Níveis urbanos e financeirização

síntese possível?

Autores

  • Marlon Lima da Silva Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA)
  • Jovenildo Cardoso Rodrigues UFPA

Resumo

O fenômeno da financeirização é pouco sistematizado em suas expressões socioespaciais, embora o tema seja frequente nos estudos urbanos. Em geral, os trabalhos só revelam uma parcela do problema, pois desconsideram a cidade como mediação interescalar nos processos. Isso dificulta o entendimento sistemático da reprodução socioespacial urbana da financeirização. Desse modo, o artigo levanta a seguinte questão: como a financeirização se reproduz no espaço urbano? Ao utilizar a noção de níveis urbanos, Henri Lefebvre indica uma proposta integradora que considera a cidade como mediação sistêmica entre o global e o cotidiano, mobilizando e ultrapassando escalas. Analisa os setores habitacional e varejista para mostrar que a crescente penetração da lógica financeira intensifica desigualdade, segregação e fragmentação nas cidades brasileiras. Shopping centers, super e hipermercados, espaços residenciais fechados e e-commerce são algumas de suas expressões. Finalmente, apresenta um quadro síntese acompanhado da proposição conceitual denominada de pulverização urbano-diferencial da lógica financeira. Revela que a financeirização se processa como pulverização sistêmica nas cidades, com diferenças geográficas, num fluxo renovado de valorização do capital. Elucida a complexidade inerente ao movimento de reprodução socioespacial urbana da financeirização e ilumina novas estratégias e práticas espaciais.

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Publicado

2024-02-06

Como Citar

Silva, M. L. da, & Rodrigues, J. C. (2024). Níveis urbanos e financeirização: síntese possível?. Revista Brasileira De Gestão Urbana, 15. Recuperado de https://periodicos.pucpr.br/Urbe/article/view/30689

Edição

Seção

Artigos