Revista de Filosofia Aurora https://periodicos.pucpr.br/aurora <p>A Revista de Filosofia Aurora da PUCPR apresenta-se como um canal de divulgação da pesquisa de alta qualidade em filosofia aberto não apenas para a comunidade filosófica local, mas de todo o país e do exterior.</p> PUCPR University Press - PUCPRESS pt-BR Revista de Filosofia Aurora 0104-4443 <p>O autor transfere, por meio de cessão, à EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n.º 76.659.820/0009-09, estabelecida na Rua Imaculada Conceição, n.º 1155, Prado Velho, CEP 80.215-901, na cidade de Curitiba/PR, os direitos abaixo especificados e se compromete a cumprir o que segue:</p><p> </p><ol><li>Os autores afirmam que a obra/material é de sua autoria e assumem integral responsabilidade diante de terceiros, quer de natureza moral ou patrimonial, em razão de seu conteúdo, declarando, desde já, que a obra/material a ser entregue é original e não infringe quaisquer direitos de propriedade intelectual de terceiros.</li><li>Os autores concordam em ceder de forma plena, total e definitiva os direitos patrimoniais da obra/material à EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, a título gratuito e em caráter de exclusividade.</li><li>A CESSIONÁRIA empregará a obra/material da forma como melhor lhe convier, de forma impressa e/ou on line, inclusive no site do periódico da EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, podendo utilizar, fruir e dispor do mesmo, no todo ou em parte, para:</li></ol><ul><li>Autorizar sua utilização por terceiros, como parte integrante de outras obras.</li><li>Editar, gravar e imprimir, quantas vezes forem necessárias.</li><li>Reproduzir em quantidades que julgar necessária, de forma tangível e intangível.</li><li>Adaptar, modificar, condensar, resumir, reduzir, compilar, ampliar, alterar, mixar com outros conteúdos, incluir imagens, gráficos, objetos digitais, infográficos e hyperlinks, ilustrar, diagramar, fracionar, atualizar e realizar quaisquer outras transformações, sendo necessária a participação ou autorização expressa dos autores.</li><li>Traduzir para qualquer idioma.</li><li>Incluir em fonograma ou produção audiovisual.</li><li>Distribuir.</li><li>Distribuir mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permite ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda e nos casos em que o acesso às obras ou produções se faça por qualquer sistema que importe em pagamento pelo usuário.</li><li>Incluir e armazenar em banco de dados, físico, digital ou virtual, inclusive nuvem.</li><li>Comunicar direta e/ou indiretamente ao público.</li><li>Incluir em base de dados, arquivar em formato impresso, armazenar em computador, inclusive em sistema de nuvem, microfilmar e as demais formas de arquivamento do gênero;</li><li>Comercializar, divulgar, veicular, publicar etc.</li><li>Quaisquer outras modalidades de utilização existentes ou que venham a ser inventadas. </li></ul><ol><li>Os autores concordam em conceder a cessão dos direitos da primeira publicação (ineditismo) à revista, licenciada sob a CREATIVE COMMONS ATTRIBUTION LICENSE, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria.</li><li>Os autores autorizam a reprodução e a citação de seu trabalho em repositórios institucionais, página pessoal, trabalhos científicos, dentre outros, desde que a fonte seja citada.</li><li>A presente cessão é válida para todo o território nacional e para o exterior.</li><li>Este termo entra em vigor na data de sua assinatura e é firmado pelas partes em caráter irrevogável e irretratável, obrigando definitivamente as partes e seus sucessores a qualquer título.</li><li>O não aceite do artigo, pela EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, tornará automaticamente sem efeito a presente declaração.</li></ol> Razão e respons-habilidade | Reason and response-ability https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/31541 <p>Esse artigo foi apresentado inicialmente em uma comunicação oral no congresso <em>Think Global, Act Local</em>, em 2023. Nele, argumento pelo papel radical das artes de mudar o próprio significado e propósito da educação: ao invés da transmissão eficiente de conhecimento dos professores de uma geração aos estudantes da próxima, a educação é vista como uma jornada interminável de descoberta na qual professores e estudantes embarcam juntos, tomados não pelo ideal humanístico da melhora progressiva, mas pela paixão de buscar a verdade do que é real e presente no mundo. Ao invés de educar estudantes na matéria da arte, aqui são as práticas de arte que educam. Nesta jornada para levar os estudantes a estabelecer um diálogo contínuo com o mundo em si mesmo, sustentando a possibilidade de atentar para as coisas ou seres a serem encontrados lá, responder à presença delas e explorar as condições de coexistência com elas, os conceitos de respons-habilidade e sobcomuns são apresentados e seus efeitos para a construção efetica da democracia e da sustentabilidade destacados.</p> Tim Ingold Cauê Krüger Zoy Anastassakis Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-06-04 2024-06-04 36 e202431541 e202431541 10.1590/2965-1557.036.e202431541 Etnografía virtual digital: cómo investigar la escuela en pandemia desde una nueva Ontología | Etnografia virtual digital: como investigar a escola em pandemia a partir de uma nova Ontologia https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/30150 <p>Como resultado da pandemia da COVID-19, as escolas começaram a conduzir massivamente aulas virtuais em todo o mundo. A virtualidade gerou um debate sobre como entender esta forma de educação. Enquanto alguns pesquisadores argumentam que a escola virtual mantém a estrutura da escola tradicional, outros afirmam que as plataformas digitais interagem com os processos de ensino, alterando os papéis dos alunos e professores, levando a uma nova ontologia da escola. Este artigo explora a metodologia para abordar este novo fenômeno. Ele analisa a etnografia tradicional, a etnografia virtual híbrida e a etnografia digital. Conclui argumentando que a escola offline dá lugar a uma nova ontologia onde o movimento, as emoções e o ambiente determinarão formas específicas de conhecimento.</p> Paula Ascorra Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-06-04 2024-06-04 36 10.1590/2965-1557.036.e202430150 For a philosophical history of ‘nosotros’ The Latin American perspectives of Juan Carlos Scannone and Ricardo Espinoza Lolas | Para uma história filosófica de ‘nosotros’ As perspectivas latino-americanas de Juan Carlos Scannone e Ricardo Espinoza Lolas https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/30637 <p>Este ensaio é mais um contributo para a história da ideia de "Nós" em filosofia. As perspectivas dos dois autores latino-americanos Juan Carlos Scannone e Riccardo Espinoza Lolas contribuem para a reconstrução de uma história da filosofia em sentido global que tem no seu centro o tema do <em>nosostros</em>. Fazem parte de uma mesma tradição filosófica, inscrita na filosofia da libertação, mas interpretam a questão através de características contíguas, mas não diretamente sobrepostas. Estamos, assim, a definir uma modalidade de abordagem da história da filosofia, das suas ideias que, através da desarticulação dos lugares geo-textuais em que o pronome <em>nosostros </em>se torna conceito, ideia, paradigma interpretativo, vai delineando algumas propostas interpretativas para a contemporaneidade.</p> Tommaso Sgarro Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-07-02 2024-07-02 36 e202430637 e202430637 10.1590/2965-1557.036.e202430637 La filosofía de la medicina de G. Canguilhem: axiología y ontología del ser viviente | A filosofia da medicina de G. Canguilhem: axiologia e ontologia do ser vivo https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/30414 <p>Com o objectivo de analisar os principais enunciados da filosofia da medicina de G. Canguilhem, este artigo contextualiza os aspectos axiológicos e ontológicos envolvidos em tais argumentos. Este objectivo é realizado através da consideração de três grandes áreas de demarcação que nos permitem contextualizar o sentido e o alcance desta filosofia: a)- A relação disciplinar que a filosofia da medicina mantém com os princípios da bioética, examinando o modo como estes princípios possuem para albergar uma discussão axiológica relativa aos problemas associados à vida e à doença; b)- O espaço filosófico-semântico aberto pelos enunciados contemporâneos da filosofia da linguagem e o seu modo de considerar um saber relativo à doença; c)-. A análise histórico-epistemológica da filosofia da medicina da filosofia da medicina de G. Canguilhem, com ênfase no exame dos aspectos axiológicos e ontológicos envolvidos numa visão antropológica das formas de manifestação da doença.</p> Alejandro Bilbao Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-04-11 2024-04-11 36 e202430414 e202430414 10.1590/2965-1557.036.e202430414 Para uma compreensão da “esperança” no surgimento do “homem do futuro” no final do Segundo Tratado da Genealogia da moral | For an understanding of “hope” in the emergence of “man of the future” at the end of the Second Treatise on the Genealogy of Morals https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/31001 <p>O pensamento do eterno retorno do mesmo, embora esteja no cerne da filosofia tardia de Nietzsche, não é abordado diretamente na <em>Genealogia da moral</em>. Isso não significa que ele esteja ausente desta obra, e nem o poderia, pois o filósofo via na possibilidade cosmológica do retorno a nova medida de valor para uma tentativa de superação do niilismo. Realizar o exame genealógico sem levar em conta o pensamento do eterno retorno é, por conseguinte, não prestar atenção ao fato de que tal exame não se reduz ao diagnóstico e à crítica da moralidade, mas é realizado em vistas de sua superação. A questão que se coloca desde o início é, portanto, dupla: de que modo o pensamento do eterno retorno está presente na obra? E por que Nietzsche não o explorou conceitualmente? <br />A resposta encontra-se na compreensão da “esperança” no surgimento do “homem do futuro” – mencionado no final do Segundo Tratado da <em>Genealogia da moral</em>.</p> Luis Eduardo Xavier Rubira Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-04-11 2024-04-11 36 e202431001 e202431001 10.1590/2965-1557.036.e202431001 Realizando a moral a ética kantiana e o papel da educação | Realizing morality: Kantian ethics and the role of education https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/30977 <p class="Resumo">Neste ensaio argumentarei em defesa da ideia de que a educação moral representa um elemento de suma importância para aplicação da ética kantiana e que, apesar de o filósofo não ter elaborado uma teoria sistemática sobre o tema, ele é formulado de modo explícito em algumas obras e pressuposto de modo tácito em outras. Para isso, recorro a três aspectos que me parecem importantes na perspectiva de legitimação do tema: 1) a educação moral como direito humano fundamental; 2) sua tarefa enquanto exercício da faculdade de julgar e como fenômeno social; e 3) o papel do Estado no seu fomento. Estes três aspectos podem não cobrir tudo o que a educação moral significa para Kant, mas sem eles não é possível a sua compreensão.</p> Robinson Dos Santos Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-05-06 2024-05-06 36 e202430977 e202430977 10.1590/2965-1557.036.e202430977 The Debate About Aspect Perception Content | O debate sobre o conteúdo da percepção dos aspectos https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/30925 <p>Neste artigo analiso a discussão sobre o conceitualismo e o não-conceitualismo perceptual transferido para o fenômeno da percepção de aspectos apresentado por Ludwig Wittgenstein na parte intitulada “Filosofia da Psicologia” das Investigações Filosóficas. Ao fazê-lo, reconstruirei estas posições recolhendo algumas das principais teses daqueles que se posicionaram no debate. Centrar-me-ei nas contribuições de Sonia Sedivy e Charles Travis na representação do conceptualismo e nas de Avner Baz na sua defesa não-conceitualista dos aspectos destes fenómenos. Como resultado, este exame questiona os termos do debate entre conceitualismo e não-conceitualismo. Nesse sentido, o objetivo principal desta investigação é negativo, uma vez que me limitarei a sustentar que nenhuma das posições apresentadas é uma caracterização adequada da percepção de aspecto wittgensteiniana.</p> Maria Sol Yuan Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-02-15 2024-02-15 36 e202430925 e202430925 10.1590/2965-1557.036.e202430925 Loving God, loving nature? Intrinsic values, stewardship, and reverence for nature | Amar a Deus, amar a natureza? Valores intrínsecos, stewardship e reverência pela natureza https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/30731 <p>A maioria das abordagens da ética ambiental que contemplam a normatividade dos valores intrínsecos se baseia na ideia de amor ou reverência pela natureza. Este artigo questiona a necessidade de amar a natureza para respeitá-la como um valor em si (ou seja, como um valor intrínseco). Nesse sentido, as principais perguntas a serem respondidas são: há necessidade de considerar a natureza como sagrada para respeitá-la (ou seja, atribuir-lhe valor intrínseco)? Que tipo de coincidência existe entre Deus e o mundo natural? A resposta a essas perguntas exige uma investigação profunda sobre as ideias cosmológicas ou metafísicas (ou conceções de divindade) subjacentes a elas. Este artigo analisa, portanto, três ideias teológicas, cosmológicas ou metafísicas (ou seja, panteísmo, teísmo e conceção teleológica da natureza) relativas a valores intrínsecos: algumas delas (por exemplo, o panteísmo) contemplam a ideia da sacralidade da natureza, que tem uma clara inspiração religiosa. Esses paradigmas cosmológicos também implicam diferentes comportamentos humanos em relação à vida: 1. O panteísmo implica reverência pela Vida, uma vez que a natureza é sagrada (Deus coincide principalmente com a natureza). Assim, o ser humano faz parte de uma comunidade estendida (mais que humana). 2. O teísmo reafirma que toda forma de vida é boa, pois foi criada por Deus. Isso implica que os seres humanos são os responsáveis da criação. 3. A ideia finalística da natureza sustenta que a vida é um fim em si mesma (ou seja, tem valor intrínseco) e que nossa responsabilidade emerge tanto do valor da vida quanto do nosso impacto no meio ambiente.</p> Luca Valera Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-04-11 2024-04-11 36 e202430731 e202430731 10.1590/2965-1557.036.e202430731 Nietzsche and the sublimation question: amid Erhabenen and Sublimierung notions | Nietzsche e a questão da sublimação: entre as noções de Erhabenen e Sublimierung https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/30480 <p>A noção de sublimação é de crucial importância no contexto da fisiopsicologia nietzschiana. O caminho da sublimação dos impulsos é o caminho das metas cada vez melhor avaliadas. A variação de meios e fins de satisfação possibilita o surgimento de novas configurações de impulsos, assim como novas formas de apoio entre eles, o que determina a potencialização do prazer psíquico. O que se propõe aqui é analisar a sublimação em Nietzsche sob dois aspectos fundamentais. Por um lado, como forma de satisfação psíquica através da transformação e sutilização dos alvos dos impulsos (Subliemirung) e, por outro, como forma de elevação (Erhabenen).</p> Eduardo Ribeiro da Fonseca Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-03-01 2024-03-01 36 e202430480 e202430480 10.1590/2965-1557.036.e202430480 As Críticas de Larry Laudan ao Socioconstrutivismo | Larry Laudan’s critiques to social constructivism https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/29471 <p>O socioconstrutivismo é uma ampla concepção sociológico-filosófica da ciência que pode ser assim apresentado: i) uma explicação do sucesso das teorias científicas bem sucedidas deve ser feita por meio do emprego de critérios epistemológicos e de ocorrências sociocomunitárias presentes na produção e aceitação dessas teorias; ii) o conhecimento produzido pelas teorias científicas bem sucedidas não é uma representação da realidade. A concepção socioconstrutivista sempre foi fortemente criticada pelas concepções filosóficas tradicional de ciência pois 1) uma explicação do sucesso das teorias científicas bem sucedidas deve ser feita por meio apenas do emprego de critérios epistemológicos, e 2) o conhecimento produzido pelas teorias científicas bem sucedidas, para ser considerado efetivamente um conhecimento, deve ser uma representação da realidade. Este artigo trata da crítica (1), por meio de uma análise ampliada do debate entre um representante do socioconstrutivismo (David Bloor) e um crítico (Larry Laudan) a partir da hipótese de que, embora Laudan tenha apontado alguns limites importantes do alcance da concepção socioconstrutivista, o núcleo argumentativo de sua crítica não se sustenta, exceto como uma prescrição sobre as tarefas às quais deve se deter um filósofo da ciência.</p> Marcos Rodrigues da Silva Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-05-06 2024-05-06 36 10.1590/2965-1557.036.e202429471 Μετοίκησις enquanto transvaloração existencial: Leitura fenomenológico-hermenêutica da morte e imortalidade da alma no Fédon | Μετοίκησις as existential transvaluation: phenomenological-hermeneutic reading of death and immortality of the soul in the Phaedo https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/29156 <p>É inegável o valor histórico e filosófico da leitura usual do<em>Fédon</em>, que enfatiza a dimensão imortal da alma que migraria em um plano metafísico, porém, aqui, propomos desenvolver a abordagem hermenêutico-fenomenológica e as implicações éticas decorrentes dessa interpretação. Faremos isso a partir da sugestão de Gadamer de traduzir o conceito de&nbsp;<span lang="EL">μ</span><span lang="ES-MX">ετοίκησις&nbsp;</span>como&nbsp;<em>traslado da alma,</em>&nbsp;o que abre precedentes para abordar a experiência de morte como um exercício espiritual que acontece e se finaliza na facticidade. Na primeira seção, destacaremos passagens e proporemos uma compreensão do&nbsp;<em>Fédon&nbsp;</em>a partir do mote da alma que&nbsp;<em>muda de hábitos&nbsp;</em>e se configura como uma transvaloração existencial. A seguir, mostraremos que a experiência de compreensão, calcada sobre a consciência da finitude, nos leva a intensificar e a ressignificar a noção de morte e a discussão sobre imortalidade da alma, como&nbsp;<em>mudança da morada do ser</em>, isto é, um modo de [re]orientar nosso modo de viver. Por fim, elucidaremos implicações éticas decorrentes da abordagem relativas aos temas da transfiguração de valores e da morte, divisão do corpo e da mente, orientação existencial, expressão da responsabilidade e modo de viver mais consciente em sociedade.</p> Luiz Rohden Leonardo Marques Kussler Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-03-05 2024-03-05 36 e202429156 e202429156 10.1590/2965-1557.036.e202429156 De la classe à la population chez Foucault : considérations sur une fausse alternative | Da classe à população em Foucault: considerações sobre uma falsa alternativa https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/28073 <p class="Corpoabstracteresumen"><a name="_Hlk67342950"></a>O presente artigo procura tratar da introdução do problema da população à medida em que esta coloca em jogo as análises precedentes que consideravam as noções de plebe e de classe enquanto coletivo destinatário de técnicas de poder e saber. No início da década de 1970, as análises de Foucault sobre a noção de poder consideravam uma multitude de homens enquanto plebe e classe. Com o desenvolvimento das noções de governamentalidade e de biopolítica, essa multiplicidade de homens passa a ser analisada somente a partir da noção de população em uma tentativa de Foucault de se desvencilhar da noção de classe. Com isso, procuramos mostrar que a passagem da noção de classe à noção de população transforma a abordagem desse sujeito coletivo, o que não deixa de produzir efeitos críticos sobre as análises anteriores a respeito do dispositivo de sexualidade e do poder disciplinar onde a noção de classe desempenhava uma função determinante.</p> Lorena de Paula Balbino Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-01-19 2024-01-19 36 e202428073 e202428073 10.1590/2965-1557.036.e202428073 Opinion publique: un espace ou une scène? – un débat entre Habermas et Rancière sur cette notion éducative et politique | Opinião pública: um espaço ou uma cena? – um debate entre Habermas e Rancière sobre essa noção educativa e política https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/28950 <p>Cet article discute les différences entre les concepts d’«espace public» et «scène publique» à partir du debate entre Jürgen Habermas et Jacques Rancière sur ce qui caractèrise la politique. L’opinion publique relève-t-elle toujours d’un ordre d’une rationalité politique où un sujet expose son opinion à l’épreuve des autres, pour les convaincre? Le maintien de cet espace public est-il alors une question d’éclaircissement? Pour réfletir sur cette question, nous chercherons à voir comment cet espace public s’est caracterisé pour les deux auteurs. Avec le premier, nous verrons historiquement cette caracterisation, et quel y a été le rôle de la médiatisation. Avec le deuxième, nous essayerons de voir dans quelle mesure cet espace public n’est qu’un espace de scènes, d’une scène politique; et quel en est le sens. On se demande à quelle mesure le philosophe allemand, aujourd’hui, à l’ère des nouveaux médias, reverrait-il ses analyses de 1962? Ou voudrait-il mieux distendre cet espace public au point de permettre de distinguer un espace public «a-critique» (un espace de commentaires et autre interactions) d’un espace public critique? Dans ce cas, que resterait-il de ce «coup» conceptuel? On pense qu’il y a dejà des élements aujourd’hui pour considérer qu’un espace, même s’il est «public», de cent quarente et quelques signes sur Twitter, ou de quelques paragraphes pour des commentaires sur Facebook, ne nous garantit pas nécessairement un perfectionnement de la démocratie, une proximité des intérêts généraux. Peut-être que la définition de cet espace comme un espace de scènes, comme le veut Rancière, pourra mieux nous aider à penser qu’un commentaire crée toujours «une démultiplication des personnes». C’est dans la confrontation entre ceus deux perspectives d’analyse que nous cherchons à développer cet article.</p> <p> </p> <p><strong>Resumo</strong></p> <p>Este artigo discute as diferenças entre os conceitos de “espaço público” e “cena pública” a partir do debate entre Jürgen Habermas e Jacques Rancière sobre o que caracteriza a política. A opinião pública faz sempre parte de uma ordem de racionalidade política na qual um sujeito expõe a sua opinião ao teste dos outros, para os convencer? A manutenção deste espaço público é então uma questão de esclarecimento? Para refletir sobre esta questão procuraremos ver como este espaço público foi caracterizado para os dois autores. Com o primeiro veremos historicamente essa caracterização, e qual foi o papel da midiatização. Com o segundo, tentaremos ver até que ponto este espaço público é apenas um espaço de cenas, de uma cena política; e qual é o significado disso. Perguntamo-nos se o filósofo alemão, hoje, na era das novas mídias, gostaria de expandir melhor este espaço público a ponto de tornar possível distinguir um espaço público “acrítico” (um espaço para comentários e outras interações) de um espaço público crítico? Neste caso, o que restaria deste “plano” conceitual? Pensamos que já existem hoje elementos para considerar que um espaço, mesmo que seja “público”, de cento e quarenta e poucos caracteres no Twitter, ou de alguns parágrafos para comentários no Facebook, não garante necessariamente uma melhoria da democracia, uma proximidade com os interesses gerais. Talvez a definição deste espaço como espaço de cenas, como pretende Rancière, possa melhor nos ajudar a pensar que um comentário cria sempre “uma multiplicação de pessoas”. É no confronto entre essas duas perspectivas analíticas que buscamos desenvolver este artigo.</p> Vinicius Bertoncini Vicenzi Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-01-18 2024-01-18 36 e202428950 e202428950 10.1590/2965-1557.036.e202428950 Properties and relations: a post-anthropocentric reading | Propriedades e relações: uma leitura pós-antropocêntrica https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/30277 <p>Este artigo indaga sobre os postulados filosóficos que estão gerando toda uma série de transformações nos níveis ético, jurídico e político. A fim de rastrear as condições filosóficas de possibilidade de tal mudança, ele estudará o escopo da teoria das relações e da teoria das propriedades. Após sua análise exaustiva, ele conclui que a teoria das relações tem um escopo explicativo e operacional maior do que a teoria das propriedades. Depois de explorar a justificativa moral dos argumentos sensocentristas e biocentristas, ele pede o cultivo de relações não destrutivas com qualquer entidade, fortalecendo uma ontologia relacional como uma saída para a atual crise ecológica.</p> Joaquín Fernández-Mateo Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-01-18 2024-01-18 36 e202430277 e202430277 10.1590/2965-1557.036.e202430277 Resenha: Caeiro, António de Castro. O que é a filosofia? Lisboa: Tinta-da-China, 2023, 376p. | Review: Caeiro, António de Castro. O que é a filosofia? Lisboa: Tinta-da-China, 2023, 376p. https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/31517 <p>Resenha.</p> Joaquim Pinheiro Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-07-02 2024-07-02 36 e202431517 e202431517 10.1590/2965-1557.036.e202431517 Resenha: OLIVEIRA, Jelson. Moeda sem efígie: a crítica de Hans Jonas à ilusão do progresso. Curitiba: Kotter, 2023, 184p. | Book review: OLIVEIRA, Jelson. Moeda sem efígie: a crítica de Hans Jonas à ilusão do progresso. Curitiba: Kotter, 2023, 184p. https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/30841 <p>Trata-se da resenha da obra Moeda sem efígie: a crítica de Hans Jonas à ilusão do progresso. Curitiba: Kotter Editorial, 2023, 184p, de Jelson Oliveira. </p> Lucas Miguel Gonçalves Bugalski Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-01-19 2024-01-19 36 e202430841 e202430841 10.1590/2965-1557.036.e202430841 Dialogues on Human Enhancement: An Interview with Nicholas Agar | Diálogos sobre melhoramento humano: entrevista com Nicholas Agar https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/31438 <p>Nesta entrevista, o filósofo Nicholas Agar responde a questões sobre seu livro mais recente, Dialogues on Human Enhancement. Agar comenta sobre o desafio de escrever um livro em forma de diálogo, como foi o processo envolvendo seus estudantes e a relevância de utilizar um método antigo de fazer filosofia. Além das tecnologias genéticas, Agar aborda tecnologias digitais e as tecnologias de interface cérebro-máquina (BCIs). Ele ainda reflete sobre o que significa ser humano numa sociedade tecnológica como a atual.</p> Murilo Mariano Vilaça Murilo Karasinski Léo Peruzzo Júnior Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-06-04 2024-06-04 36 e202431438 e202431438 10.1590/2965-1557.036.e202431438 Félix Guattari em Belém do Pará – 1985: vestígios e efeitos | Félix Guattari in Belém do Pará – 1985: vestiges and effects https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/30172 <p>Félix Guattari viajou diversas vezes ao Brasil. Em 1985, saiu do circuito <em>mainstream</em> acadêmico brasileiro e esteve em Belém do Pará, na Região Norte do país. O objetivo deste artigo é discutir a vinda de Félix Guattari à Belém do Pará, no ano de 1985. Como método utilizamos a História Oral e Cultural para descrever e analisar as ressonâncias desta vinda. Analisamos fontes orais e registros de jornais que puderam apresentar passagens do acontecimento Guattari, em Belém. Constatamos que o convite à Guattari foi feito por professores relacionados à Psicanálise que tinham leituras políticas e críticas. Félix ministrou duas conferências: “Movimentos Sociais e Partidos Políticos” e “Desejo e Política”, em um auditório de hotel da cidade. Após esta passagem, inúmeras inflexões foram produzidas e ressonâncias geradas na formação em Psicanálise, em Psicologia, nas Artes, na Cultura e nas resistências políticas, na Cidade das Mangueiras.</p> <p> </p> Arthur Elias Silva Santos Flávia Cristina Silveira Lemos Domenico Uhng Hur Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-06-04 2024-06-04 36 e202430172 e202430172 10.1590/2965-1557.036.e202430172 A economia-política da violência e da morte | The political economy of violence and death https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/30407 <p>O artigo a seguir busca elucidar o conceito de “economia-política da violência e da morte”, que propomos como uma definição possível de fascismo. Trabalhamos com este conceito pela primeira vez no livro<em> A Vingança dos Capatazes. O bolsonarismo como Fascismo </em>(Guéron, 2022). Pretendemos mostrar como a filosofia política de Felix Guattari, sobretudo depois do seu encontro com Gilles Deleuze, foi decisiva para chegarmos a este conceito, isto é, para definirmos isso que compreendemos como um fluxo de violência e morte típico da máquina social capitalista. Violência e Morte que circula de forma imanente, tanto como forma-mercadoria -- como uma forma hiper eficaz de produção de mais valia e lucro, quanto como uma intensa, e atraente economia libidinal.</p> Rodrigo Guéron Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-07-02 2024-07-02 36 e202430407 e202430407 10.1590/2965-1557.036.e202430407 Editorial – Félix Guattari y Latinoamérica: Inactualidades de la micropolítica, a 30 años de su muerte | Editorial – Félix Guattari e a América Latina: Inactualidades da micropolítica, 30 anos após sua morte https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/31241 <p>n/a</p> Léo Peruzzo Júnior Jelson Roberto de Olivera Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-02-15 2024-02-15 36 e202431241 e202431241 10.1590/2965-1557.036.e202431241 Ecologia do virtual | Ecology of the virtual https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/30162 <p>Félix Guattari se referiu a uma «&nbsp;ecologia do virtual&nbsp;». Essa noção deve ser aprofundada segundo dois eixos. Um, conceitual, cruzando o tema da ecologia mental ou subjetiva de <em>As três ecologias </em>com os funtores de <em>Cartografias esquizoanalíticas. </em>O segundo eixo emerge de contextos concretos no Brasil atual, sobretudo das lutas ameríndias. Deve aparecer, ao final desse percurso, como a dimensão virtual em Guattari ou em outros propicia a abertura de processos heterogenéticos, e suas implicações ecopolíticas.</p> Peter Pál Perbart Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-03-05 2024-03-05 36 e202430162 e202430162 10.1590/2965-1557.036.e202430162 Concept and Practice of Dissensus in Félix Guattari’s Ecosophy | Conceito e prática do disenso na ecosofia de Félix Guattari https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/30362 <p>Propõe-se uma abordagem da ecosofia de Félix Guattari com base na análise da lógica do dissenso. A hipótese é a seguinte: promover uma prática dissensual é fundamental para um conhecimento ecoetológico que busca a ressingularização da experiência no contexto da crescente homogeneização operada pelo Capitalismo Mundial Integrado (CMI). Como Guattari enfatizou durante sua visita ao Chile, o objetivo da eco-etologia não é a crítica do capitalismo, mas a mobilização de seu confronto ativo. A prática do dissenso, nesse sentido, possibilitaria agir contra os dispositivos homogeneizadores da subjetividade em um momento em que o capitalismo, depois de colonizar o mundo, coloniza também o inconsciente. O artigo trata da formulação do dissenso na visita de Guattari ao Chile em 1991, estabelecendo um contraponto com sua análise nos escritos dos últimos anos; em seguida, analisa a articulação da lógica dissensual na ontologia de Guattari. Por fim, é investigada a função da lógica do dissenso na configuração das instituições sob a perspectiva da transversalidade.</p> Patricio Landaeta Cristobal Durán Rojas Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-01-18 2024-01-18 36 e202430362 e202430362 10.1590/2965-1557.036.e202430362 Editorial – Direito dos Animais: ética, senciência e o fim do Antropocentrismo | Editorial – Animal Rights: Ethics, Sentience, and the End of Anthropocentrism https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/31302 Léo Peruzzo Júnior Jelson Roberto de Olivera Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-03-08 2024-03-08 36 e202431302 e202431302 10.1590/2965-1557.036.e202431302 Patriarcado, género y violencia: hacia una nueva masculinidad en bell hooks | Patriarcado, gênero e violência: para uma nova masculinidade em bell hooks https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/31213 <p>Tomando o pensamento de bell hooks como fio condutor de reflexão e análise, este artigo estuda o patriarcado como uma estrutura ideológica que promove e legitima várias formas de violência, como a opressão e a discriminação sexista. Argumenta-se igualmente que a violência patriarcal não se dirige apenas às mulheres, mas também aos homens, uma vez que as identidades de género tradicionais que são encorajados a assumir fomentam atitudes e valores tóxicos. Para erradicar a violência sexista e construir uma sociedade mais justa e igualitária, defende-se que são necessárias novas subjectividades de género alternativas, descolonizadas da ideologia patriarcal. Neste sentido, estuda-se a proposta de hooks de construção de uma nova masculinidade mais solidária, compreensiva e afável do que a tradicional.</p> <p>&nbsp;</p> <p>Palavras chave: patriarcado, gênero, violência, novas masculinidades</p> Brais González Arribas Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-05-06 2024-05-06 36 e202431213 e202431213 10.1590/2965-1557.036.e202431213 De la hipótesis al concepto. Simondon, Deleuze y las singularidades preindividuales | Da hipótese ao conceito. Simondon, Deleuze e as singularidades pré-individuais https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/30941 <p>Neste artigo, propomos nos situar na construção do pré-indivíduo, elaborada por Simondon, a fim de forjar um novo conceito de individuação. Esse termo permanece explicitamente equívoco entre um status conceitual e um status hipotético e operacional, o que de certa forma o deixa aberto a uma posteridade interpretativa muito rica. No final da década de 1960, Gilles Deleuze, um dos primeiros leitores de Simondon, forjou uma verdadeira criação conceitual ao cunhar o termo "singularidades pré-individuais", que não apenas esclarece as determinações da proposta de Simondon, mas também a transforma e aprofunda a ponto de lhe conferir um status conceitual decisivo. Tentaremos mostrar que esse conceito se torna uma via régia para mostrar as complexidades do termo no pensamento de Simondon, bem como uma forma excepcional de ampliar sua natureza e dinamizar seu funcionamento a partir da pluralização das singularidades que o compõem.</p> Cristóbal Durán Rojas Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-01-18 2024-01-18 36 e202430941 e202430941 10.1590/2965-1557.036.e202430941 L’Aurora del sebastianismo: le fonti profetiche dell’encuberto | The dawn of Sebastianism: the prophetic sources of encobert https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/30161 <p>La genesi dottrinale del sebastianismo è spesso riportata completamente all’interno della cultura popolare portoghese: si ritiene che D. João de Castro, inventore della leggenda del re redivivo, avrebbe rimodellato la figura dell’Encuberto assumendola dalle <em>Trovas </em>di Bandarra, calzolaio di Trancoso. In verità, la retorica dell’Encuberto risulta diffusa nella penisola iberica ben prima delle <em>Trovas</em>. D. João stesso ne segnala altri due “preannunci”, nel Vespertilio profetizzato da Arnaldo da Villanova e nel Sol obscuratus dell’Oracolo di Cirillo. Più in generale, l’articolo intende contribuire alla conoscenza della vasta biblioteca profetica e messianica di D. João, e mostrare così che la leggenda di D. Sebastião nasce e si sviluppa alla confluenza di molteplici tradizioni circolanti nell’Occidente europeo a partire dall’Alto Medioevo.</p> <p><strong>Resumo</strong></p> <p>A gênese doutrinária do sebastianismo é muitas vezes traçada inteiramente na cultura popular portuguesa. Nessa perspectiva, acredita-se que D. João de Castro, inventor da lenda do rei redimido, reformulou a figura do Encuberto retirando-a das Trovas de Bandarra, sapateiro de Trancoso. Na verdade, a retórica do Encuberto está difundida na Península Ibérica muito antes das Trovas. O próprio D. João aponta dois outros "pré-anúncios", no Morcego profetizado por Arnau de Vilanova e no Sol obscuratus do Oráculo de Cirilo. Em termos mais gerais, o artigo pretende contribuir para o conhecimento da vasta biblioteca profética e messiânica de D. João e, assim, mostrar que a lenda de D. Sebastião nasceu e se desenvolveu na confluência de múltiplas tradições que circulavam na Europa Ocidental desde o início da Idade Média.</p> <p> </p> Gian Luca Potestà Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-02-15 2024-02-15 36 e202430161 e202430161 10.1590/2965-1557.036.e202430161 Giordano Bruno e o discurso da Fortuna | Giordano Bruno and Fortune’s Discourse https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/30094 <p>No diálogo <em>Spaccio de la bestia trionfante</em> [<em>Expulsão da besta triunfante</em>], publicado em Londres, em 1584, Giordano Bruno apresenta “as sementes da sua filosofia moral”. Após ter apresentado e discutido sua reforma ontológica, cosmológica e epistemológica nos diálogos precedentes, Bruno pretende elaborar uma consequente proposta reforma moral, política e religiosa da sociedade europeia de seu tempo. Com o objetivo de mostrar como Bruno elabora essa sua proposta, após reconstruir brevemente o horizonte histórico-conceitual que orienta o pensamento do Nolano a respeito do tema, apresento aqui a tradução de uma das passagens mais significativas desse seminal e provocativo diálogo, o discurso da Fortuna.</p> Luiz Bombassaro Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-02-15 2024-02-15 36 e202430094 e202430094 10.1590/2965-1557.036.e202430094 Democracia, amizade, serenidade: Aristóteles entre Weil, Vaz e Bobbio | Democracy, friendship, serenity: Aristotle among Vaz, Weil and Bobbio https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/30082 <p>O artigo propõe uma interlocução de três pensadores contemporâneos do campo da filosofia política sobre o conceito de democracia, Lima Vaz (1921-2002), Eric Weil (1904-1977) e Norberto Bobbio (1909-2004), confrontado com a concepção aristotélica da amizade política sustentada pela benevolência (<em>eúnoia</em>) e pela concórdia (<em>homónoia</em>) entre todos os cidadãos. A reflexão final sobre a serenidade, definida por Bobbio como a “mais impolítica das virtudes”, inscreve o presente artigo nas homenagens a Antonio José Romera Valverde pela sua longa e fecunda carreira acadêmica.</p> Marcelo Perine Paulo Raphael Oliveira Andrade Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-01-18 2024-01-18 36 e202430082 e202430082 10.1590/2965-1557.036.e202430082 A recepção da filosofia platônica nas alegorias de Erasmo de Rotterdam | The reception of platonic philosophy in Erasmus of Rotterdam’s allegories https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/30112 <p>Erasmo de Rotterdam (Desiderius Erasmus Roterodamus) escreveu o Adágio 2201, que se intitula <em>Os Silenos de Alcibíades</em> (em latim <em>Sileni Alcibiadis</em>), elaborado a partir do diálogo de Platão o <em>Banquete</em>, 215 a – 215 b. O humanista destaca o momento quando Alcibíades toma a palavra e faz um elogio a Sócrates exaltando sua sabedoria, consagrando a filosofia de Platão, em particular aquela que inclui os diálogos essencialmente religiosos e morais, menos os cosmológicos e metafísicos. O seu interesse pela filosofia platônico-socrática, em especial pelo elogio que Alcibíades fez a Sócrates, incluía uma concepção de mundo “às avessas”, porque se desdobrava na dialética entre a aparência e a realidade, o visível e o invisível, o exterior e a interioridade, a falsidade e a verdade.</p> Sidnei Francisco Nascimento Copyright (c) 2024 Editora Universitária Champagnat http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-03-05 2024-03-05 36 e202430112 e202430112 10.1590/2965-1557.036.e202430112