PLANEJAMENTO E DESENHO URBANOS: UMA CONCILIAÇÃO POSSÍVEL?

Autores

  • Danielle Pereira Montrezor Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
  • Sidney Piochi Bernardini Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

Palavras-chave:

Desenho Urbano, Regulação Urbana, Planejamento Urbano, Revisão Sistemática da Literatura.

Resumo

As cidades vivem um momento de revalorização do desenho urbano, ainda que em geral continuem a enfrentar desafios transcendentes à constituição meramente física. Mas então, o que está sendo pensado para tornar a cidade mais acolhedora e viva em relação ao seu desenho? A recente revisão do Plano Diretor Estratégico (PDE) e da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo (LPUOS) do município de São Paulo aparentemente converge para possíveis soluções abordadas na literatura do campo disciplinar do Desenho Urbano desde sua consolidação, na década de 1960. A pesquisa propõe elucidar, portanto, como se dá a relação entre a literatura científica e o que está sendo proposto por estas normas. Para isto, foram realizados os estudos documentais das normas, a revisão bibliográfica relacionada ao tema e ainda, uma Revisão Sistemática da Literatura (RSL) para o levantamento da produção científica no campo do desenho urbano. Os resultados revelam que há uma tendência de crescente valorização da escala do pedestre no processo de planejamento urbano, com ênfase na correlação entre uso do solo, mobilidade urbana e valorização da dimensão humana da cidade e que isto, de certa forma, se reflete nas propostas apresentadas pelas normas recentemente instituídas em São Paulo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Barros, Marcelo Paes de, Nogueira, Marta Cristina Jesus Albuquerque, & De Musis, Carlo Ralph. (2010). O projeto de parque urbano e os riscos da exposição ao calor. Ambiente Construído, 10(2), 147-156. https://dx.doi.org/10.1590/S1678-86212010000200010

Brereton, P., Kitchenham, B. A., Budgen, D., Turner, M., Khalil, M. (2007). Lessons from applying the systematic literature review process within the software engineering domain. The Journal of Systems and Software, 80(4), 571–583. https://doi.org/10.1016/j.jss.2006.07.009

Boarnet, M. G. et al. (2011). The street level built environment and physical activity and walking: Results of a predictive validity study for the irvine minnesota inventory. Environment and Behavior, 43(6), 735–775. https://doi.org/ 10.1177/0013916510379760.

Boulange, C., Gunn, L., Giles-Corti, B., Mavoa, S., Pettit, C., Badland, H. (2017). Examining associations between urban design attributes and transport mode choice for walking, cycling, public transport and private motor vehicle trips. Journal of Transport and Health, 6, 155–166. https://doi.org/10.1016/j.jth.2017.07.007

BRASIL. Lei n. 10.257 (10 de julho de 2011). Estatuto da Cidade. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF.

Budds, J.; Teixeira, P (2005). Ensuring the right to the city: pro-poor housing, urban development and tenure legalization in São Paulo, Brazil. Environment and Urbanization, 17(1), 89–114. https://doi.org/10.1177/095624780501700105

Carmona, M., Tiesdell, S., Heath, T., OC, T. (2003). Public Places - Urban Spaces: The dimension of Urban Design. Oxford: Architectural Press.

Cervero, R. (2009). Transport Infrastructure and Global Competitiveness: Balancing Mobility and Livability. The Annals of the American Academy of Political and Social Science, 626, 210-225. http://www.jstor.org/stable/40375931

Choi, E. (2014). Walkability and the complexity of walking behavior. A/Z ITU Journal of the Faculty of Architecture, 11(2), 87-99. http://urn.kb.se/resolve?urn=urn:nbn:se:kth:diva-161539

Cullen, G. (1983). Paisagem urbana. São Paulo: Martins Fontes.

Da Silva, J. C., De Souza, C. A. (2016). The Urban Question in the Upper Paraguay Basin: Urban Development and Its Implications in the Drainage Canals in Cáceres - MT. Boletim de Geografia. Universidade Estadual de Maringá, 34(3), 111-128. https://doi.org/ 10.4025/bolgeogr.v34i3.22360

Del Rio, V. (1990). Introdução ao desenho urbano no processo de planejamento. 1ª ed. São Paulo: Pini.

Del Rio, V., Siembieda, W. (2013). Desenho Urbano Contemporâneo no Brasil. 1ª Edição. Rio de Janeiro: Grupo Gen.

Dovey, K.; Pafka, E. (2017). What is functional mix? An assemblage approach. Planning Theory and Practice, 18(2), 249–267. https://doi.org/10.1080/14649357.2017.1281996

Farr, D. (2013). Urbanismo sustentável. Desenho urbano com a natureza. Porto Alegre: Bookman.

Gehl, J. (2015). Cidades para pessoas. 3ª ed. São Paulo: Perspectiva.

Gehl, J. (2018). A vida na cidade: como estudar. 1ª ed. São Paulo: Perspectiva.

Gonçalves, Andréia, & Meneguetti1, Karin Schwabe. (2015). Projeto de arborização como patrimônio da cidade. Ambiente Construído, 15(1), 99-118. Epub March 00, 2015. https://dx.doi.org/10.1590/S1678-86212015000100009

Greenwald, M. J. (2003). The road less traveled: New urbanist inducements to travel mode substitution for nonwork trips. Journal of Planning Education and Research, 23(1), 39–57. https://doi.org/10.1177/0739456X03256248

Gunn, L. D. et al. (2017). Designing healthy communities: Creating evidence on metrics for built environment features associated with walkable neighbourhood activity centres. International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, 14(1). https://doi.org/10.1186/s12966-017-0621-9

Hall, A. C. (2000). A new paradigm for local development plans. Urban design Internacional, 5(2), 123-140. https://doi.org/10.1057/palgrave.udi.9000019

Hall, A. C. (2008). The form-based development plan: bridging the gap between theory and practice in urban morphology. Urban Morphology, 12(2), 77-95.https://www.scopus.com/inward/record.uri?eid=2-s2.0-54749115245&partnerID=40&md5=a3c081bbbf43c0cd505e6e22d1fd41a8

Handy, S. L. et al. (2002). How the built environment affects physical activity: Views from urban planning. American Journal of Preventive Medicine, 23(2), 64–73. https://doi.org/10.1016/S0749-3797(02)00475-0

Jacobs, J. (2000). Morte e vida de grandes cidades. São Paulo: Martins Fontes.

Johnson, S., Marko, J. (2008). Designing Healthy Places: Land use planning and public health. Environments, 35(3), 9-19. https://www.scopus.com/inward/record.uri?eid=2-s2.0-68249103617&partnerID=40&md5=3a4535515eca0460e9169ceb0816b6b5

Kemperman, A., Timmerman, H. (2009). Influences of built environment on walking and cycling by latent segments of aging population. Transportation Research Record, 1-9. https://doi.org/10.3141/2134-01

Koohsari, M. J., Owen, N., Cerin, E., Giles-Corti; B., Sugiyama, T. (2016). Walkability and walking for transport: characterizing the built environment using space syntax. International Journal of Behavioral Nutrition & Physical Activity, 13, 1-9. https://doi.org/10.1186/s12966-016-0448-9

Koohsari, M. J.; Badland, H.; Giles-corti, B. (2013). (Re)Designing the built environment to support physical activity: Bringing public health back into urban design and planning. Cities, 35, 294–298. https://doi.org/10.1016/S0749-3797(02)00475-0

Kitchenham, B., Brereton, O. P., Budgen, D., Turner, M., Bailey, J., Linkma, S. (2009). Systematic literature reviews in software engineering: a systematic literature review. Information and Software Technology, 51, 7-15. https://doi.org/10.1016/j.infsof.2008.09.009

Krizek, K. J. (2003). Operationalizing neighborhood accessibility for land use - Travel behavior research and regional modeling. Journal of Planning Education and Research, 22(3), 270–287. https://doi.org/10.1177/0739456X02250315

Krüger, P. E.; Drach, P. B. (2015). Implications of air-conditioning use on thermal perception in open spaces: A field study in downtown Rio de Janeiro. Building and Environment, 94, 417-425. https://doi.org/10.1016/j.buildenv.2015.07.024

Lajut, J. (2016). Análise do impacto do novo plano diretor estratégico da cidade de São Paulo no planejamento de produtos residenciais (Dissertação de Mestrado). Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo.

Lamas, J. M. R. G. (2004). Morfologia urbana e desenho da cidade. 3ª ed. sl: Fundação Calouste Gulbenkian.

Lee, J. (2017). Impact of neighborhood walkability on trip generation and trip chaining: Case of Los Angeles. Journal of Urban Planning and Development, 142(3). https://doi.org/10.1061/(ASCE)UP.1943-5444.0000312

Lee, J.; He, S. Y.; Sohn, D. W. (2017). Potential of converting short car trips to active trips: The role of the built environment in tour-based travel. Journal of Transport and Health, 7, 134–148. https://doi.org/10.1016/j.jth.2017.08.008

Lerman, Y.; Omer, I. (2016). Urban area types and spatial distribution of pedestrians: Lessons from Tel Aviv. Computers, Environment and Urban Systems, 55, 11–23. https://doi.org/10.1016/j.compenvurbsys.2015.09.010

Lynch, K. (1960). The image of the city. Cambridge: The M.I.T. Press.

Maat, K., Van Wee, B., Stead, D. (2005). Land use and travel behaviour: Expected effects from the perspective of utility theory and activity-based theories. Environment and Planning B: Planning and Design, 32, 33-46. https://doi.org/10.1068/b31106

Macdonald, E., Larice, M. (2013). The Urban Design Reader. 2ª ed. Abingdon, UK: Routledge.

Macedo, A. C. (2007). A Carta do Novo Urbanismo norte-americano. Arquitextos, 082.03(7). http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/07.082/262

Mehta, V. (2009). Look Closely and You Will See, Listen Carefully and You Will Hear: Urban Design and Social Interaction on Streets. Journal of Urban Design, 14(1). https://doi.org/10.1080/13574800802452658

Monteiro, et al. (2012). A (in)eficácia das políticas europeias e nacionais para prevenir os riscos causados pelas manifestações de mudança climática nos espaços urbanos. Revista da Faculdade de Letras, Universidade do Porto, 1, 45 -58. https://hdl.handle.net/10216/83127

Netto, V. M., Saboya, R. T. de. (2010). A urgência do planejamento: a revisão dos instrumentos normativos de ocupação urbana. São Paulo, Arquitextos, 125.02(11). http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/10.125/3624

Nobre, E. A. C. (2006). O Ideário Urbanístico e a Legislação na Cidade de São Paulo. IX Seminário de História da Cidade e do Urbanismo, São Paulo.

Noto, F. S. (2017). O quarteirão como suporte da transformação (Tese de Doutorado). Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo.

Nunes, R. T. S.; Prodanoff, J. H. A.; Nunes, B.; Freitas, M. A. V. (2011). Incorporating Water Sensitive Urban Design (WSUD) practices into the planning contexto: the conceptual case for lot-scale developments. Sustainability Today, 167, 341-352. http://dx.doi.org/10.2495/ST110311

Portal Periódicos CAPES. Acesso através da Universidade Estadual de Campinas. http://www.periodicos.capes.gov.br

Punter, J. (2007). Developing Urban Design as Public Policy: Best Practice Principles for Design Review and Development Management. Journal of Urban Design, 12(2), 167-202. https://doi.org/10.1080/13574800701306195

Siqueira-Gay, J. et al. (2017). Vulnerabilidade as ilhas de calor no municipio de São Paulo: uma abordagem para a implantacao de medidas mitigadoras na gestao urbana. Revista de Gestão Ambiental e da Sustentabilidade, (2)6, 105-123. https://doi.org/ 10.5585/geas.v6i2.902

Speck, J. (2016). Cidade Caminhável. 1ª ed. São Paulo: Perspectiva.

São Paulo (31 de julho de 2014). Lei 16.050, de 31 de julho de 2014: Aprova a Política de Desenvolvimento Urbano e o Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo e revoga a Lei nº 13.430/2002. São Paulo: Prefeitura do Município de São Paulo.

São Paulo (22 de março de 2016). Lei 16.402, de 22 de março de 2016: Disciplina o parcelamento, o uso e a ocupação do solo no Município de São Paulo, de acordo com a Lei no 16.050, de 31 de julho de 2014 – Plano Diretor Estratégico (PDE). São Paulo: Prefeitura do Município de São Paulo.

Silva, J. M. P. Da. (2011). Social housing and the municipal laws from campinas metropolitan region. Ambiente Construído, 11(3), 55–71. https://doi.org/10.1590/S1678-86212011000300005

Tork, Lorena D'Arc, Tibiriçá, Antônio Cleber Gonçalves, & Tibiriçá, Álvaro Messias Bigonha. (2017). Análise da ventilação natural conforme planos diretores: resultados de pesquisa em Belém, PA. Ambiente Construído, 17(1), 329-351. https://dx.doi.org/10.1590/s1678-86212017000100138

Vanti, N. A. P. (2002). Da bibliometria à webometria: uma exploração conceitual dos mecanismos utilizados para medir o registro da informação e a difusão do conhecimento. Ciência da Informação, 31(2), 152-162. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-19652002000200016&lng=en&nrm=iso

Vasconcelos, A. F.; Miguez, M. G.; Vazquez, E. G. (2016). Critérios de projeto e benefícios esperados da implantação de técnicas compensatórias em drenagem urbana para controle de escoamentos na fonte, com base em modelagem computacional aplicada a um estudo de caso na zona oeste do Rio de Janeiro. Eng. Sanit. Ambient., (4)21, 655-662. http://dx.doi.org/10.1590/s1413-41522016146469

Wey, W. M. (2011). A study of the built environment design elements embedded into the multiple criteria strategic planning model for an urban renewal. International Journal of civil and Evironmental Engineering, 5(4), 157-167. urn:dai:10.1999/1307-6892/1800

Wood, L.; Frank, L. D.; Giles-corti, B. (2010). Sense of community and its relationship with walking and neighborhood design. Social Science and Medicine, 70(9), 1381–1390. https://doi.org/10.1016/j.socscimed.2010.01.021

Downloads

Como Citar

Montrezor, D. P., & Bernardini, S. P. (2019). PLANEJAMENTO E DESENHO URBANOS: UMA CONCILIAÇÃO POSSÍVEL?. Revista Brasileira De Gestão Urbana, 11. Recuperado de https://periodicos.pucpr.br/Urbe/article/view/25311

Edição

Seção

Artigos