O custo social e econômico dos acidentes de trânsito com pedestres e ciclistas: estudo de caso do estado de Santa Catarina, Brasil

Autores

  • Vinicius Tischer Universidade do Vale do Itajaí

Palavras-chave:

Acidentes de trânsito, Custos e Análise de Custo, Pedestres, Ciclistas.

Resumo

Os custos sociais decorrentes de acidentes de trânsito são elevados e impactam diretamente na economia. Entre as principais vítimas desses acidentes estão ciclistas e pedestres, os usuários mais vulneráveis. Nesse sentido, o objetivo foi desenvolver uma metodologia para estimar os custos gerados pelos acidentes de trânsito envolvendo pedestres e ciclistas. O estudo teve como referência dados disponíveis no Sistema de Informações de Saúde, vinculado ao Ministério da Saúde, considerando vítimas fatais e não fatais de acidentes. Para a composição dos custos de vítimas não fatais, foram utilizadas duas abordagens: uma considerando apenas despesas médico-hospitalares e outra levando em conta também os custos indiretos. Para acidentes fatais, empregou-se o método do capital humano, utilizando rendimentos fornecidos pelo IBGE como base para os cálculos. Como resultado, obtiveram-se diferentes aproximações de custos para cada tipo de ocorrência (lesões e vítimas fatais), demonstrando o ônus resultante do elevado número de acidentes. Os resultados obtidos podem ser utilizados em subsídio ao planejamento estratégico urbano e às políticas de segurança nos deslocamentos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Al-Masaied, H.R., Al-Mashakbeh, A. A., & Qudah, A. M. (1999). Economic costs of traffic accidents in Jordan. Accident Analysis and Prevention. 31, 347–357.

Alrukaibi, F., Alotaibi, N., & Almutairi, M. (2015). Methodology for calculation the traffic accidents costs. In: Proceedings of 10th ISERD International Conference, (p.) Dubai: UAE.

Andrade, S. S. C. A., & Jorge, M. H. P. M. (2017). Internações hospitalares por lesões decorrentes de acidente de transporte terrestre no Brasil, 2013: permanência e gastos. Epidemiologia e Serviços de Saúde. v.26, n1, 31-38.

Antic, B., Vujanic, M., Lipovac, K., & Pesic, D. (2011). Estimation of the traffic accidents costs in Serbia by using dominant costs model. Transport, 26:4, 433-440.

Bacchieri, G., & Barrosa, A.J.D. (2011). Acidentes de trânsito no Brasil de 1998 a 2010: muitas mudanças e poucos resultados. Revista de Saúde Pública. 45(5), 949-63.

Banco Central do Brasil. Metodologia da Aplicação com Depósitos Regulares. Recuperado em 18 de setembro de 2017 de http://www.bcb.gov.br/pec/calculo/calc_poupanca/metodologia.asp

Bardal, K. G., & Jørgensen, F. (2017). Valuing the risk and social costs of road traffic accidents – Seasonal variation and the significance of delay costs. Transport Policy 57. 10–19.

Barnet, J., & Clough, P. (1999). The full social cost of road accidents. In: Road Safety Research, Policing and Education Conference. (p. 0-11) Canberra, Australia: editora NZ Institute of Economic Research.

Batida, J. L., Aguilar, P. S., & González, B. D. (2004). The Economic Costs of Traffic Accidents in Spain. The Journal of Trauma, Injury, Infection, and Critical Care. v.56, n.4. 56, 883–889.

Biffe, C. R. F., Harada, A., Bacco, A. B., Coelho, C. S., Baccarelli, J. L. F., Silva, K. L., Braccialli, L. A. D., Beloni, M., Bernardes, M. L. G., Lacerda, S. R., & Silva, T. I. (2017). Perfil epidemiológico dos acidentes de trânsito em Marília, São Paulo, 2012. Epidemiol. Serv. Saúde. June 26(2): 389-398.

Blincoe, L., Seay, A., Zaloshnja, E., Miller, T., Romano, E., Luchter, S., & Spicer, R. (2002). The Economic Impact of Motor Vehicle Crashes 2000. NHTSA Technical Report DOT HS 809 446. Washington: U.S. Department of Transportation.

Carvalho, L. J. (2015). Metodologia para quantificação da perda do produto

com os acidentes de trânsito e evidências preliminares: Fundação Escola Nacional de Seguros. Rio de Janeiro: Funenseg.

Contador, C., & Oliveira, N. (2015). Estatísticas da dor e da perda do

futuro: novas estimativas: Fundação Escola Nacional de Seguros. Rio de

Janeiro: Centro de Pesquisa e Economia do Seguro.

Departamento de Informática do SUS - DATASUS. (2017). Morbidade Hospitalar do SUS por Causas Externas por local de residência – a partir de 2008 - Notas Técnicas. Rio de Janeiro: Ministério da Saúde Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa Departamento de Informática do SUS Coordenação Geral de Disseminação de Informações em Saúde.

Dekker, T., Brouwer, R., Hofkes, M., & Moeltner, K. (2011). The Effect of Risk Context on the Value of a Statistical Life: a Bayesian Meta-model. Environ Resource Econ. 49, 597–624.

Donário, A., & Santos, R. (2012). Custo Económico e Social dos Acidentes de Viação em Portugal. Lisboa: Ediual.

Elvik, R. (2000). How much do road accidents cost the national economy? Accident Analysis and Prevention, 32(6), 849–851.

Garcia, L. P., Freitas, L. R. S., & Duarte, E. C. (2013). Deaths of bicycle riders in Brazil: characteristics and trends during the period of 2000 - 2010. Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo. v. 16, n. 4, 918-929.

Gawryszewski, V. P., Coelho, H. M. M., Scarpelini, S., Zan, R., Jorge, M. H. P. M., & Rodrigues, E. M. S. (2009). Perfil dos atendimentos a acidentes de transporte terrestre por serviços de emergência em São Paulo, 2005. Revista de Saúde Pública. 43(2):275-82.

Hauer, E. (1994). Can One Estimate the Value of Life or is it better to be dead than stuck in traffic? Transportation Research. v.28A, n.2, 109-l18.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. (2010). Tipo de composição familiar. Censo Demográfico 2010. Sistema IBGE de Recuperação Automática - SIDRA.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. (2017). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - PNAD Contínua. Divulgação trimestral. Abr-jun 2017.

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA. (2015). Estimativa dos Custos dos Acidentes de Trânsito no Brasil com Base na Atualização Simplificada das Pesquisas Anteriores do Ipea. Brasília: IPEA.

Jorge, M. H. P. M., & Koizumi, M. S. (2004). Gastos governamentais do SUS com internações hospitalares por causas externas: análise no Estado de São Paulo, 2000. Revista Brasileira de Epidemiologia. v.7, n.2. 228-238.

Lima, R. R. A. (2003) Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas brasileiras: relatório executivo / Ipea, ANTP. – Brasília: IPEA, ANTP.

Litman, T. (2008).Valuing Transit Service Quality Improvements. Journal of Public Transportation, v.11, n.2. 43-63.

Litman, T. (2014). A New Transit Safety Narrative. Victoria Transport Policy Institute. Journal of Public Transportation, v.17, n.4. 114-135.

Seguradora Lider-DPVAT. (2016). Boletim Estatístico. Ano 06, v.04. – Jan-dez.2016.

Mishan, E. J. (1971). Evaluation of Life and Limb: A Theoretical Approach. Journal of Political Economy, v.79, n.4 (Jul. – Aug). 687-705.

Mohan, D. (2002). Social Cost of Road Traffic Crashes in India. In: Proceedings First Safe Community Conference on Cost of Injury, (p. 33-38)Viborg, Denmark: Safe Community Conference on Cost of Injury.

Newman, P., & Kenworthy, J. (2013). Sustainability and Cities: Overcoming Automobile Dependence. (2 ed.). Washington: Island Press.

Organisation for Economic Co-operation and Development - OECD/ITF. (2015). Road Safety Annual Report 2015. Paris:OECD.

Pukalskas, S., Peceliunas, R., Sadauskas, V., Kilikeviciene, K., & Bogdevicius, M. (2015). The methodology for calculation of road accident costs. Transport, 30,1, 33-42.

Robinson, J. C. (1986). Phiosophical origins of economic evaluation of life. The Milbank Quarterly, 64(1), 133- 155.

Rosa, C. N. (2006). Custo da Perda de uma vida e médico-hospitalares nos acidentes de trânsito. Tese (Doutorado) Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2006.

Sistema Integrado de Planejamento e Gestão Fiscal - SIGEF. (2016). Portal da Transparência do Poder Executivo de Santa Catarina. Ano 2016. Recuperado em 1 de fevereiro de 2018 de http://www.transparencia.sc.gov.br/despesa

Tischer V. (2017) Validação de sistema de parâmetros técnicos de mobilidade urbana aplicados para sistema cicloviário. Urbe, Revista Brasileira de Gestão Urbana, vol.9, n.3, 587-604. http://dx.doi.org/10.1590/2175-3369.009.003.ao15

World health Organization - WHO. (2015). Global status report on road safety 2015. Geneva: World Health Organization.

Downloads

Publicado

2019-05-14

Como Citar

Tischer, V. (2019). O custo social e econômico dos acidentes de trânsito com pedestres e ciclistas: estudo de caso do estado de Santa Catarina, Brasil. Revista Brasileira De Gestão Urbana, 11. Recuperado de https://periodicos.pucpr.br/Urbe/article/view/24077

Edição

Seção

Artigos