DISCURSO DA SERVIDÃO VOLUNTÁRIA: RELAÇÕES DE FORÇA E LIBERDADE NA OBRA DE LA BOÉTIE

Autores

  • Edson Donizete Toneti School of Theology and Ministry do Boston College

DOI:

https://doi.org/10.7213/rfa.v21i28.1216

Resumo

O objetivo deste artigo é propiciar um discernimento ante as ambiguidades suscitadas pelo Discurso da Servidão Voluntária no seu percurso histórico, desde seu nascedouro, passando pelas apropriações de determinados grupos, até as diferentes óticas de leitura. Na tentativa de compreender o porquê da servidão voluntária, Etienne de La Boétie reescreve as bases do poder à luz da Antiguidade, donde originam-se as relações de força. La Boétie tece considerações que permitem concluir que na tirania a cumplicidade, a igualdade e o companheirismo podem soar extremamente falsos. O antídoto mais eficaz no enfrentamento destes desvios, como forma de reencontrar a liberdade esquecida, é o bom exercício da amizade. A atualidade do Discurso da Servidão Voluntária reside no fato de ser um perene paradigma para a análise de todo e qualquer tipo de exercício da tirania.

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Publicado

2009-05-04

Como Citar

Donizete Toneti, E. (2009). DISCURSO DA SERVIDÃO VOLUNTÁRIA: RELAÇÕES DE FORÇA E LIBERDADE NA OBRA DE LA BOÉTIE. Revista De Filosofia Aurora, 21(28), 165–191. https://doi.org/10.7213/rfa.v21i28.1216

Edição

Seção

Fluxo contínuo