem: axiologia e ontologia do ser vivo https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/30414 <p>Com o objectivo de analisar os principais enunciados da filosofia da medicina de G. Canguilhem, este artigo contextualiza os aspectos axiológicos e ontológicos envolvidos em tais argumentos. Este objectivo é realizado através da consideração de três grandes áreas de demarcação que nos permitem contextualizar o sentido e o alcance desta filosofia: a)- A relação disciplinar que a filosofia da medicina mantém com os princípios da bioética, examinando o modo como estes princípios possuem para albergar uma discussão axiológica relativa aos problemas associados à vida e à doença; b)- O espaço filosófico-semântico aberto pelos enunciados contemporâneos da filosofia da linguagem e o seu modo de considerar um saber relativo à doença; c)-. A análise histórico-epistemológica da filosofia da medicina da filosofia da medicina de G. Canguilhem, com ênfase no exame dos aspectos axiológicos e ontológicos envolvidos numa visão antropológica das formas de manifestação da doença.</p> Alejandro Bilbao Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-04-11 2024-04-11 36 e202430414 e202430414 10.1590/2965-1557.036.e202430414 Nietzsche and the sublimation question: amid Erhabenen and Sublimierung notions | Nietzsche e a questão da sublimação: entre as noções de Erhabenen e Sublimierung https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/30480 <p>A noção de sublimação é de crucial importância no contexto da fisiopsicologia nietzschiana. O caminho da sublimação dos impulsos é o caminho das metas cada vez melhor avaliadas. A variação de meios e fins de satisfação possibilita o surgimento de novas configurações de impulsos, assim como novas formas de apoio entre eles, o que determina a potencialização do prazer psíquico. O que se propõe aqui é analisar a sublimação em Nietzsche sob dois aspectos fundamentais. Por um lado, como forma de satisfação psíquica através da transformação e sutilização dos alvos dos impulsos (Subliemirung) e, por outro, como forma de elevação (Erhabenen).</p> Eduardo Ribeiro da Fonseca Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-03-01 2024-03-01 36 e202430480 e202430480 10.1590/2965-1557.036.e202430480 Loving God, loving nature? Intrinsic values, stewardship, and reverence for nature | Amar a Deus, amar a natureza? Valores intrínsecos, stewardship e reverência pela natureza https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/30731 <p>A maioria das abordagens da ética ambiental que contemplam a normatividade dos valores intrínsecos se baseia na ideia de amor ou reverência pela natureza. Este artigo questiona a necessidade de amar a natureza para respeitá-la como um valor em si (ou seja, como um valor intrínseco). Nesse sentido, as principais perguntas a serem respondidas são: há necessidade de considerar a natureza como sagrada para respeitá-la (ou seja, atribuir-lhe valor intrínseco)? Que tipo de coincidência existe entre Deus e o mundo natural? A resposta a essas perguntas exige uma investigação profunda sobre as ideias cosmológicas ou metafísicas (ou conceções de divindade) subjacentes a elas. Este artigo analisa, portanto, três ideias teológicas, cosmológicas ou metafísicas (ou seja, panteísmo, teísmo e conceção teleológica da natureza) relativas a valores intrínsecos: algumas delas (por exemplo, o panteísmo) contemplam a ideia da sacralidade da natureza, que tem uma clara inspiração religiosa. Esses paradigmas cosmológicos também implicam diferentes comportamentos humanos em relação à vida: 1. O panteísmo implica reverência pela Vida, uma vez que a natureza é sagrada (Deus coincide principalmente com a natureza). Assim, o ser humano faz parte de uma comunidade estendida (mais que humana). 2. O teísmo reafirma que toda forma de vida é boa, pois foi criada por Deus. Isso implica que os seres humanos são os responsáveis da criação. 3. A ideia finalística da natureza sustenta que a vida é um fim em si mesma (ou seja, tem valor intrínseco) e que nossa responsabilidade emerge tanto do valor da vida quanto do nosso impacto no meio ambiente.</p> Luca Valera Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-04-11 2024-04-11 36 e202430731 e202430731 10.1590/2965-1557.036.e202430731 The Debate About Aspect Perception Content | O debate sobre o conteúdo da percepção dos aspectos https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/30925 <p>Neste artigo analiso a discussão sobre o conceitualismo e o não-conceitualismo perceptual transferido para o fenômeno da percepção de aspectos apresentado por Ludwig Wittgenstein na parte intitulada “Filosofia da Psicologia” das Investigações Filosóficas. Ao fazê-lo, reconstruirei estas posições recolhendo algumas das principais teses daqueles que se posicionaram no debate. Centrar-me-ei nas contribuições de Sonia Sedivy e Charles Travis na representação do conceptualismo e nas de Avner Baz na sua defesa não-conceitualista dos aspectos destes fenómenos. Como resultado, este exame questiona os termos do debate entre conceitualismo e não-conceitualismo. Nesse sentido, o objetivo principal desta investigação é negativo, uma vez que me limitarei a sustentar que nenhuma das posições apresentadas é uma caracterização adequada da percepção de aspecto wittgensteiniana.</p> Maria Sol Yuan Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-02-15 2024-02-15 36 e202430925 e202430925 10.1590/2965-1557.036.e202430925 De la classe à la population chez Foucault : considérations sur une fausse alternative | Da classe à população em Foucault: considerações sobre uma falsa alternativa https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/28073 <p class="Corpoabstracteresumen"><a name="_Hlk67342950"></a>O presente artigo procura tratar da introdução do problema da população à medida em que esta coloca em jogo as análises precedentes que consideravam as noções de plebe e de classe enquanto coletivo destinatário de técnicas de poder e saber. No início da década de 1970, as análises de Foucault sobre a noção de poder consideravam uma multitude de homens enquanto plebe e classe. Com o desenvolvimento das noções de governamentalidade e de biopolítica, essa multiplicidade de homens passa a ser analisada somente a partir da noção de população em uma tentativa de Foucault de se desvencilhar da noção de classe. Com isso, procuramos mostrar que a passagem da noção de classe à noção de população transforma a abordagem desse sujeito coletivo, o que não deixa de produzir efeitos críticos sobre as análises anteriores a respeito do dispositivo de sexualidade e do poder disciplinar onde a noção de classe desempenhava uma função determinante.</p> Lorena de Paula Balbino Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-01-19 2024-01-19 36 e202428073 e202428073 10.1590/2965-1557.036.e202428073 Opinion publique: un espace ou une scène? – un débat entre Habermas et Rancière sur cette notion éducative et politique | Opinião pública: um espaço ou uma cena? – um debate entre Habermas e Rancière sobre essa noção educativa e política https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/28950 <p>Cet article discute les différences entre les concepts d’«espace public» et «scène publique» à partir du debate entre Jürgen Habermas et Jacques Rancière sur ce qui caractèrise la politique. L’opinion publique relève-t-elle toujours d’un ordre d’une rationalité politique où un sujet expose son opinion à l’épreuve des autres, pour les convaincre? Le maintien de cet espace public est-il alors une question d’éclaircissement? Pour réfletir sur cette question, nous chercherons à voir comment cet espace public s’est caracterisé pour les deux auteurs. Avec le premier, nous verrons historiquement cette caracterisation, et quel y a été le rôle de la médiatisation. Avec le deuxième, nous essayerons de voir dans quelle mesure cet espace public n’est qu’un espace de scènes, d’une scène politique; et quel en est le sens. On se demande à quelle mesure le philosophe allemand, aujourd’hui, à l’ère des nouveaux médias, reverrait-il ses analyses de 1962? Ou voudrait-il mieux distendre cet espace public au point de permettre de distinguer un espace public «a-critique» (un espace de commentaires et autre interactions) d’un espace public critique? Dans ce cas, que resterait-il de ce «coup» conceptuel? On pense qu’il y a dejà des élements aujourd’hui pour considérer qu’un espace, même s’il est «public», de cent quarente et quelques signes sur Twitter, ou de quelques paragraphes pour des commentaires sur Facebook, ne nous garantit pas nécessairement un perfectionnement de la démocratie, une proximité des intérêts généraux. Peut-être que la définition de cet espace comme un espace de scènes, comme le veut Rancière, pourra mieux nous aider à penser qu’un commentaire crée toujours «une démultiplication des personnes». C’est dans la confrontation entre ceus deux perspectives d’analyse que nous cherchons à développer cet article.</p> <p> </p> <p><strong>Resumo</strong></p> <p>Este artigo discute as diferenças entre os conceitos de “espaço público” e “cena pública” a partir do debate entre Jürgen Habermas e Jacques Rancière sobre o que caracteriza a política. A opinião pública faz sempre parte de uma ordem de racionalidade política na qual um sujeito expõe a sua opinião ao teste dos outros, para os convencer? A manutenção deste espaço público é então uma questão de esclarecimento? Para refletir sobre esta questão procuraremos ver como este espaço público foi caracterizado para os dois autores. Com o primeiro veremos historicamente essa caracterização, e qual foi o papel da midiatização. Com o segundo, tentaremos ver até que ponto este espaço público é apenas um espaço de cenas, de uma cena política; e qual é o significado disso. Perguntamo-nos se o filósofo alemão, hoje, na era das novas mídias, gostaria de expandir melhor este espaço público a ponto de tornar possível distinguir um espaço público “acrítico” (um espaço para comentários e outras interações) de um espaço público crítico? Neste caso, o que restaria deste “plano” conceitual? Pensamos que já existem hoje elementos para considerar que um espaço, mesmo que seja “público”, de cento e quarenta e poucos caracteres no Twitter, ou de alguns parágrafos para comentários no Facebook, não garante necessariamente uma melhoria da democracia, uma proximidade com os interesses gerais. Talvez a definição deste espaço como espaço de cenas, como pretende Rancière, possa melhor nos ajudar a pensar que um comentário cria sempre “uma multiplicação de pessoas”. É no confronto entre essas duas perspectivas analíticas que buscamos desenvolver este artigo.</p> Vinicius Bertoncini Vicenzi Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-01-18 2024-01-18 36 e202428950 e202428950 10.1590/2965-1557.036.e202428950 Properties and relations: a post-anthropocentric reading | Propriedades e relações: uma leitura pós-antropocêntrica https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/30277 <p>Este artigo indaga sobre os postulados filosóficos que estão gerando toda uma série de transformações nos níveis ético, jurídico e político. A fim de rastrear as condições filosóficas de possibilidade de tal mudança, ele estudará o escopo da teoria das relações e da teoria das propriedades. Após sua análise exaustiva, ele conclui que a teoria das relações tem um escopo explicativo e operacional maior do que a teoria das propriedades. Depois de explorar a justificativa moral dos argumentos sensocentristas e biocentristas, ele pede o cultivo de relações não destrutivas com qualquer entidade, fortalecendo uma ontologia relacional como uma saída para a atual crise ecológica.</p> Joaquín Fernández-Mateo Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-01-18 2024-01-18 36 e202430277 e202430277 10.1590/2965-1557.036.e202430277 Editorial – Félix Guattari y Latinoamérica: Inactualidades de la micropolítica, a 30 años de su muerte | Editorial – Félix Guattari e a América Latina: Inactualidades da micropolítica, 30 anos após sua morte https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/31241 <p>n/a</p> Léo Peruzzo Júnior Jelson Roberto de Olivera Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-02-15 2024-02-15 36 e202431241 e202431241 10.1590/2965-1557.036.e202431241 Ecologia do virtual | Ecology of the virtual https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/30162 <p>Félix Guattari se referiu a uma «&nbsp;ecologia do virtual&nbsp;». Essa noção deve ser aprofundada segundo dois eixos. Um, conceitual, cruzando o tema da ecologia mental ou subjetiva de <em>As três ecologias </em>com os funtores de <em>Cartografias esquizoanalíticas. </em>O segundo eixo emerge de contextos concretos no Brasil atual, sobretudo das lutas ameríndias. Deve aparecer, ao final desse percurso, como a dimensão virtual em Guattari ou em outros propicia a abertura de processos heterogenéticos, e suas implicações ecopolíticas.</p> Peter Pál Perbart Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-03-05 2024-03-05 36 e202430162 e202430162 10.1590/2965-1557.036.e202430162 Concept and Practice of Dissensus in Félix Guattari’s Ecosophy | Conceito e prática do disenso na ecosofia de Félix Guattari https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/30362 <p>Propõe-se uma abordagem da ecosofia de Félix Guattari com base na análise da lógica do dissenso. A hipótese é a seguinte: promover uma prática dissensual é fundamental para um conhecimento ecoetológico que busca a ressingularização da experiência no contexto da crescente homogeneização operada pelo Capitalismo Mundial Integrado (CMI). Como Guattari enfatizou durante sua visita ao Chile, o objetivo da eco-etologia não é a crítica do capitalismo, mas a mobilização de seu confronto ativo. A prática do dissenso, nesse sentido, possibilitaria agir contra os dispositivos homogeneizadores da subjetividade em um momento em que o capitalismo, depois de colonizar o mundo, coloniza também o inconsciente. O artigo trata da formulação do dissenso na visita de Guattari ao Chile em 1991, estabelecendo um contraponto com sua análise nos escritos dos últimos anos; em seguida, analisa a articulação da lógica dissensual na ontologia de Guattari. Por fim, é investigada a função da lógica do dissenso na configuração das instituições sob a perspectiva da transversalidade.</p> Patricio Landaeta Cristobal Durán Rojas Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-01-18 2024-01-18 36 e202430362 e202430362 10.1590/2965-1557.036.e202430362 Giordano Bruno e o discurso da Fortuna | Giordano Bruno and Fortune’s Discourse https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/30094 <p>No diálogo <em>Spaccio de la bestia trionfante</em> [<em>Expulsão da besta triunfante</em>], publicado em Londres, em 1584, Giordano Bruno apresenta “as sementes da sua filosofia moral”. Após ter apresentado e discutido sua reforma ontológica, cosmológica e epistemológica nos diálogos precedentes, Bruno pretende elaborar uma consequente proposta reforma moral, política e religiosa da sociedade europeia de seu tempo. Com o objetivo de mostrar como Bruno elabora essa sua proposta, após reconstruir brevemente o horizonte histórico-conceitual que orienta o pensamento do Nolano a respeito do tema, apresento aqui a tradução de uma das passagens mais significativas desse seminal e provocativo diálogo, o discurso da Fortuna.</p> Luiz Bombassaro Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-02-15 2024-02-15 36 e202430094 e202430094 10.1590/2965-1557.036.e202430094 L’Aurora del sebastianismo: le fonti profetiche dell’encuberto | The dawn of Sebastianism: the prophetic sources of encobert https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/30161 <p>La genesi dottrinale del sebastianismo è spesso riportata completamente all’interno della cultura popolare portoghese: si ritiene che D. João de Castro, inventore della leggenda del re redivivo, avrebbe rimodellato la figura dell’Encuberto assumendola dalle <em>Trovas </em>di Bandarra, calzolaio di Trancoso. In verità, la retorica dell’Encuberto risulta diffusa nella penisola iberica ben prima delle <em>Trovas</em>. D. João stesso ne segnala altri due “preannunci”, nel Vespertilio profetizzato da Arnaldo da Villanova e nel Sol obscuratus dell’Oracolo di Cirillo. Più in generale, l’articolo intende contribuire alla conoscenza della vasta biblioteca profetica e messianica di D. João, e mostrare così che la leggenda di D. Sebastião nasce e si sviluppa alla confluenza di molteplici tradizioni circolanti nell’Occidente europeo a partire dall’Alto Medioevo.</p> <p><strong>Resumo</strong></p> <p>A gênese doutrinária do sebastianismo é muitas vezes traçada inteiramente na cultura popular portuguesa. Nessa perspectiva, acredita-se que D. João de Castro, inventor da lenda do rei redimido, reformulou a figura do Encuberto retirando-a das Trovas de Bandarra, sapateiro de Trancoso. Na verdade, a retórica do Encuberto está difundida na Península Ibérica muito antes das Trovas. O próprio D. João aponta dois outros "pré-anúncios", no Morcego profetizado por Arnau de Vilanova e no Sol obscuratus do Oráculo de Cirilo. Em termos mais gerais, o artigo pretende contribuir para o conhecimento da vasta biblioteca profética e messiânica de D. João e, assim, mostrar que a lenda de D. Sebastião nasceu e se desenvolveu na confluência de múltiplas tradições que circulavam na Europa Ocidental desde o início da Idade Média.</p> <p> </p> Gian Luca Potestà Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-02-15 2024-02-15 36 e202430161 e202430161 10.1590/2965-1557.036.e202430161 Democracia, amizade, serenidade: Aristóteles entre Weil, Vaz e Bobbio | Democracy, friendship, serenity: Aristotle among Vaz, Weil and Bobbio https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/30082 <p>O artigo propõe uma interlocução de três pensadores contemporâneos do campo da filosofia política sobre o conceito de democracia, Lima Vaz (1921-2002), Eric Weil (1904-1977) e Norberto Bobbio (1909-2004), confrontado com a concepção aristotélica da amizade política sustentada pela benevolência (<em>eúnoia</em>) e pela concórdia (<em>homónoia</em>) entre todos os cidadãos. A reflexão final sobre a serenidade, definida por Bobbio como a “mais impolítica das virtudes”, inscreve o presente artigo nas homenagens a Antonio José Romera Valverde pela sua longa e fecunda carreira acadêmica.</p> Marcelo Perine Paulo Raphael Oliveira Andrade Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-01-18 2024-01-18 36 e202430082 e202430082 10.1590/2965-1557.036.e202430082 De la hipótesis al concepto. Simondon, Deleuze y las singularidades preindividuales | Da hipótese ao conceito. Simondon, Deleuze e as singularidades pré-individuais https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/30941 <p>Neste artigo, propomos nos situar na construção do pré-indivíduo, elaborada por Simondon, a fim de forjar um novo conceito de individuação. Esse termo permanece explicitamente equívoco entre um status conceitual e um status hipotético e operacional, o que de certa forma o deixa aberto a uma posteridade interpretativa muito rica. No final da década de 1960, Gilles Deleuze, um dos primeiros leitores de Simondon, forjou uma verdadeira criação conceitual ao cunhar o termo "singularidades pré-individuais", que não apenas esclarece as determinações da proposta de Simondon, mas também a transforma e aprofunda a ponto de lhe conferir um status conceitual decisivo. Tentaremos mostrar que esse conceito se torna uma via régia para mostrar as complexidades do termo no pensamento de Simondon, bem como uma forma excepcional de ampliar sua natureza e dinamizar seu funcionamento a partir da pluralização das singularidades que o compõem.</p> Cristóbal Durán Rojas Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-01-18 2024-01-18 36 e202430941 e202430941 10.1590/2965-1557.036.e202430941 Resenha: OLIVEIRA, Jelson. Moeda sem efígie: a crítica de Hans Jonas à ilusão do progresso. Curitiba: Kotter, 2023, 184p. | Book review: OLIVEIRA, Jelson. Moeda sem efígie: a crítica de Hans Jonas à ilusão do progresso. Curitiba: Kotter, 2023, 184p. https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/30841 <p>Trata-se da resenha da obra Moeda sem efígie: a crítica de Hans Jonas à ilusão do progresso. Curitiba: Kotter Editorial, 2023, 184p, de Jelson Oliveira. </p> Lucas Miguel Gonçalves Bugalski Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-01-19 2024-01-19 36 e202430841 e202430841 10.1590/2965-1557.036.e202430841