O fenômeno da coopetição em arranjos produtivos locais: uma análise sob diferentes abordagens
DOI:
https://doi.org/10.7213/rebrae.7346Keywords:
Coopetição. Market-based view. Resource-based view. Abordagem das configuraçõesAbstract
A natureza da competição entre empresas dos mais diversos setores da economia tem sofrido modificações nos últimos anos e, dentre as suas implicações, destaca-se a necessidade da criação de alianças estratégicas para, no mínimo, manter os níveis de faturamento e, se possível, ampliá-los. Os novos cenários competitivos globalizados passaram a ser dominados pelas economias de escala, sufocando as pequenas empresas que permaneceram atadas a custos fixos muito elevados. Recentemente, os micros e pequenos empresários têm buscado formar alianças entre si para se equipararem com os grandes players com relação à eficiência em custos e nos demais benefícios da economia de escala. Essas alianças se manifestam de diversas formas: desde a afiliação informal na qual empresas demonstram interesses similares e algumas vezes boa fé para suportarem-se mutuamente, até relações contratuais mais desenvolvidas e integradas como as joint ventures. O principal objetivo deste ensaio é propor uma análise do fenômeno da coopetição (competição e cooperação de forma simultânea) em arranjos produtivos locais (APLs) a partir da perspectiva das configurações, essencialmente protagonizada por Miller (1987). A market-based view (MBV) e a resource-based view (RBV) são adicionadas à discussão para auxiliar a compreensão da origem da vantagem competitiva das organizações, esta última eminentemente a partir da tipologia de Greene, Brush e Brown (1997) e do conceito de construção da base de recursos de Brush, Greene e Hart (2001). Essa conclusão se consegue com a observação dessa discussão é que o alto grau de configuração pode resultar em uma série de vantagens sobre os seguintes pontos: sinergia, clareza de direção e coordenação, dificuldade de imitação, competência distintiva, comprometimento, velocidade e economia.
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