O processo de renovação das áreas centrais na cidade contemporânea: O caso do conjunto arquitetônico e paisagístico da Praça do Congresso, em Criciúma (SC)
Palavras-chave:
Capital imobiliário, Paisagens históricas, Políticas públicas, Centralidade, CriciúmaResumo
A expansão urbana desordenada no Brasil e a consolidação da cidade corporativa têm estimulado, com a
conivência do Estado neoliberal, a propagação de modos de ocupação cada vez mais vinculados a interesses
imobiliários imediatos. A ausência de planejamento urbano de caráter social é percebida principalmente
nos médios e grandes centros urbanos, onde se registra um agressivo processo de renovação das áreas
centrais, cada vez mais ousado, alterando inclusive, irreversivelmente, a paisagem de núcleos históricos. É
o caso de setores da centralidade urbana de Criciúma/SC, cidade produzida sob influências econômicas da
mineração de carvão e, posteriormente, por outras atividades industriais. É destaque o conjunto arquitetônico
e paisagístico da Praça do Congresso, objeto de estudo deste artigo, formado a partir das primeiras décadas
do século XX com residências em estilos variados, desde chalés com influências no Romantismo europeu
a exemplares da arquitetura modernista. Juntas com a praça, configuravam um espaço de referência em
qualidade de vida e importante para a preservação de vínculos identitários e de memória. Considera-se,
no entanto, que as transformações mais recentes são parte de um quadro nacional de empobrecimento da
urbanização e demonstram que a subserviência das políticas públicas a interesses econômicos imediatos
tendem a desaparecer, em breve, com parte importante da diversidade dos conjuntos históricos brasileiros.