Ocupação urbana, redes sociais e territorialização da resistência: o caso de Aparecida de Goiânia, Brasil
Palavras-chave:
Cultura urbana, Redes sociais digitais, Territorialização da resistênciaResumo
É assumindo a cidade como o lócus fundamental das tensões contemporâneas que as análises aqui presentes se sustentam. O itinerário investigativo buscou explicitar como a cultura urbana, entendida como movimento cotidiano central das cidades, estabelece com a paisagem uma relação de resistência à dinâmica global que penetra os lugares. O objeto de estudo em questão é Aparecida de Goiânia, cidade partícipe da Região Metropolitana de Goiânia, no Estado de Goiás. O estudo se debruçou sobre as materialidades culturais que são percebidas na paisagem de Aparecida de Goiânia, entrelaçando apontamentos teóricos e conteúdos obtidos por meio de entrevistas e questionários realizados com atores sociais diretamente envolvidos com a cultura não oficializada. Entre março de 2013 e julho de 2015, identificaram-se mais de 300 grupos/artistas
e cerca de 80 entidades e 70 locais que dinamizam sistematicamente a cultura no município de Aparecida de Goiânia. Agregaram-se ainda à pesquisa empírica 121 grupos e artistas que possuem perfis em redes sociais digitais, extraídos do universo identificado. A análise, portanto, permeia também o modo como essas redes fomentam mecanismos de fortalecimento da dinâmica cultural no processo de configuração das materialidades presentes na paisagem. Essas materialidades/objetos absorvem os fluxos de racionalidades locais produzidos
pelos indivíduos e pelos grupos organizados; assim, com a participação nas referidas redes sociais digitais, estimula-se o pertencimento e fundam-se territorialidades resistentes na cidade.