TY - JOUR AU - Candiotto, Cesar PY - 2011/05/08 Y2 - 2024/03/29 TI - Parrhesia filosófica e ação política: Platão e a leitura de Foucault JF - Revista de Filosofia Aurora JA - Rev. Filos. Aurora VL - 23 IS - 32 SE - Dossiê DO - 10.7213/rfa.v23i32.1726 UR - https://periodicos.pucpr.br/aurora/article/view/1726 SP - 31-52 AB - <span>Em 1983, no curso Le gouvernement de soi et des autres (2008), Foucault lê o pensamento político de Platão a partir do pano de fundo da governamentalidade. Dessa perspectiva, ele privilegia no pensador grego mais a preocupação com o modo conveniente do real exercício do governo do que sua conhecida proposição de uma cidade ideal, de um regime político, de uma constituição. Essa leitura explica a preferência da análise das Cartas de Platão, comparativamente a outros textos maiores, como A República e As leis. Ela também ajuda a compreender por que jamais foi objetivo de Foucault elaborar outra teoria do pensamento político em Platão somente desde o discurso filosófico. Em vez disso, ele preferiu referir tais discursos (logoi) às práticas (pragmata) e às obras (erga) designadas pela coragem de verdade (parrhesia) a partir do conselho filosófico dirigido ao soberano político. Se de um lado Foucault quer mostrar o fracasso de uma parrhesia política protagonizada pelos governantes contemporâneos a Platão, de outro entende que é pelo exame dos limites e possibilidades dos modos de governar da racionalidade política que a filosofia encontra sua realidade.</span> ER -